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Ataque do Irã aos EUA parece dosado com cuidado

8 de janeiro de 2020

Reação de Teerã ao assassinato do general Soleimani parece surpreendentemente moderada. Isso abre uma breve janela para a diplomacia, caso os dois lados decidam se mexer, opina Matthias von Hein.

Novo modelo de míssil terra-terra apresentado pelo Irã no ano passadoFoto: picture-alliance/AP/Sepahnews

Na verdade, é um absurdo: mísseis iranianos atingem duas bases americanas no Iraque – e o mundo respira aliviado. De acordo com o divulgado horas após o ocorrido, o dano é pequeno.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu com prudência atípica, anunciando apenas uma declaração pela manhã, e não o lançamento de mísseis de cruzeiro contra bens culturais iranianos. O ministro iraniano do Exterior, Mohammed Javad Zarif, afirmou no Twitter que o Irã realizara – e sobretudo concluíra – medidas de autodefesa proporcionais.

O perigo de uma conflagração no Oriente Próximo e Médio foi evitado? Não. Mas parece que o mundo pelo menos recuou do abismo à beira do qual foi empurrado pelo assassinato do general iraniano Qassim Soleimani pelos EUA.

O ataque com mísseis parece precisamente dosado: grande o suficiente para que Teerã possa manter o moral, mas abaixo do limite que possa levar Trump a atacar alvos dentro do Irã. Todo mundo sabia que Teerã reagiria de alguma forma em algum momento. O assassinato de Soleimani foi um ato de guerra que a liderança iraniana não podia deixar sem resposta.

Ao mesmo tempo, uma coisa chama a atenção: Teerã havia declarado que queria, ele mesmo, retaliar. Isso também pode ser visto como um aviso aos aliados do "Eixo da Resistência" no Líbano, Iraque e Iêmen para que não tomem medidas.

Já que agora pelo menos algum vapor escapou, tanto da caldeira americana quanto da iraniana, abre-se uma janela para a diplomacia. E para os europeus também: agora eles têm que fazer todo o possível para levar ambos os lados ao desarmamento militar e retórico.

A troca pública de acusações poderia muito rapidamente ser seguida por alfinetadas de milícias aliadas a Teerã ou ações cuja autoria Teerã pode contestar de forma plausível, principalmente se os EUA mantiverem sua política de pressão máxima. Com suas sanções, o país está travando uma guerra econômica que estrangula o Irã. E devemos lembrar: foi a saída unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear em maio de 2018 que deu início a toda essa escalada.

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