Ucrânia causa danos irreparáveis no arsenal de Putin
3 de junho de 2025
Com a Operação Teia de Aranha, a Ucrânia diz ter atingido mais de 40 aeronaves em bases a milhares de quilômetros da fronteira. Ofensiva gerou perdas militares irreparáveis e deixou sabor de humilhação para Moscou.
O serviço de inteligência ucraniano SBU publicou vídeos mostrando alguns dos ataquesFoto: DW
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O 1194º dia da guerra de agressão russa provavelmente ficará como uma lembrança especial em Moscou e em Kiev. No domingo passado (01/06), o serviço secreto ucraniano deflagrou a Operação Teia de Aranha. A Ucrânia comemora ter atingido mais de 40 aeronaves militares russas – e também está concentrando sua atenção na segunda rodada de negociações diretas em Istambul, na Turquia.
O ataque surpresa de drones ucranianos que teve como alvo várias bases aéreas russas que abrigam bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear foi sem precedentes em seu escopo e sofisticação. Pela primeira vez, ataques ucranianos chegaram até a Sibéria, em um duro golpe para os militares russos.
A Ucrânia disse que mais de 40 bombardeiros, ou cerca de um terço da frota de bombardeiros estratégicos russos foram danificados ou destruídos no domingo, embora Moscou tenha dito que apenas alguns aviões foram atingidos. As alegações conflitantes não puderam ser verificadas de forma independente, e o vídeo do ataque publicado na mídia social mostrou apenas alguns bombardeiros atingidos.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que foram empregados 117 drones e "um número correspondente" de operadores de drones, afirmando que foram atingidos 34% dos bombardeiros estratégicos capazes de transportar mísseis de cruzeiro. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) avaliou os danos em 7 bilhões de dólares e publicou vídeos mostrando alguns dos ataques.
A audaciosa ofensiva demonstrou sobretudo a capacidade da Ucrânia de atingir alvos de alto valor em qualquer lugar da Rússia, desferindo um golpe humilhante no Kremlin e infligindo perdas significativas à máquina de guerra de Moscou.
Possível uso inédito de AI
"Vemos que esses drones provavelmente foram equipados com alguma forma de inteligência artificial (IA) e navegação autônoma. Talvez seja a primeira vez que vemos a IA em uma operação especial como essa, a longa distância", disse Kateryna Bondar, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington.
A missão também revelou grandes lacunas na defesa aérea russa: "Vemos aeronaves estacionadas em uma fileira que estão completamente desprotegidas, não há proteção eletrônica nem sistemas de defesa de drones", diz Bondar. "Essa é a única razão pela qual drones FPV simples conseguiram atacar alvos estratégicos tão importantes."
Enquanto alguns blogueiros militares russos compararam o ataque a outro infame ataque dominical surpresa – o ataque do Japão à base dos EUA em Pearl Harbor em 1941 – outros rejeitaram a analogia, argumentando que o dano real foi muito menos significativo do que a Ucrânia alegou.
Quais aviões de guerra foram atingidos
Há décadas, os bombardeiros de longo alcance fazem parte da tríade nuclear soviética e russa, que também inclui mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) terrestres e submarinos movidos a energia atômica que transportam esses mísseis. Os bombardeiros estratégicos realizaram patrulhas regulares em todo o mundo, demonstrando o poderio nuclear de Moscou.
Durante a guerra de três anos na Ucrânia, a Rússia usou os pesados aviões para lançar ondas de ataques com mísseis de cruzeiro em todo o país.
O Tupolev Tu-95, que recebeu da Otan o codinome Bear, é um avião turboélice de quatro motores projetado na década de 1950 para rivalizar com o bombardeiro americano B-52. A aeronave tem alcance intercontinental e carrega oito mísseis de cruzeiro de longo alcance que podem ser equipados com ogivas nucleares ou convencionais.
Antes de domingo, estimava-se que a Rússia tivesse uma frota de cerca de 60 aeronaves do tipo.
O Tupolev Tu-22M é um bombardeiro supersônico bimotor projetado na década de 1970 que recebeu da Otan o codinome Backfire. Ele tem um alcance menor em comparação com o Tu-95, mas durante as negociações de controle de armas entre os EUA e a União Soviética na década de 1970, Washington insistiu em contá-lo como parte do arsenal nuclear estratégico soviético devido à sua capacidade de atingir os EUA se reabastecido em voo.
A versão mais recente do avião, o Tu-22M3, carrega mísseis de cruzeiro Kh-22, que voam a mais de três vezes a velocidade do som. É datado da década de 1970, quando foi projetado pela União Soviética para atacar porta-aviões dos EUA. Ele tem um grande impacto, graças à sua velocidade supersônica e à capacidade de transportar 630 quilos de explosivos. Mas seu sistema de orientação desatualizado pode torná-lo altamente impreciso contra alvos terrestres, aumentando a possibilidade de danos colaterais.
Alguns Tu-22Ms foram perdidos em ataques ucranianos anteriores, e estima-se que a Rússia tinha entre 50 e 60 Tu-22M3s em serviço antes do ataque de drones de domingo.
A produção do Tu-95 e do Tu-22M terminou após o colapso da União Soviética em 1991, o que significa que qualquer um deles perdido no domingo não poderá ser substituído.
A Rússia também tem outro tipo de bombardeiro estratégico com capacidade nuclear, o supersônico Tu-160. Menos de 20 deles estão em serviço, e o país acaba de iniciar a produção de sua versão modernizada, com novos motores e equipamentos eletrônicos.
O A-50, que as autoridades ucranianas também disseram ter sido atingido nos ataques, é uma aeronave de alerta antecipado e controle, semelhante aos aviões Awacs dos EUA, usados para coordenar ataques aéreos. Apenas alguns desses aviões estão em serviço com os militares russos, e qualquer perda prejudica muito a capacidade militar da Rússia.
O Tupolev Tu-95 está em serviço desde a década de 1950 e pode transportar ogivas nuclearesFoto: Artyom Anikeev/StockTrek/IMAGO
Reposição exigirá sacrifícios de Moscou
A Rússia perdeu uma parte significativa de sua frota de bombardeiros pesados no ataque "sem nenhuma capacidade imediata de substituí-la", disse Douglas Barrie do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, observando que o plano anunciado por Moscou para desenvolver a próxima geração de bombardeiros estratégicos ainda está em sua fase inicial.
"Ironicamente, isso pode dar um impulso a esse programa, porque quando se quer manter a frota de bombardeiros em tamanho adequado, há de se fazer algo em algum momento", disse ele.
De acordo com Bondar, os supostos bilhões em danos na pista de pouso não são o fator decisivo. "A Rússia terá que reconstruir sua indústria aeronáutica para compensar as perdas. Portanto, ela precisará de tempo e recursos para restaurar suas capacidades."
O especialista militar russo independente Nikolai Mitrokhin acredita que o setor de aviação da Rússia não está atualmente em condições de substituir as aeronaves perdidas.
Ele diz que ainda há bombardeiros em funcionamento suficientes para manter o bombardeio em massa da Ucrânia, ressalta, entretanto que "a cada ataque desse tipo – e esses ataques continuarão a ser realizados – o número dessas aeronaves será reduzido. E há o risco de que a Rússia fique sem essas aeronaves em algum momento".
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Realocação de bombardeiros e proteção improvisada
Os repetidos ataques ucranianos à base aérea de Engels, a principal para bombardeiros estratégicos russos com capacidade nuclear, perto da cidade de Saratov, à margem do rio Volga, levaram Moscou a realocar os bombardeiros para outras bases mais distantes do conflito.
Uma delas foi Olenya, na península ártica de Kola, de onde Tu-95s voaram em várias missões para lançar mísseis de cruzeiro contra a Ucrânia. Vários bombardeiros em Olenya aparentemente foram atingidos pelos drones ucranianos no domingo, de acordo com analistas que estudaram imagens de satélite antes e depois do ataque.
A Ucrânia disse que 41 aeronaves – Tu-95s, Tu-22Ms e A-50s – foram danificadas ou destruídas no domingo no ataque que, segundo a Ucrânia, vinha sendo preparado há 18 meses, no qual enxames de drones saíram de contêineres carregados em caminhões que estavam estacionados perto de quatro bases aéreas.
Na região de Irkutsk, colunas de fumaça podiam ser vistas saindo de uma base militar a quilômetros de distânciaFoto: Governor of Irkutsk Region Igor Kobzev/REUTERS
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, foi informado sobre o ataque, que representou um nível de sofisticação que Washington nunca havia visto antes, disse uma autoridade sênior da defesa sob condição de anonimato.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que o ataque incendiou vários aviões de guerra em bases aéreas na região de Irkutsk, no leste da Sibéria, e na região de Murmansk, no norte, mas ressaltou que os incêndios foram extintos.
A pasta disse ainda que a Ucrânia também tentou atacar duas bases aéreas no oeste da Rússia, assim como outra na região de Amur, no Extremo Oriente da Rússia, mas que esses ataques foram repelidos.
Efeitos psicológicos
Marina Miron, do King's College de Londres, acredita que não se trata tanto das perdas materiais, mas sim do efeito psicológico. "A Ucrânia está dizendo: ‘Podemos atingi-los em qualquer lugar'", afirmou. "É muito importante que tanto a população russa quanto a liderança recebam essa mensagem. Esse símbolo é muito mais importante do que o dano real."
Os ataques com drones geraram também protestos de blogueiros militares russos, que criticaram o Ministério da Defesa por não ter aprendido com ataques anteriores e protegido os bombardeiros. A construção de abrigos ou hangares para aviões tão grandes é uma tarefa difícil, e os militares tentaram algumas soluções improvisadas que foram criticadas como frágeis.
Imagens de satélite mostraram Tu-95s em várias bases aéreas cobertos por camadas de pneus velhos – medida de eficiência duvidosa que gerou zombaria nas mídias sociais.
md/cn (AP, DW)
O mês de junho em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Onda de calor sufocante dispara alertas no sul da Europa
Países como Portugal, Espanha, Itália e França são afetados por uma onda de calor com temperaturas de mais de 40 graus Celsius que se dirige para o norte, chegando também à Alemanha. A ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, descreveu o caso como um "fenômeno sem precedentes" no país. Na Turquia, 50 mil pessoas foram evacuadas devido a incêndios florestais. (30/06)
Foto: CARLOS COSTA/AFP/Getty Images
Bolsonaro participa de ato em sua defesa na Avenida Paulista
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi neste domingo à Avenida Paulista, em São Paulo, em ato no qual se defendeu da acusação de tentativa de golpe, pela qual responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal. A ONG Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common estimaram o público em 12,4 mil pessoas. (29/06)
Foto: Jean Carniel/REUTERS
Parada LGBTQ+ de Budapeste reúne multidão apesar de veto
Milhares de defensores dos direitos LGBTQ+ na Hungria desafiaram uma lei recém-aprovada pelo governo de Viktor Orbán e foram às ruas de Budapeste neste sábado para uma parada repleta de símbolos do movimento, como bandeiras do arco-íris, e de celebração da diversidade sexual. Os organizadores estimaram que havia de 180 mil a 200 mil participantes. (28/06)
Foto: Rudolf Karancsi/AP/picture alliance
Suprema Corte dos EUA limita poder de juízes federais para bloquear Trump
Em vitória para Donald Trump, tribunal restringe capacidade de juízes de instâncias inferiores de barrar políticas potencialmente inconstitucionais, ao julgar um caso envolvendo o direito à cidadania por nascimento. Decisão altera o equilíbrio de poder entre o Judiciário e a Presidência. (27/06)
Foto: Allison Bailey/NurPhoto/picture alliance
"Demos um tapa na cara da América", afirma líder do Irã
Em seu primeiro pronunciamento desde o cessar-fogo que pôs fim a 12 dias de guerra contra Israel, Khamenei contrariou a narrativa utilizada por Washington e Tel Aviv e disse que seu país saiu vitorioso após o conflito contra Israel e os EUA. Ministro iraniano do Exterior contradiz Trump e nega planos de voltar a negociar com os Estados Unidos. (26/06)
Foto: ROPI/picture alliance
Corpo de Juliana Marins é resgatado na Indonésia
Equipes de resgate recuperaram o corpo da turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta no vulcão Monte Rinjani. O resgate foi feito por meio de cordas e içamento. A brasileira caiu em uma área de difícil acesso na sexta-feira (20/06) e foi encontrada sem vida na terça, após tentativas frustradas de alcançá-la. (25/06)
Foto: BASARNAS/AP Photo/picture alliance
Irã e Israel aceitam cessar-fogo proposto por Trump
Nas primeiras horas da trégua, países se acusaram mutuamente de violá-la. O presidente americano Donald Trump reagiu com irritação: "Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas Israel tem de se acalmar", disse. A advertência parece ter surtido efeito: Israel cancelou um ataque mais amplo contra Teerã e ordenou a volta de seus aviões. (24/06)
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images
Em ação sem maiores danos, Irã responde a EUA com mísseis no Catar
Em resposta ao bombardeio dos EUA a instalações nucleares, o Irã disparou mísseis contra uma base militar americana no Catar. A ação – "fraca", nas palavras de Donald Trump, que teria sido avisado com antecedência – não deixou feridos. Segundo o Catar, os mísseis foram interceptados. (23/06)
Foto: Stringer/Anadolu/picture alliance
EUA entram na guerra no Irã e atacam instalações nucleares
Nove dias após início da campanha militar israelense, o presidente Donald Trump anuncia que aviões dos EUA "obliteraram" três instalações nucleares iranianas e ameaça Teerã com mais ataques se regime não aceitar imposição de um acordo. Um dos alvos foi o complexo subterrâneo de Fordo (foto). Ataques foram confirmados pelo Irã, mas a extensão dos danos ainda é desconhecida. (22/06)
EUA enviam bombardeiros, e tensão no Oriente Médio escala
Apontados como os únicos capazes de bombardear alvos subterrâneos de difícil acesso no Irã, aviões americanos B-2 foram enviados a Guam, uma ilha no Pacífico. Embora motivo do deslocamento não estivesse claro, ele ocorreu num momento em que o presidente americano Donald Trump avaliava a possibilidade de interferir diretamente na guerra entre Israel e Irã. (21/06)
Foto: Matrixpictures/picture alliance
Parlamento britânico aprova legalização do suicídio assistido
A câmara baixa do Parlamento do Reino Unido aprovou um projeto de lei que permite a adultos com doenças terminais encerrarem voluntariamente suas vidas. A votação representa um passo rumo à legalização do suicídio assistido, sendo considerada uma das mudanças mais significativas na política social britânica em décadas. O procedimento já é legal em países como Espanha e Áustria. (20/06)
A escalada militar entre Israel e Irã se agravou no sétimo dia do conflito, quando um míssel iraniano provocou danos ao principal hospital do sul de Israel e ataques aéreos israelenses atingiram uma importante instalação nuclear iraniana. O centro médico Soroka, na cidade de Bersebá, foi atingido por um míssil balístico, deixando vários feridos. (19/06)
Foto: Tsafrir Abayov/Anadolu /picture alliance
Milhares protestam na Argentina contra prisão de Cristina Kirchner
Apoiadores da ex-presidente da Argentina saíram às ruas em defesa da líder peronista, que começou a cumprir seis anos de prisão domiciliar por corrupção. Os manifestantes se concentraram em frente à casa do governo argentino e se espalharam pelas ruas vizinhas. Em discurso, Kirchner prometeu "voltar com sabedoria", apesar de não poder mais se candidatar a cargos públicos. (18/06).
Foto: Gustavo Garello/AP Photo/picture alliance
PF indicia Carlos Bolsonaro e Ramagem por "Abin paralela"
A PF concluiu a investigação sobre esquema de espionagem ilegal de celulares na Abin e indiciou mais de 30 pessoas, incluindo o ex-diretor da agência Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro. A investigação mira servidores e políticos que teriam monitorado telefones e computadores de desafetos de Jair Bolsonaro durante seu governo. Ele é acusado de se beneficiar do esquema (17/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Agência para refugiados da ONU demitirá 3,5 mil funcionários
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou que cortará 3,5 mil empregos – quase um terço de seus custos com a força de trabalho – devido à escassez de recursos, e reduzirá a escala de sua ajuda em todo o mundo após uma queda no financiamento à ajuda humanitária, principalmente dos recursos vindos dos EUA sob Donald Trump. (16/06)
Foto: Florian Gaertner/IMAGO
Milhares protestam nos EUA contra Trump
Uma multidão tomou as ruas de 2 mil cidades americanas em oposição à gestão de Donald Trump, acusado de autoritário pelos manifestantes. O envio de forças federais para reprimir protestos em Los Angeles na última semana e a convocação de um desfile militar que acontece neste sábado em Washington também pautaram as críticas nos atos apelidados de "No Kings" (Sem Reis). (14/04)
Foto: Yuki Iwamura/AP/dpa/picture alliance
Israel e Irã trocam agressões em escalada militar
Israel lançou um ataque contra instalações nucleares do Irã, matando 78 pessoas, incluindo três dos chefes militares do país e dezenas de civis. A ofensiva desencadeou uma troca de agressões sem precendentes entre os países. Em retaliação, a República Islâmica disparou dezenas de mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém, furando o Domo de Ferro israelense e ferindo 34 pessoas. (13/06)
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Queda de avião na Índia deixa mais de 200 mortos
Um avião da Air India com 242 pessoas a bordo caiu em uma área residencial logo após decolar perto do aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia. Apenas um dos passageiros a bordo sobreviveu. A polícia indiana contabiliza ainda outras 24 vítimas que estavam no solo e morreram no momento do acidente. A causa do acidente está sendo investigada (12/06)
Foto: Ajit Solanki/AP Photo/picture alliance
Ajuda humanitária em Gaza na mira de militares israelenses
Pelo menos 21 palestinos morreram enquanto se dirigiam a locais de distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Entidades denunciam, além da violência, quantidade insuficiente de alimentos, após meses de bloqueio à entrada de itens básicos por Israel. O exército israelense alegou que disparou "tiros de advertência". O número de palestinos mortos em 20 meses de guerra já supera 55 mil. (11/06)
Foto: Saeed Jaras/Middle East Images/AFP/Getty Images
Réu no STF, Bolsonaro é interrogado em processo da trama golpista
Ao longo de dois dias, ex-presidente e outros sete ex-auxiliares acusados de integrar "núcleo crucial" da trama golpista depuseram na Primeira Turma. Político negou ter discutido planos de golpe após perder a eleição e disse que só debateu medidas constitucionais com militares, mas que não editou "minuta do golpe". (10/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Israel detém barco que levava Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila
A Marinha de Israel interceptou um barco que tentava levar ajuda humanitária a Gaza. O veleiro Madleen, da iniciativa internacional Flotilha da Liberdade, levava 12 ativistas a bordo. Eles foram escoltados até um porto e, segundo o governo israelense, serão deportados. (09/06)
Trump chama militares para reprimir protestos na Califórnia contra prisão de imigrantes
O presidente americano Donald Trump enviou militares da Guarda Nacional a Los Angeles para conter protestos que eclodiram na esteira de uma série de operações de detenção de supostos migrantes irregulares. A medida não tem apoio do governo do estado da Califórnia, que acusou Trump de tentar provocar uma crise. (08/06)
Foto: Frederic J. Brown/AFP
Rússia amplia ataques contra 2ª maior cidade da Ucrânia
A Rússia executou diversos ataques no centro de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, deixando cinco civis mortos e mais de 61 feridos, incluindo um bebê e uma adolescente de 14 anos. Bombas planadoras, um míssil e 53 drones atingiram prédios residenciais. O prefeito do município classificou a ação como o ataque mais severo desde o início da guerra. (07/06)
Foto: Sofiia Gatilova/REUTERS
Marcelo livre
Um juiz americano determinou a libertação do estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, que chegou aos Estados Unidos com cinco anos de idade e foi detido pelo Serviço de Imigração (ICE) a caminho de um treino de vôlei. Ele ficou preso por cinco dias, durante os quais dormiu em chão de concreto, sem acesso a chuveiro, acompanhado de homens com o dobro da sua idade. (06/06)
Foto: Rodrique Ngowi/AP
Musk e Trump trocam insultos e rompem relações
Bilionário que atuou como conselheiro da Casa Branca criticou projeto de lei de Orçamento de Trump que prevê cortes de impostos e aumento de gastos batizado pelo presidente como "Big Beautiful Bill". Musk chegou a endossar impeachment de Trump e associou presidente ao pedófilo Jeffrey Epstein. Trump reagiu dizendo que Musk "enlouqueceu" e ameaçou cortar contratos da SpaceX com governo. (05/06)
Foto: Nathan Howard/REUTERS
Moraes ordena prisão de Carla Zambelli após deputada deixar o país
O ministro do STF acatou pedido da PGR de prisão preventiva contra a deputada federal e determinou a inclusão dela na lista de procurados da Interpol. Moraes determinou bloqueio de salários, bens, contas bancárias e perfis em redes sociais. Parlamentar deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do CNJ. (04/06)
Foto: Adriano Machado/REUTERS
Governo da Holanda desmorona após saída de ultradireitista
Alegando insatisfação com a política migratória, Gert Wilders – também conhecido como "Trump holandês" – e seu partido deixaram coalizão de governo, levando primeiro-ministro Dick Schoof (foto) à renúncia após menos de um ano de mandato. Sem maioria no parlamento, Schoof permanecerá interinamente no cargo até a realização de novas eleições e formação de um novo gabinete. (03/06)
Foto: Peter Dejong/AP/picture alliance
Conservador Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia
Resultado é derrota para o governo do primeiro-ministro Donald Tusk e deve dificultar andamento de políticas pró-União Europeia. Apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), Nawrocki poderá vetar leis e desgastar o governo com bloqueios no Parlamento. Aliança frágil de Tusk pode não resistir até 2027. (02/06)
Foto: Czarek Sokolowski/AP/dpa/picture alliance
Ucrânia destrói aviões de guerra da Rússia em ataque massivo de drones
Na véspera de uma nova rodada de negociações de paz, Ucrânia e Rússia intensificaram sua ofensiva militar e protagonizaram ataques sem precedentes. Enquanto, Kiev destruiu 41 aviões militares na Sibéria, ofensiva de maior alcance no território russo em três anos de guerra, Moscou lançou número recorde de drones contra território ucraniano. (1º/06)