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Oposição a Putin ganha força em eleição em Moscou

9 de setembro de 2019

Após campanha por "voto útil", candidatos apoiados por crítico do Kremlin Alexei Navalny conquistam 20 de 45 assentos no Legislativo de Moscou, mas governistas mantêm maioria e seguem fortes no restante do país.

Líder oposicionista russo Alexei Navalny, deposita cédula na urna durante eleição
Líder oposicionista russo Alexei Navalny, durante votaçãoFoto: picture alliance/dpa/TASS/S. Bobylev

Candidatos apoiados por Alexei Navalny, principal líder da oposição ao Kremlin, conquistaram quase metade dos assentos na Duma da Cidade de Moscou, o parlamento municipal, em eleições realizadas neste domingo (08/09), segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira. 

Embora tenham sido realizadas mais de cinco mil eleições regionais de diferentes níveis por toda a Rússia, a maior atenção esteve focada em Moscou, onde a decisão da comissão eleitoral de não registar quase todos os candidatos da oposição causou nos últimos meses os maiores protestos na Rússia desde 2012. 

Centenas de pessoas foram presas nas manifestações. Também no domingo, cerca de uma dezena de militantes foram detidos durante uma passeata de solidariedade aos manifestantes detidos.

Após a apuração de 99% dos votos, candidatos apoiados por Navalny conseguiram se eleger para 20 dos 45 assentos da Duma da Cidade de Moscou. "Esse é um resultado excelente, e nós lutamos juntos por ele", afirmou Navalny nesta segunda-feira, através do Twitter.

Diante da impossibilidade de participar destas eleições, a oposição optou pelo "voto útil" contra o Rússia Unida, partido do presidente russo, Vladimir Putin. A estratégia foi lançada por Navalny, que convocou os eleitores, através de sua página na internet, a votarem nos candidatos com maiores chances de derrotar os representantes governistas.

Os comunistas, que anteriormente tinham cinco assentos, foram os maiores ganhadores, podendo ficar com entre 13 a 14 lugares, de acordo com as agências Interfax e Ria Novosti. O liberal Yabloko ("maçã" em russo) e o esquerdista Rússia Justa, que não estavam anteriormente representados na Duma da Cidade de Moscou, devem ganhar três assentos cada um.

Os índices de aprovação do Rússia Unida já tinham atingido um nível baixo na cidade mesmo antes da eleição. Após semanas de protestos em massa da oposição, nenhum político se candidatou oficialmente pelo partido em Moscou. Membros da legenda governista se apresentaram como candidatos independentes, apesar de continuarem sendo apoiados pelo partido.

Até agora, 38 dos 45 assentos na Duma de Moscou eram ocupados por candidatos leais ao Kremlin, dos quais 28 eram do Rússia Unida. Agora restaram apenas 26 ou 25 assentos aos governistas, o que significa que perderam um terço de seus assentos.

Segundo a Interfax, apenas nove membros da Duma de Moscou pertencentes ao partido do Kremlin foram reeleitos no domingo. O líder do partido em Moscou, Andrej Metelski, perdeu seu assento.

No resto do país, contudo, o "voto útil" não teve o mesmo resultado, com a Rússia Unida conquistando maiorias em 11 parlamentos locais, segundo o secretário do conselho geral do partido, Andrei Turchak.

Todos os atuais e atuais governadores conseguiram manter suas posições, sendo a maioria associada ao Kremlin. Em São Petersburgo, o governador Alexander Beglov, aliado de Putin, obteve 64,68% dos votos, depois da apuração de 93,18% dos votos.

MD/efe/lusa/afp/ap

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