Mais de 190 países se comprometem a proteger 30% do planeta até 2030. Acordo visa evitar a extinção de milhares de espécies de animais e vegetais.
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Um acordo histórico sobre biodiversidade foi alcançado nesta segunda-feira (19/12) por mais de 190 países, em Montreal, no Canadá, para impedir a destruição da biodiversidade e dos seus recursos, essenciais para a humanidade.
Na Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 15), os países concordaram, entre outros pontos, em colocar sob proteção 30% do planeta até 2030 – até o momento, 17% da terra e 8% dos mares estão protegidos.
Também foi acertada a liberação de 20 bilhões de dólares anualmente até 2025 e 30 bilhões de dólares anuais até 2030 para ajudar os países em desenvolvimento na conservação. O texto também dá garantias aos povos indígenas, guardiões de 80% da biodiversidade remanescente na Terra, propõe restaurar 30% das terras degradadas e reduzir pela metade os riscos ligados aos agrotóxicos.
Longa negociação
Até o acordo, foram necessários quatro anos de difíceis negociações, além de dez dias e uma noite de maratona diplomática. O acordo de Kunming-Montreal visa proteger terras, oceanos e espécies da poluição, degradação e crise climática.
A COP15 deveria ter ocorrido originalmente na China, em 2020, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19. A primeira parte das negociações ocorreu principalmente de forma online em Kunming, na China, em outubro.
"O acordo foi adotado", declarou Huang Runqiu, presidente chinês da COP15.
"Juntos demos um passo histórico", afirmou Steven Guilbeault, ministro do Meio Ambiente do Canadá, país anfitrião da cúpula.
Reações mistas das ONGs
ONGs ambientais celebraram o acordo, mas com ressalvas. "Pode ser descrito como um sucesso que, após duras negociações, um acordo tenha sido alcançado", comentou Jannes Stoppel, do Greenpeace.
Para Florian Titze, da associação ambiental WWF Alemanha, é uma "estrutura incompleta, mas surpreendentemente boa".
Já Federação de Proteção Ambiental da Alemanha (Nabu) foi mais cética. Segundo a entidade, apesar do progresso, o acordo não é suficiente para parar ou reverter a perda de biodiversidade e ecossistemas.
"O mundo está correndo para um abismo na crise natural e climática", alertou o presidente da Nabu, Jörg-Andreas Krüger. "Mas, em vez de frear decisivamente, ele apenas a desacelera um pouco", afirmou.
Entre outras coisas, a Nabu critica a falta de metas mensuráveis que possam deter a perda de biodiversidade por meio da agricultura, pesca e comércio.
le/cn (AP, AFP, Lusa)
De Cortina de Ferro a Cinturão Verde
Os 1.400 quilômetros da antiga fronteira entre as Alemanhas formam hoje o chamado Cinturão Verde. De Kühlungsborn, passando pelo monte Brocken, até Mödlareuth, o trecho inclui paisagens únicas e pontos históricos.
Foto: picture-alliance/ZB
Torre de vigia na orla do Mar Báltico
A BT11, em Kühlungsborn, é uma torre de vigia da época da Alemanha Oriental. Entre 1973 e 1989, os guardas de fronteira subiam nela para achar possíveis fugitivos, cujo objetivo era alcançar a costa do estado ocidental de Schleswig-Holstein ou um navio que estivesse de passagem. Tombada como patrimônio histórico, a torre é uma das últimas das mais de 70 que existiam na costa do Mar Báltico.
Foto: picture-alliance/ZB
Gansos selvagens perto de Darchau
Agora, 25 anos após a queda da Cortina de Ferro, é possível ver que a antiga fronteira, a chamada Faixa da Morte, foi uma bênção para a natureza. O Cinturão Verde entre as regiões de Altmark e Wendland atrai aves migratórias de forma mágica. Grandes quantidades de gansos, cisnes, patos e cegonhas fazem escala na região no outono, antes de continuar a rota migratória rumo ao sul.
Foto: picture-alliance/ZB
Paisagem do rio Elba
Dos 1.091 quilômetros do Elba, 95 ficavam na área interditada da fronteira entre as Alemanhas. Neste lugar, perto do lugarejo de Lenzen, está uma das últimas paisagens fluviais quase intocadas do país. Os diferentes níveis de água fazem o rio formar planícies alagadas e criam paraísos naturais únicos. A Reserva da Biosfera Paisagem do Rio Elba, da Unesco, se estende por quase 375 mil hectares.
Foto: picture-alliance/dpa
Memorial da fronteira Hötensleben
A principal finalidade da fronteira alemã oriental era impedir tentativas de fuga da própria população. Isso a diferencia de outras fronteiras fortificadas, que servem principalmente para proteger de invasões de fora. Em Hötensleben, ainda podem ser vistas partes das barreiras originais, incluindo muros, torres de vigia e obstáculos antitanque.
Foto: picture-alliance/dpa
Pedalando pelo Cinturão Verde
A região ao norte da cadeia montanhosa do Harz é marcada por colinas suaves. Os 70 quilômetros entre Hornburg e Ilsenburg convidam ciclistas a passearem ao longo do Cinturão Verde. A rota passa por pomares, campos e alamedas de castanheiras, em meio à natureza intocada e restos das antigas instalações fronteiriças.
Foto: picture-alliance/dpa
Montanha entre as Alemanhas
Localizado na antiga fronteira entre as Alemanhas, a montanha Brocken era inacessível para cidadãos de leste e oeste, se tornando, assim, um símbolo da divisão alemã. Com a queda do Muro, o monte voltou novamente ao centro geográfico da Alemanha e virou um popular destino turístico. É possível chegar ao topo a pé ou de trem.
Foto: picture-alliance/dpa
Anel da memória
O monumento em Sorge, perto de Wernigerode, é um círculo de árvores mortas com 70 metros de diâmetro. Fica diretamente na antiga Faixa da Morte, como símbolo da unificação das Alemanhas. Na concepção do autor, o artista Herman Prigann, os troncos devem ser lentamente cobertos por plantas, estimulando, assim, a reflexão sobre decadência e crescimento.
Foto: picture-alliance/dpa
Biodiversidade no caminho de patrulhamento
Apenas a estaca de marcação ainda lembra a antiga fronteira na montanha Warteberg, perto de Nordhausen. À sombra da Cortina de Ferro, ao longo do antigo caminho de patrulhamento da guarda de fronteira, se desenvolveram habitats de espécies animais e vegetais raras. Espécies ameaçadas de extinção, como orquídeas e cegonhas-pretas encontraram aqui refúgios valiosos.
Foto: picture-alliance/ZB
Museu da Fronteira Eichsfeld
Desde 1995, existe na antiga passagem de fronteira Duderstadt / Worbis o Museu da Fronteira Eichsfeld. Entre 1973 e 1989, cerca de 6 milhões de viajantes utilizaram a passagem de fronteira entre as aldeias de Gerblingerode, no oeste, e Teistungen, no leste. Num espaço de mil metros quadrados, a exposição conta a história da divisão alemã.
Foto: picture-alliance/ZB
Pequena Berlim
O passeio pelo Cinturão Verde termina em Mödlareuth, povoado de 50 pessoas. Os americanos a chamavam de "Little Berlin" ("Pequena Berlim"), por ela, como sua irmã maior, Berlim, ter se tornado um símbolo da divisão alemã. A exemplo da atual capital alemã, até 1989, Mödlareuth era dividida por um muro de concreto de 700 metros de comprimento e 3,40 metros de altura.
Foto: picture-alliance/dpa
De Faixa da Morte a linha da vida
A Cortina de Ferro dividiu a Alemanha e a Europa por quase quatro décadas. Muros, cercas de arame farpado e torres de guarda separaram famílias e amigos. Aquilo que um dia dividia, agora é algo que nos une à natureza. O Cinturão Verde foi o primeiro projeto de conservação da natureza da Alemanha reunificada.