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EsporteJapão

Jogos de Tóquio sem público é o mínimo que se podia fazer

9 de julho de 2021

Devido à pandemia, as Olimpíadas vão ocorrer pela primeira vez sem espectadores. Ao contrário da Uefa, os organizadores do evento no Japão demonstraram um nível mínimo de responsabilidade, opina Stefan Nestler.

Estádio Nacional de Tóquio: arquibancadas permanecerão vaziasFoto: picture-alliance/dpa/M. Wolf

"Não tivemos escolha", disse Seiko Hashimoto, chefe do Comitê Organizador das Olimpíadas de Tóquio, após anunciar a decisão de banir os espectadores dos Jogos no mês que vem.

Há meses estava claro que os visitantes estrangeiros não poderiam viajar ao Japão, mas os organizadores esperavam permitir até 10 mil fãs locais por evento, a fim de criar pelo menos uma certa atmosfera olímpica.

Mas agora é oficial: pela primeira vez, os Jogos Olímpicos acontecerão em arenas vazias. Sejam bem-vindos a Tóquio 2020: as Olimpíadas do Coronavírus.

Após discussões com o governo japonês e o Comitê Olímpico Internacional (COI), o comitê organizador não teve outra opção a não ser desistir do plano original. A dura realidade e o clima geral contribuíram.

Nas últimas três semanas, as taxas de infecção por covid-19 continuaram a aumentar no Japão. Como em muitos outros países do mundo, os números se devem à variante delta, que é altamente infecciosa.

A piora da situação se soma a um clima que há meses tem sido crítico em relação aos Jogos. Muitas pessoas no Japão temem que a Olimpíada possa se transformar em um evento de superpropagação da doença.

O vírus como lembrança

A preocupação é compreensível. O maior evento esportivo do mundo e uma pandemia simplesmente não combinam.

Espera-se que mais de 11 mil atletas e milhares de treinadores, membros de equipes, autoridades e jornalistas de todo o mundo viajem a Tóquio. A probabilidade de que pelo menos alguns deles tragam o vírus é certamente próxima de 100%, assim como a probabilidade de que outros o levem de volta para casa como um "souvenir" indesejado.

Cancelar os Jogos completamente, na verdade, teria sido a decisão mais sensata, mas isso dificilmente poderia se esperar apenas duas semanas antes da cerimônia de abertura.

Com a exclusão de todos os espectadores das competições, os organizadores ​​em Tóquio demonstram ter ao menos um mínimo de responsabilidade – ao contrário dos organizadores da Eurocopa. A Uefa facilitou a propagação do vírus por meio de estádios parcial ou completamente lotados – aceitando assim, conscientemente, a morte de pessoas.

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O jornalista Stefan Nestler é repórter do departamento de esportes da DW. O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente da DW.

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