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Uma segunda onda é inevitável

28 de julho de 2020

Uma próxima onda do novo coronavírus certamente virá, inclusive na Europa. Ela não poderá ser evitada: será, na melhor das hipóteses, atenuada. A pandemia é agora ainda mais perigosa do que era no primeiro dia.

Bar na ilha espanhola de Maiorca: popular destino turístico entre alemãesFoto: picture-alliance/dpa/M. Wrobel/Birdy Media

Muitos países em todo o mundo reagiram à pandemia logo no início, com medidas rigorosas de bloqueio e um rastreamento consistente das cadeias de infecção. E foram bem sucedidos em fazê-lo.

Nesses países, a curva de infecção, que inicialmente havia subido exponencialmente, foi interrompida. As novas infecções estão agora em baixa. Exemplos disso são China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Taiwan, além de alguns Estados-membros da União Europeia.

Após as experiências dramáticas dos últimos seis meses, foi possível manter os sistemas de saúde funcionando em quase todas as partes e fazer a economia funcionar novamente, apesar dos sérios reveses enfrentados.

Mas o lento retorno à normalidade em alguns países não pode nos levar ao descuido. A pandemia ainda está longe de ter passado no mundo. Pelo contrário: a curva das novas infecções globais continua a crescer exponencialmente. Portanto, dia após dia há cada vez mais pessoas recém-infectadas – e não menos. A pandemia é agora ainda mais perigosa do que era no primeiro dia.

A pandemia atinge especialmente lugares onde os sistemas de saúde não funcionam tão bem, onde as pessoas são mais pobres e, portanto, vivem juntas em espaços mais confinados, ou onde as autoridades colocam os interesses econômicos à frente da saúde de seus cidadãos e não tomam medidas severas.

Enquanto em países como EUA, Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e México, a primeira onda de coronavírus ainda está atingindo seu auge, a temida segunda onda é agora ameaçadora em países que passaram suavemente pela primeira. E em muitos países da UE os números de casos já estão subindo novamente.

A próxima onda de infecções certamente virá. Não será evitada: na melhor das hipóteses, pode ser atenuada. Mas isso só funcionará se as pessoas continuarem a adotar restrições. E isso significa, em particular: abster-se de socializar, de ver e ser visto, de festas e eventos.

As férias – nos lugares onde elas são novamente possíveis – também podem ser aproveitadas em família ou em um círculo de amigos. Mas quem pensa que deve absolutamente se juntar a milhares de outras pessoas novamente, quem se desinibe com álcool ou drogas e não mantém distância dos outros, está agindo de forma irresponsável e sem espírito de solidariedade.

Todos nós pagamos caro para chegar aos baixos índices de infecção atuais. Muitos perderam parentes e amigos. Outros perderam o emprego ou tiveram que abrir mão de seus negócios. Devemos a eles e a nós mesmos continuar a levar a sério o coronavírus. Um relaxamento das medidas de proteção não é um convite gratuito para a imprudência.

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Fabian Schmidt Jornalista especializado em Ciência, com foco em tecnologia e invenções.
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