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Bush no Oriente Médio

17 de janeiro de 2008

O presidente norte-americano, George W. Bush, partiu para sua viagem de uma semana pelo Oriente Médio com planos ambiciosos. Mas voltou para casa com resultados parcos, na avaliação de Peter Philipp.

Ele tinha se proposto muito ao partir para sua viagem de uma semana pelo Oriente Médio. Mas, se for honesto consigo próprio, o presidente norte-americano, George W. Bush, terá de admitir que provavelmente não chegou nem perto de suas metas.

Bush queria reativar o processo de paz entre Israel e os palestinos, queria ampliar e reforçar a frente contra o Irã, queria fomentar a democracia na região e, além disso, contribuir para moderar a evolução do preço do petróleo. Ele parece não ter conseguido nada disso. Assim, deve ter ficado frustrada também a esperança – não manifestada em voz alta – de garantir para si um lugar de honra na história por meio de uma ou outra intervenção bem-sucedida no Oriente Médio no último ano de seu mandato.

O tema central era, sem dúvida, o conflito entre israelenses e palestinos. Durante sete anos, o presidente dos Estados Unidos não interveio nele diretamente. Era evidente que, não tendo se ocupado do problema enquanto estava na ativa, ele pouco conseguiria nas vésperas de deixar o cargo. Mas o chefe de governo de Israel, Ehud Olmert, e o presidente dos palestinos, Mahmud Abbas, estão por sua vez interessados em sucessos, já por questões de sobrevivência, de forma que era natural que cooperassem e concordassem com a retomada de negociações sérias que incluíssem os pontos centrais do conflito.

A conseqüência para Olmert foi perder um parceiro de coalizão conservador; até agora, ele não acabou com nenhum dos assentamentos ilegais, nunca abriu aos palestinos um posto interditado; em vez disso, intensificou os ataques ao Hamas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Mais flexibilidade teria tornado não apenas a vida de Abbas mais fácil, como também os diálogos de Bush no Golfo, em Riad e no Egito. Há nesses países a disposição de apoiar o processo de paz entre israelenses e palestinos – a Liga Árabe há muito já se pronunciou a esse respeito. Mas espera-se que Israel demonstre prontidão em renunciar aos territórios ocupados e que Washington não se limite a discursos bonitos.

Enquanto isso não acontecer, não se poderá contar com apoio à política de Bush para o Irã, mesmo porque os próprios serviços secretos norte-americanos relativizaram o "perigo atômico" que, segundo o presidente, Teerã representaria. Todos querem ser deixados em paz, não criar problemas com o Irã e não se meter em aventuras que tenham um fim mais do que incerto.

E, enfim, no que concerne à democratização, é claro que nenhum desses países se entusiasma com as idéias de Bush. Já por questões de manutenção do poder, e também porque as tentativas de democratização emprendidas até agora pelos EUA no Oriente Médio não são exatamente convincentes. Mesmo que não se aponte – como sempre – para o Iraque... (lk)

Peter Philipp é chefe da equipe de correspondentes da Deutsche Welle e especialista em Oriente Médio.

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