1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Software livre

Philipp Bilsky (sm) 30 de maio de 2008

Os adeptos do software livre se reúnem em Berlim para o DiaLinux, o maior evento do gênero na Europa. Uma prova de que o movimento open source ainda vive é o projeto OpenStreetMap.

OpenStreetMap pode ser complementado pelo usuário

Bonito ele não é. E não deixa de ser complicado. Mas tem um grande futuro: pelo menos essa é a visão de seus mentores. O projeto OpenStreetMap.org foi desenvolvido para colocar na rede um mapa-múndi a ser usado gratuitamente e complementado pelos usuários – uma idéia análoga à da Wikipédia.

"Atualmente o mercado é dominado por ofertas comerciais", explica Frederik Ramm, programador de softwares livres, ao apresentar este projeto no DiaLinux, realizado nesta sexta-feira (30/05), em Berlim. Mas ele tem certeza que o OpenStreetMap vai se impor à concorrência. "Acho que, qualquer dia, os aparelhos de navegação comprados em supermercados baratos vão ser vendidos com o OpenStreetMap instalado", prognostica.

A idéia surgiu com um mapa gratuito on-line lançado na Inglaterra. Atualmente, o site tem uma comunidade crescente de fãs na Alemanha. "Em todo o mundo, o projeto tem cerca de 35 mil usuários registrados", informa Ramm. Entre eles, 3.500 participam mensalmente da ampliação da página.

Obstáculos técnicos

Quem quiser colaborar para o mapa necessita não apenas de um computador com acesso à internet, mas também de um aparelho GPS. Antes de acrescentar novas ruas ao mapa on-line, é preciso medi-las. Um dos cartógrafos amadores é Matthias Merz, estudante de Informática da Universidade de Karlsruhe. "É simplesmente fascinante trabalhar num mapa como esse", comenta.

OpenStreetMap KarlsruheFoto: www.openstreetmap.org

No entanto, ainda há muito por fazer. No caso de cidades como Karlsruhe, Berlim ou Munique, os mapas já são bem precisos. "Nas cidades grandes, é fácil de achar uns loucos andando por aí com um aparelho GPS", afirma Merz. Mas diversas regiões rurais ainda constam do mapa apenas como mancha branca.

O mesmo sucesso da Wikipédia?

Resta saber se o OpenStreetMap vai representar um desafio semelhante à concorrência comercial como, por exemplo, a Wikipédia para a Brockhaus, a tradicional enciclopédia alemã. No mercado de aparelhos de navegação, o OpenStreetMap tem uma grande vantagem. Afinal, os mapas comerciais geralmente custam mais de 100 euros e esse projeto comunitário é gratuito.

O mais difícil será vencer a concorrência na internet. Afinal, ele terá que enfrentar provedores igualmente gratuitos, como o GoogleMaps, por exemplo. A médio prazo, no entanto, o OpenStreetMap tem boas chances de passar na frente do programa de busca norte-americano, opina Frederik Ramm. Afinal, ao contrário dos mapas do Google, esses dados são não apenas gratuitos, mas também livres – qualquer um pode utilizá-los como quiser.

Número de usuários aumenta

O importante é que o OpenStreetmap permite a qualquer um retrabalhar os dados. "Isso possibilita corrigir erros com maior rapidez do que a concorrência." Além do mais, no futuro deverão ser feitos mapas muito mais detalhados. "Ciclovias, por exemplo, são praticamente inexistentes nos mapas comerciais." Outra possibilidade seria um mapa para portadores de cadeiras de rodas, com informações exatas sobre a qualidade do pavimento.

"Um projeto para a internet precisa atingir a massa crítica, a fim de ser notado", lembra Michael Kleinhenz, especialista de informática e co-organizador do DiaLinux. Quando se atingir isso, o número de usuários poderá começar a crescer, juntamente com o conteúdo do site. "E o OpenStreetMap já chegou a essa massa crítica, o que indica que o projeto tem futuro."

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque