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Nova liderança

20 de novembro de 2009

A União Europeia perdeu uma grande oportunidade ao nomear Van Rompuy com base não em objetivos políticos, mas em compromissos, opina Christoph Hasselbach. A representação do bloco continua abaixo do seu peso econômico.

Uma oportunidade perdida para a Europa: esse é o triste resultado da cúpula extraordinária da União Europeia (UE). Com a criação do cargo de presidente do Conselho Europeu, o Tratado de Lisboa abriu a possibilidade de o bloco se apresentar externamente de forma mais efetiva. Com a nomeação de Hermann Van Rompuy, a oportunidade não foi aproveitada.

Decisivas para a escolha não foram as motivações políticas da UE com o novo cargo, mas diversas manobras de equilíbrio – entre a direita e a esquerda, entre pequenos e grandes países, entre leste e oeste, norte e sul, homens e mulheres. Tudo isso devia ser balanceado na nomeação do presidente do Conselho Europeu e do alto representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Para que isso seja possível, só escolhendo um mínimo denominador comum. Van Rompuy tornou-se presidente do Conselho não por ser considerado o melhor candidato, mas por ter provocado a menor resistência.

Mas isso é muito pouco para um posto de tal importância. O presidente do Conselho será o Mr. Europa, aquele a quem Barack Obama ou Hu Jintao irão se dirigir. Será que alguém consegue imaginar a sério que Van Rompuy cumprirá essa função? Talvez ele seja um coordenador e negociador aceitável, o que naturalmente também se espera que ele faça. Mas é muito difícil imaginá-lo como o principal interlocutor de Obama.

Não muito melhor foi a escolha de Catherine Ashton para o cargo de alta representante de política externa, outra posição de grande influência e uma das "caras" da Europa no mundo. Nada pessoalmente contra os dois, mas ter carisma é algo bem diferente.

Queriam ou não, os governos apontaram um caminho com sua decisão. A UE vai continuar desempenhando um papel modesto na política internacional, muito abaixo de sua importância econômica. Possivelmente essa era até mesmo a intenção de alguns. Pois quanto mais fraca for a representação central do bloco, mais os chefes de Estado e de governo dos países-membros poderão se sobressair.

No entanto, a Europa só poderá defender seus interesses se tiver uma representação central forte e unitária, e isso vale também para as pessoas que a representam. Agora é possível que o contrário aconteça.

Há apenas um consolo: trata-se de uma primeira vez. Possivelmente a Europa terá aprendido algo para uma segunda oportunidade.

Autor: Christoph Hasselbach
Revisão: Alexandre Schossler

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