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ONU aprova primeiro tratado que regula comércio internacional de armas

2 de abril de 2013

Texto, que teve voto contra apenas de Síria, Coreia do Norte e Irã, proíbe a venda de armamento a países que possam violar direitos humanos. Pacto precisa agora ser ratificado individualmente pelos Estados-membros.

Delegates to the United Nations General Assembly April 2, 2013 applaud the passage of the first UN treaty regulating the international arms trade. The UN General Assembly on Tuesday adopted the first-ever treaty to regulate the $80-billion-a-year conventional arms trade. The assembly voted 154-3 for a resolution that will open the treaty for signature from June. Syria, North Korea and Iran -- which had blocked the treaty last week -- voted against it. Russia was among the 23 abstentions. AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY (Photo credit should read TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images)
Foto: Getty Images/AFP

Após mais de uma década de negociações, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira (02/04), por esmagadora maioria, o primeiro tratado da história para regular o comércio internacional de armas, negócio que movimenta cerca de 70 bilhões de dólares anuais.

O tratado foi aprovado com 154 votos a favor, 23 abstenções e três contra (de Irã, Coreia do Norte e Síria). E aplica-se a armamento leve e também pesado, como tanques, sistemas de artilharia, aviões ou helicópteros de ataque. Armas químicas, biológicas e nucleares, cobertas por outros pactos internacionais, ficaram de fora.

O texto é histórico também ao, pela primeira vez, ligar as vendas ao histórico de respeito aos direitos humanos dos países compradores. O objetivo do tratado é evitar abusos contra civis e manter as armas longe das mãos de terroristas e organizações criminosas.

Por isso, por exemplo, proíbe a venda de armas convencionais a países sob embargo ou onde possam ser usadas para crimes contra a Humanidade, crimes de guerra e terrorismo. Caso haja risco de armas ou munições serem usadas nesses casos, os países de onde são originárias ficam obrigados a impedir a sua transferência.

O texto final só foi aprovado porque uma resolução apresentada pela Costa Rica retirou a exigência de consenso – que Irã, Coreia do Norte e Síria impediam que fosse alcançado. Assim, para ser ratificado, só precisava dos votos de uma maioria simples na Assembleia Geral nesta terça-feira.

Monumento em frente à sede da ONU em Nova York simboliza a luta pelo controle de armas.Foto: imago stock&people

"Reafirmamos, com provas factuais, que a ONU é capaz de lidar com os mais sérios e complexos desafios que os nossos povos enfrentam, que pode tornar as expectativas em realidades tangíveis, e que é uma organização indispensável no século 21", disse Eduardo Ulibarri, embaixador da Costa Rica nas Nações Unidas.

O próximo passo é a ratificação individual pelos Estados-membros. O tratado entraria em vigor 90 dias depois de ser aprovado em pelo menos 50 países. Especialistas acreditam que todo o processo pode durar ainda mais dois anos.

O tratado não se aplica à legislação interna dos países. Mas nos EUA, por exemplo, a poderosa Associação Nacional de Rifles, maior grupo de lobby pró-armas do país, já deixou claro que lutará contra a ratificação do texto pelo Congresso americano.

RPR/ ap/ afp/ rtr

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