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Opinião: Chega de plástico!

Lukas Hansen
3 de abril de 2018

A cada ano, produzimos toneladas de resíduos que não podem ser decompostos de forma natural. Uma insanidade: é hora de algo mudar, especialmente na mente das pessoas, opina Lukas Hansen.

Gemüse in Kunststoffverpackung
Foto: picture-alliance/Photoshot

Supermercados que oferecem produtos sem embalagem – que impressionante! Restaurantes “zero-waste”, que desperdiçam o menos possível – isso parece ótimo! Com tais tendências, pode-se pensar que estamos vivendo com consciência ambiental. Que nada! Mais de 8 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas por nós nos últimos 80 anos, afirmam pesquisadores americanos na revista Science Advances. E, a cada ano, a quantidade aumenta.

Lukas Hansen participa do programa de trainee da DW

As montanhas de resíduos estão só crescendo, especialmente em países em desenvolvimento asiáticos como a Indonésia. Durante milênios, usou-se ali produtos degradáveis, como folhas de bananeira, como embalagem. Então veio o plástico e, com ele, o lixo. Quase não há leis que regulam o tema, e são poucas as empresas privadas que lidam com o lixo. Muitas vezes, o lixo plástico acaba em rios ou é simplesmente enterrado.

A China, apesar de ser um dos principais produtores de resíduos, comprava o lixo europeu e, assim, fez um negócio milionário. Mas os chineses pararam de importar resíduos plásticos – eles já produzem, sozinhos, lixo o suficiente. A justificativa oficial é que os chineses querem proteger o meio ambiente.

E isso é uma vergonha para a Europa e a Alemanha, da qual a China comprou, em 2016, 1,5 milhão de toneladas de resíduos plásticos. E o que fazemos agora? Em caso de dúvida, queimamos – o que não é muito sustentável. Mas reciclar custaria muito mais caro. Afinal, as empresas de tratamento de lixo estão interessadas somente no dinheiro.

Agora, novas leis deverão ajudar nessa questão. No início do ano, a Comissão Europeia apresentou uma estratégia para reduzir a montanha de resíduos plásticos até 2030: menos plástico e mais reciclagem. Os países-membros do bloco europeu deverão criar leis concretas, por exemplo, proibindo embalagens desnecessárias. Afinal, há empresas que descascam ovos cozidos apenas para, depois, colocá-los em plásticos.

Alguns países africanos estão à frente – e Ruanda ainda mais. Desde 2004, os sacos plásticos são proibidos no país. E quem joga uma garrafa de plástico no chão paga multa. A nação na África Central é considerada a mais limpa do continente. E no Quênia há regras ainda mais duras: quem for pego com uma sacola plástica tem que pagar uma multa de até 37 mil euros – ou, no pior dos casos, quatro anos de prisão.

Agora, a UE corre atrás do prejuízo. Em breve, não teremos mais sacolas plásticas em supermercados europeus. Copos de café para viagem serão, "se possível", abolidos. Mas já devemos comemorar? Cedo demais. Isso porque, com ou sem regulamentos, a mudança deve começar nas mentes das pessoas: elas devem estar preparadas para renunciar ao supérfluo que, no melhor dos casos, serve apenas a seu próprio conforto.

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