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Memória do nazismo

27 de janeiro de 2009

No dia 27 de janeiro se celebra a memória do Holocausto. Esta é a data de libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas, em 1945. Cornelia Rabitz comenta.

Cerca de um milhão de pessoas do mundo inteiro visita a cada ano o memorial de Auschwitz, a fim de recordar o extermínio dos judeus. É um número considerável de pessoas interessadas em aprender com a história e em fazer uma imagem da vida e da morte neste antigo vestíbulo do inferno.

Cornelia RabitzFoto: DW / A. Galkina

Há pouco tempo, os responsáveis pela localidade alertaram que o edifício ameaça ruir e que sua restauração vai requerer muito dinheiro. A Alemanha reagiu rapidamente e anunciou que pretende dar uma contribuição financeira. No que fez muito bem. Mais de seis décadas após o fim da Guerra, continua sendo uma obrigação do Estado e da sociedade assumir a responsabilidade histórica e manter viva a memória.

No entanto, isso se torna cada vez mais difícil, quanto mais remotos se tornarem os acontecimentos e à medida que as testemunhas da época forem morrendo. Livros de história, museus, documentários de televisão ou filmes têm que substituir as conversas pessoais. Não só a distância temporal, mas também a proximidade emocional em relação ao assunto continua diminuindo cada vez mais.

Aprender com a história também significa atentar para hoje, se munir contra a discriminação, o racismo, a xenofobia e – evidentemente – o antissemitismo. Diante dos conflitos entre Israel e os palestinos, é angustiante observar como vem diminuindo a inibição de transformar pessoas de origem judaica em alvo de cartas ou e-mails repletos de ódio. Sobretudo na Alemanha. É assustadora a persistência com que os estereótipos antissemitas se mantêm, conforme sempre voltam a comprovar as enquetes. Assustador que os neonazistas batam tambores em alto volume em suas passeatas, assustador que propaganda e deturpação histórica tenham ressonância em certos segmentos da nossa sociedade.

Mesmo assim, a celebração deste ano em memória ao Holocausto inclui vários eventos, concertos e leituras, ou seja, ocasiões para tratar deste tema. Manter viva a memória poderia se tornar cada vez mais uma tarefa europeia. Numa Europa que se une cada vez mais, estaria na hora de chegar a um discurso consensual sobre a memória. Confrontar-se com o lado sombrio da própria história não é evidente em toda parte. A Alemanha, que percorreu um longo e árduo caminho trabalhando a culpa e os crimes nazistas, poderia muito bem servir de exemplo. (sm)

Cornelia Rabitz integra a redação de Cultura da DW-RADIO.

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