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Democracia americana sobrevive às eleições de meio mandato

Ines Pohl
Ines Pohl
10 de novembro de 2022

Desastre previsto para os democratas e a democracia nos EUA não se concretizou. A influência de Donald Trump parece significativamente menor do que se temia mundo afora. E isso é um bom sinal, opina Ines Pohl.

Um eleitor comemora depois de votar em uma estação de votação em Atlanta, GeórgiaFoto: Elijah Nouvelage/Getty Images

Normalmente, as eleições legislativas de meio de mandato nos EUA mal desempenham um papel para a comunidade internacional. Normalmente, os debates entre candidatos a senadores e governadores giram em torno de questões domésticas, regionais, que não têm influência nos rumos do mundo.

Mas um "normalmente" não existe mais neste país, que está em crise existencial desde a presidência de Donald Trump. E durante muito tempo pareceu que, após as eleições de meio mandato, o país ficaria um passo mais perto do abismo.

Quão forte é a influência de Trump?

Por essa razão, o mundo estava de olho neste 8 de novembro. A grande questão era se Donald Trump e seus apoiadores conseguiriam minar ainda mais os sistemas democráticos e colocar negacionistas das eleições, racistas e extremistas de direita em cargos que nas próximas eleições presidenciais decidirão se os resultados eleitorais legítimos serão reconhecido − ou não.

No final das contas, era uma questão de saber se Trump também seria capaz de continuar, fora da Casa Branca,  com sua política destrutiva, que atingiu seu pico em 6 de janeiro de 2021 com a invasão do Capitólio , em Washington, por seus apoiadores.

Partido governante historicamente forte

Trump não teve sucesso. Eleitores não deram responsabilidade política em grande escala a candidatos que o ex-presidente apoiou. Pelo contrário. Durante décadas, nenhum partido no governo foi tão bem nas legislativas de meio mandato quanto os democratas do presidente Joe Biden.

As primeiras pesquisas mostram que nos EUA também são, naturalmente, as questões econômicas que mais preocupam as pessoas. Nos Estados Unidos, também os preços no mercado imobiliário estão subindo imensamente em algumas regiões, a inflação é alta e as preocupações com o futuro são grandes.

Mas estas pesquisas também mostram que muitos americanos e americanas estão muito preocupados com a situação de sua democracia − e entenderam que não votar, ao final, joga a favor dos fanáticos. A afluência dos eleitores às urnas foi correspondentemente elevada.

Quem votou pela primeira vez quer proteção ambiental

É impressionante que um número particularmente grande de eleitores e eleitoras que votaram pela primeira vez também estejam particularmente preocupados com a luta contra a catástrofe climática nos Estados Unidos. Uma questão que é ridicularizada por quase todos os republicanos neste grande país.

Portanto, tudo isso − e o debate sobre o direito ao aborto − impediu a temida marcha da vitória dos republicanos de Trump.

Tudo isso fortalece o presidente Biden. Mesmo que governar certamente não se torne mais fácil se os democratas, como é provável, perderem sua maioria no Congresso.

Republicanos conseguirão se libertar?

A pergunta agora é o que este resultado significa para o Partido Republicano. Será que eles conseguirão se libertar de Trump agora que há evidências de que as posições extremas dele não são capazes de conquistar a maioria do país? Será que na próxima semana Trump anunciará sua candidatura à Presidência? Será que homens como Ron DeSantis, o governador da Flórida que conseguiu garantir a vitória eleitoral mantendo distância de Trump, terão a coragem de concorrer contra ele?

Após este pleito, a atenção já se volta para o próximo. O presidente Biden não deixou dúvidas de que está de olho em 2024, claramente fazendo do relativo sucesso dos democratas seu próprio sucesso e anunciando que ele e a esposa, Jill, decidirão no início do ano que vem se ele concorrerá novamente.

Há muitas perguntas, portanto, a serem respondidas nos próximos dias e semanas. Mas, por enquanto, pode-se respirar fundo. A democracia americana, que quase havia sido declarada morta, está viva. E isso é realmente uma boa notícia.

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Ines Pohl é correspondente da DW em Washington. O texto reflete a opinião pessoal da autora, não necessariamente da DW.

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