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Integração de imigrantes

15 de julho de 2008

A Alemanha é um país de imigração. Esta é a realidade, embora a política demore a reconhecê-la. Isso justifica os déficits na integração de estrangeiros. Bernd Grässler faz um balanço crítico.

Nunca houve tanta integração na Alemanha. Seja o encontro de cúpula anual sobre integração ou o diálogo de integração política, ambos com a participação da chanceler federal, a nomeação de uma encarregada do governo para assuntos de integração e o plano de integração, com suas 200 páginas. Sem dúvida, a integração tem prioridade máxima.

Parece que o governo gostaria de superar de um só golpe os déficits acumulados durante várias décadas no tratamento de migrantes. Já hoje, eles formam 20% da população alemã. E estão em constante crescimento, pois colocam mais filhos no mundo do que a população nativa.

O Plano de Integração deliberado há um ano se dispõe a encarar, num esforço nacional, um assunto que – com grande atraso – foi reconhecido como um tema decisivo. E, o que é especialmente importante, em cooperação com os migrantes.

Só que o plano também tem armadilhas. Ele está recheado de metas bem-intencionadas. Com algumas exceções, elas podem ser concretizadas, mas em muitas áreas ainda falta uma base concreta de dados e fatos.

Mesmo assim, antes do final do ano deverá ser feito um balanço parcial para apurar se as metas estão sendo atingidas. Não queremos nos iludir, promete a chanceler federal. Recentemente, a equipe de governo estabeleceu fatores que servirão de base: desde os controles odontológicos de rotina, passando pela situação de moradia até hábitos de consumo de mídia.

Enfim, há motivos para acreditar que o tema está sendo tratado com meticulosidade alemã e que os 750 milhões de euros de que dispõe o governo alemão para aplicar em integração a cada ano não estão sendo jogados ao vento, como alguém recentemente chegou a advertir.

Mesmo que assim fosse: o dinheiro investido em integração dificilmente deixa de cumprir seu objetivo. Entrementes é conhecida a – em parte catastrófica – situação dos imigrados em termos de aprendizado do idioma, educação e qualificação.

A ampliação do atendimento diário a crianças menores de três anos, que custará bilhões de euros, irá beneficiar especialmente o aprendizado precoce do idioma pelos filhos de imigrantes, melhorando assim as chances de futuras gerações na escola e na qualificação profissional.

Já é mais que hora de o Estado contratar mais pedagogos, mais policiais, mais funcionários públicos de raízes estrangeiras. E apresentadores de televisão com histórico migratório não só enfeitam a tevê alemã, como espelham a realidade do país.

Permanece em aberto se, ao continuar cultivando velhos dogmas, o governo conseguirá melhorar não apenas a situação e as chances dos imigrantes, mas também conquistará seus corações. Um deles é a não permissão, por parte do partido da chanceler federal, de conceder dupla cidadania a pessoas de fora da União Européia.

Com isso, o partido não apenas vai contra a tendência mundial da múltipla cidadania. Seu "não" atinge justamente o maior grupo de imigrantes, o dos turcos. Quem obriga jovens turco-alemães de 18 anos a se decidir por uma e contra a outra cidadania, os lança em um conflito com efeitos cada vez mais anacrônicos na era da globalização. (rw)

Bernd Grässler escreve sobre política interna alemã na sucursal da Deutsche Welle em Berlim.

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