Opep fecha primeiro acordo de corte de produção desde 2008
30 de novembro de 2016
Organização dos Países Exportadores de Petróleo concorda em reduzir produção em mais de 3%, limitando-se a 32,5 milhões de barris por dia. Rússia também se compromete com corte. Notícia dispara preço do petróleo.
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) fechou nesta quarta-feira (30/11) um acordo para reduzir sua produção. O corte, uma tentativa de aumentar o preço do petróleo, que vem caindo devido ao excesso de oferta, é o primeiro a ser acordado pela Opep desde 2008.
A produção será reduzida para um limite de 32,5 milhões de barris por dia em 2017. Atualmente, os países da organização produzem 33,7 milhões de barris diariamente. O acordo está em linha com o proposto em setembro pela Argélia, que previa um corte de 1,2 milhão de barris por dia, mais de 3%.
O país que terá a maior redução, segundo o acordo, será a Arábia Saudita, com um corte de 486 mil barris diários. Atualmente, o país produz sozinho 10 milhões de barris por dia.
O acordo foi anunciado pelo ministro de Energia do Catar, Mohammed Bin Saleh Al-Sada, que presidiu uma conferência entre os 14 países-membros da Opep, realizada em Viena, na Áustria, nesta quarta-feira. Ele informou que o pacto entrará em vigor em 1º de janeiro de 2017.
Em pronunciamento à imprensa ao final da conferência, Al-Sada confirmou ainda que a Rússia, que não faz parte da Opep, também se comprometeu a reduzir sua produção em 300 mil barris por dia. Já a Indonésia suspendeu sua adesão à organização por discordar do corte, disse o ministro.
O acordo animou o mercado e fez com que o preço da commodity disparasse nesta quarta-feira. O petróleo Brent chegou a subir 8,6%, sendo comercializado a 50,36 dólares o barril.
No Brasil, as ações da Petrobras – que se posicionou contra o corte da produção de petróleo – subiram quase 10% nas negociações durante a tarde, liderando as altas do Ibovespa.
O preço do petróleo caiu mais de 50% desde meados de 2014, quando o barril era cotado a mais de 100 dólares e chegou, no início deste ano, a ser comercializado por 30 dólares. Essa queda causou problemas nas economias de alguns países exportadores, como a Venezuela e a Rússia. Os países da Opep, a maioria na África e Oriente Médio, fornecem cerca de 40% da oferta mundial de petróleo.
EK/afp/ap/efe/lusa/rtr
Da euforia à crise: a trajetória do pré-sal em 16 manchetes
Os altos e baixos da exploração do pré-sal, uma das maiores riquezas naturais do Brasil, noticiados pela mídia. Da descoberta promissora ao enfranquecimento da Petrobras.
Foto: picture alliance/AP Photo
A descoberta do pré-sal
A confirmação de grandes reservas de petróleo na camada pré-sal, em 2007, foi motivo de euforia para o governo. A então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o Brasil entraria para a elite do setor petrolífero, tornando-se exportador. No campo Tupi, localizado na Bacia de Santos, litoral fluminense, a Petrobras estimava um volume de até 8 bilhões de barris de óleo e gás natural.
Foto: Folha de S.Paulo
Projeção de lucros
“A Petrobras é a mãe da industrialização desse país”, disse o então presidente Lula, na primeira extração simbólica de petróleo da camada pré-sal em plataforma da Petrobras. Na época, Lula estimava um investimento de 2 trilhões de reais na economia até 2017.
Foto: UOL
Primeira plataforma de exploração
Em outubro de 2010, o então presidente Lula inaugura a primeira plataforma de exploração de petróleo da camada pré-sal no campo Tupi. O discurso do governo ainda era de euforia e de desenvolvimento da economia a partir daquela nova produção. “O Brasil jogou fora o século 20. O século 21 será inexorável”, afirmou Lula.
Foto: UOL
Lucro recorde na produção
No ano seguinte (2011), a Petrobras anunciou lucro líquido recorde na receita de 2010: mais de 35 bilhões de reais. O aumento e a diversificação da produção da petrolífera, impulsionada pelo pré-sal, geraram na época os resultados mais positivos dos últimos anos.
Foto: Portal G1
As cidades do pré-sal
A economia das cidades litorâneas da região onde a Petrobras investiu na exploração do pré-sal passou por um boom. Investimentos ligados ao setor do petróleo atraíram empreendimentos e geraram empregos. Na cidade de Santos, litoral paulista, o segmento imobiliário foi um dos beneficiados na época.
Foto: Portal G1
Royalties do petróleo
Após estabelecer em 2012 a divisão dos royalties do pré-sal entre os governos federal, estadual e municipal, a então presidente Dilma sancionou, em 2013, lei que destina 100% dos royalties obtidos pela Unão à educação (75%) e saúde (25%). A sanção ocorreu após as manifestações de junho daquele ano, quando brasileiros foram às ruas pedindo melhorias nos serviços públicos.
Foto: Estadão
Leilão do pré-sal abaixo das expectativas
Em outubro de 2013, acontece o primeiro leilão para a concessão de áreas para exploração de petróleo e gás natural no pré-sal sob o regime de partilha de produção, no qual a Petrobras teria participação mínima de 30%. O leilão teve apenas uma proposta sob o valor mínimo exigido pelo governo. Especialistas diziam que a Petrobras deveria assumir a exploração sozinha, para evitar perdas.
Foto: UOL
Ameaça aos investimentos no pré-sal
Em 2014, a crise internacional no setor petrolífero começou a afetar os investimentos que a Petrobras fazia na exploração do pré-sal. A queda do preço do barril de petróleo no mercado dificultou os lucros da companhia. Crise seria aprofundada meses depois.
Foto: Veja
Os royalties e a crise do petróleo
Devido à crise no setor do petróleo e à queda no preço do barril do óleo, a arrecadação do governo por meio dos royalties do pré-sal registrou uma baixa de 35% em abril de 2015. Estados e municípios também foram prejudicados com repasse abaixo do esperado.
Foto: Veja
Gigantes na exploração do pré-sal
Em meio à crise internacional e à crise institucional da Petrobras – devido às investigações da operação Lava Jato –, a Shell torna-se a maior sócia da exploração do pré-sal no Brasil.
Foto: Portal Terra
Corrupção afeta lucros da Petrobras
O balanço de 2014 da companhia apontou um rombo de 22 bilhões de reais devido aos crimes de corrupção revelados pela Lava Jato e à reavaliação de ativos da empresa. As perdas naquele ano sinalizaram mais dificuldades na produção do pré-sal, já prejudicadas pelo preço do petróleo no mercado internacional.
Foto: Folha de S.Paulo
Menor autonomia brasileira
Em fevereiro de 2016, o Senado aprovou alterações no regime de partilha na exploração do pré-sal no Brasil. A Petrobras deixa de ser a operadora única, abrindo espaço para empresas estrangeiras participarem de futuros leilões das áreas petrolíferas. Assim, não é mais obrigatória a participação mínima de 30% da estatal brasileira nos consórcios de exploração do pré-sal.
Foto: Folha de S.Paulo
Prejuízo recorde
Mais de 34 bilhões de reais. Este foi o prejuízo da Petrobras no ano de 2015, segundo balanço divulgado em março de 2016. A empresa justificou o rombo com a crise do setor do petróleo, a crise econômica brasileira e a perda de credibilidade da empresa no mercado, abalada pelas denúncias e investigações da Lava Jato.
Foto: Portal G1
Depois da tempestade vem a bonança
Após três trimestres consecutivos no vermelho, o balanço da Petrobras voltou a ser positivo no segundo trimestre de 2016. A empresa registrou nesse período lucro líquido de 370 milhões de reais. Segundo a estatal, o resultado se deve à redução de despesas, ao aumento de 7% da produção total de petróleo e gás natural, e à redução de custos da produção, entre outros fatores.
Foto: Portal G1
Petroleiras estrangeiras de olho no pré-sal
Após mudanças no regime de exploração do pré-sal, aprovadas pelo Senado, companhias petrolíferas já pressionam o governo para alterações regulatórias. Leilões estão previstos para 2017, mas a Petrobras não deverá participar de nenhum. A empresa deverá se concentrar na redução de dívidas e na exploração dos campos de Libra e Lula, disse uma fonte ao jornal "O Globo".
Foto: O Globo
Novo prejuízo em 2016
Após três trimestres consecutivos no vermelho, o balanço da Petrobras voltou a ser positivo no segundo trimestre de 2016. A empresa registrou nesse período lucro líquido de 370 milhões de reais. Segundo a estatal, resultado se deve à redução de despesas, aumento de 7% da produção total de petróleo e gás natural, redução de custos da produção, entre outros fatores.