Em duas décadas de existência, empresa passou de start-up de garagem para gigante da internet. Agora neutralidade da companhia deve ser monitorada, opina o jornalista especializado Jörg Brunsmann.
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Quando Donald Trump ataca a Google, trata-se de um comportamento típico do presidente americano: um egocêntrico quer que o mundo se adapte às suas ideias – e não o contrário. Uma coisa, no entanto, Trump entendeu: o enorme poder que a Google possui atualmente.
Entre outras coisas, o algoritmo da Google determina que notícias recebemos e quais, por outro lado, ficam despercebidas. Os chefes da empresa podem até dizer, de consciência limpa, que nada foi manipulado, que tudo segue apenas um princípio: somente o que interessa à maioria das pessoas chega ao topo da página de buscas. Relevância – esse é o princípio básico; só assim a companhia se tornou tão grande.
No longo prazo, no entanto, isso não vai continuar assim. A Google sempre tentou se apresentar como um bom "amigo" e "parceiro", em consonância com o slogan dos dias de sua fundação: Don't be evil (Não seja mal). Esse lema chama atenção, porque contém uma grande dose de moralidade. Existe o bem e o mal. E nós – os fundadores queriam dizer – optamos pelo lado bom.
Atualmente, a Google mudou o seu slogan, que agora é: Do the right thing (Faça a coisa certa). Parece simpático à primeira vista, mas não é. Por exemplo, pergunte a Trump o que ele acha que é "a coisa certa". Em termos de moralidade, a Google de hoje parece ser muito mais flexível do que em seus primeiros dias.
Isso deve assustar todas as pessoas que acreditam que a internet também vai determinar o futuro de nossa democracia e sociedade. Precisamos de alguém que monitore justamente isso: a neutralidade da Google e o respeito a ela. Nenhuma autoridade, nenhum político – mas uma instituição neutra.
Por exemplo, uma fundação. Ela deve evitar que a Google se torne um brinquedo da economia ou da política. Pois, quanto menos concorrência existir na internet, mais tangível se torna esse perigo. Se pudesse, Trump adoraria ditar à empresa, por lei, como ele e seus pontos de vista devem aparecer no mecanismo de busca.
Até agora, a decisão de a Google permanecer neutra ficou nas mãos, principalmente, da própria empresa. Da mesma forma, a própria companhia tem que se defender de tentativas de manipulação e outros ataques. E nós, os usuários, temos que acreditar que a gigante de buscas realmente quer permanecer neutra.
Isso é perigoso, porque atualmente a empresa detém uma posição de quase monopólio. E é por isso que a própria Google também deveria estar contente com um controle independente externo – e não se acastelar tão veementemente como tem feito até agora.
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Assim era o primeiro smartphone do mundo com acesso à internet. O Nokia 9000 Communicator tinha as características de um computador, incluindo software para escritório, navegador para a internet e função de fax. As vendas começaram em 15 de agosto de 1996, e o aparelho custava cerca de 1.400 euros – ou aproximadamente a metade caso o usuário fechasse um contrato com a operadora.
Foto: dpa/Nokia
Leve, mas poderoso
Os smartphones evoluíram muito desde então. Mas o fato de os atuais pesarem muito menos que modelos anteriores não significa que fazem menos. Na verdade, os aparelhos de hoje têm milhões de vezes a capacidade de processamento de computadores usados pela Apollo 11 para pousar na Lua.
Foto: Getty Images
Usos variados
Milhares de apps tentam garantir que os usuários de smartphones nunca sofram com o tédio, mas há também aplicativos extremamente úteis para as autoridades. Indonésios usam smartphones para detectar exploração ilegal de madeira por meio de um software que "ouve" o som de motosserras e, em seguida, dispara um alerta.
Foto: Getty Images
Bom meteorologista
Pesquisadores da empresa OpenSignal descobriram que os sensores de smartphones com o sistema operacional Android, originalmente projetados para medir a temperatura da bateria, intensidade luminosa e pressão também podem ser usados para apresentar boletins meteorológicos bem precisos.
Foto: picture-alliance/dpa
Energia a partir de xixi
Cientistas de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram uma célula de combustível que pode gerar energia para smartphones "a partir de uma visita ao banheiro". Com o uso de bactérias que transformam o líquido em eletricidade, é possível ter três horas de ligações com 600ml de urina. Uma notícia aparentemente relacionada informa que só os britânicos deixam cair 100 mil smartphones em privadas por ano.
Foto: Imago
Conta salgada
Há alguns anos, a americana Celine Aarons, da Flórida, virou manchete no mundo inteiro depois de receber a conta de celular mais cara da história. Ela teve que pagar 201 mil dólares por causa de mensagens de texto enviadas durante suas férias no Canadá. Uma maneira nafda agradável de ser apresentada às taxas de roaming.
Foto: Imago
História de sucesso irreversível
Há cerca de 1,9 bilhão de usuários de smartphones em todo o mundo, e esse número continua aumentando. Globalmente, 349 milhões de aparelhos foram vendidos no primeiro trimestre deste ano – um aumento de 3,9% sobre 2015. O telefone mais vendido é o Samsung Galaxy S7, acompanhado de perto pelo iPhone 6s e 6s Plus, da Apple.