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Moshtarak

14 de fevereiro de 2010

Ao menos 12 civis afegãos foram mortos na explosão de dois foguetes que erraram o alvo no distrito de Marjah. Há vítimas fatais também entre as forças ocidentais.

Soldados britânicos nas proximidades de MarjahFoto: AP

A megaoperação Moshtarak, no sul do Afeganistão, causou a morte de ao menos 12 civis afegãos no distrito de Marjah, segundo informações divulgadas neste domingo (14/02) pela Otan. Dois foguetes lançados contra os rebeldes do grupo islâmico radical Talibã erraram o alvo e atingiram uma residência.

A população da região afetada havia sido avisada com antecedência da operação Moshtarak com objetivo de evitar as mortes de civis.

O comandante da Isaf, general Stanley McChrystal, lamentou o fato em contato com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai. "É lamentável que, no decorrer dos nossos esforços conjuntos, vidas inocentes tenham sido perdidas", disse o general norte-americano. Ele afirmou que será feito o possível para que isso não volte a ocorrer.

Apesar das vítimas fatais, McChrystal disse que a ofensiva é necessária para restabelecer a segurança e a paz na província de Helmand, no sul do Afeganistão. Segundo Karzai, dez pessoas da mesma família morreram durante o ataque. Ele ordenou uma investigação sobre o caso.

De acordo com um general das Forças Armadas afegãs, entre 30 e 35 rebeldes talibãs foram mortos. Segundo a Otan, ao menos dois soldados ocidentais, um britânico e um americano, morreram no primeiro dia de operação. A Otan confirmou ainda a morte de um terceiro soldado no sul do Afeganistão, mas não especificou se ele participava da operação.

A Otan diz não ter encontrado grande resistência por parte dos talibãs. Um porta-voz militar britânico disse que os primeiros objetivos centrais, como a segurança de pontes e estradas, foram alcançados e que houve pouca interferência dos rebeldes.

Soldados americanos a caminho de Marjah, no sul do AfeganistãoFoto: AP

Nova estratégia

A operação Moshtarak põe em prática a nova estratégia do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para o Afeganistão. A estratégica combina a erradicação por vias militares do rebeldes talibãs e a posterior instalação de um governo civil.

O foco central é a cidade de Marjah, na província de Helmand, no sul do Afeganistão. A cidade é há anos controlada pelos talibãs, que têm o apoio dos produtores de drogas. Outro foco é o distrito de Nad Ali, ao norte de Marjah.

Depois de erradicar a presença talibã, as forças ocidentais pretendem restabelecer o controle governamental afegão e instalar serviços como escolas, hospitais e postos de polícia. Outro objetivo é acabar com o cultivo de papoula, do qual dependem muitos agricultores.

Cerca de 15 mil militares participam da operação, a primeira a incluir tropas afegãs. Segundo o governo do Afeganistão, cerca de 4.400 soldados afegãos participam da ofensiva.

AS/ap/afp/dpa/rtr

Revisão: Nádia Pontes

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