ONU investigará violações de direitos humanos na Ucrânia
4 de março de 2022
Conselho de Direitos Humanos da ONU cria comissão para investigar possíveis crimes cometidos durante o conflito. Kiev denuncia graves e sistemáticas violações dos direitos humanos, além de crimes contra a humanidade.
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O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta sexta-feira (04/03), por ampla maioria, a criação de um painel de três especialistas que vão supervisionar possíveis violações aos direitos humanos na Ucrânia, em meio à invasão russa de seu território.
A resolução, proposta por diversas nações ocidentais e outras que criticam a intervenção militar de Moscou, foi aprovada por 32 votos a 2, com 13 abstenções. Votaram contra somente a Rússia e a Eritreia.
O Brasil apoiou a resolução, enquanto a China foi um dos países que se abstiveram, repetindo a neutralidade adotada por Pequim nas demais votações na ONU referentes à guerra na Ucrânia.
A aprovação veio após um debate realizado a pedido da Ucrânia, no qual a maioria dos membros do Conselho de Direitos Humanos lançou fortes críticas à Rússia.
Vários diplomatas portavam lenços, cachecóis ou laços com as cores da Ucrânia. Até países distantes do conflito, como Gâmbia ou Malásia, se pronunciaram contra a invasão.
Antes da votação, a embaixadora da Ucrânia, Yevheniia Filipenko, afirmou aos membros do Conselho que havia "provas irrefutáveis de graves e sistemáticas violações dos direitos humanos, além de crimes de guerra e contra a humanidade" perpetrados pela Rússia.
Isolamento da Rússia
Moscou, que se refere à invasão de suas tropas ao país vizinho como uma "operação especial militar", negou ter feito alvos civis no conflito. O representante russo no Conselho, Evgeny Ustinov, afirmou que os apoiadores da resolução "utilizarão quaisquer meios para culpar a Rússia pelos acontecimentos na Ucrânia”.
As decisões do Conselho de Direitos Humanos não têm efeito jurídico vinculativo, mas enviam mensagens políticas importantes e podem resultar na abertura de inquéritos, como o que será realizado pela comissão criada nesta sexta-feira em Genebra.
Não foi esclarecido de início como a comissão atuará juntamente com a equipe de direitos humanos da ONU na Ucrânia. Uma delegação do Tribunal Penal Internacional (TPI) já está em solo ucraniano para analisar possíveis crimes de guerra cometidos pelas partes envolvidas no conflito.
rc (AP, Reuters)
Civis sofrem com a guerra na Ucrânia
À medida que o ataque da Rússia à Ucrânia continua, civis ucranianos lutam para fugir do país. Quem não consegue, busca abrigo em estações de metrô, monta guarda para proteger a família e fabrica coquetéis molotov.
Foto: Emilio Morenatti/AP/dpa/picture alliance
Mistura explosiva
Moradores da capital, Kiev, têm improvisado de várias formas para repelir as forças russas. Na foto, membros da defesa civil preparam coquetéis molotov.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
De prontidão
Residentes de Kiev formaram unidades de defesa civil para proteger a cidade e suas famílias. Na foto, um guarda armado da defesa civil patrulha uma rua da capital ucraniana após o toque de recolher.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Espera e medo
Aqueles que não conseguem fugir dos ataques a Kiev se abrigam em qualquer lugar onde possam encontrar refúgio. Muitos vão para abrigos subterrâneos ou estações de metrô quando as sirenes de ataque aéreo disparam.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Prédios atacados
Apesar das garantias russas de não atingir edifícios civis, foguetes e morteiros caíram em áreas residenciais, como neste prédio de apartamentos em Kiev, que foi danificado em 26 de fevereiro.
Foto: Efrem Lukatsky/AP/dpa/picture alliance
Em choque
Uma mulher observa sua casa destruída após um ataque russo com foguete em Kiev, no dia 25 de fevereiro. Forças russas atingiram alvos civis em várias cidades da Ucrânia.
Foto: Emilio Morenatti/AP Photo/picture alliance
Em busca de segurança
Pessoas se abrigam em um porão enquanto sirenes alertam sobre novos ataques em Kiev.
Foto: Emilio Morenatti/AP/picture alliance
Estação do metrô como abrigo
Muitos moradores de Kiev também estão indo às estações de metrô para se manterem seguros enquanto os combates continuam. A cidade tem uma população de cerca de 3 milhões de pessoas.
Foto: Zoya Shu/AP/dpa/picture alliance
Fuga da zona de guerra
Civis evacuados de trem do leste da Ucrânia chegam a Lviv, no oeste do país. A vizinha Polônia, além da Hungria e da Romênia estão recebendo milhares de refugiados.
Ucranianos carregam alguns poucos pertences enquanto fogem a pé para a fronteira com a Hungria.
Foto: Janos Kummer/Getty Images
Seguros, finalmente
Dois refugiados ucranianos se abraçam ao chegar à Hungria depois de passar pela fronteira de Beregsurany. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, prometeu fornecer assistência humanitária aos recém-chegados.
Foto: Bernadett Szabo/REUTERS
Heróis anônimos
Voluntários preparam sanduíches para refugiados ucranianos que fogem para a Romênia através da fronteira de Siret. As autoridades romenas se prepararam para um intenso fluxo de ucranianos.