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Oposição ataca plano de Obama para o clima

4 de agosto de 2015

Republicanos e indústria da mineração atacam Plano de Energia Limpa anunciado pelo presidente, afirmando que vai prejudicar empresas e consumidores. Congressistas e lobistas lançam estratégia para barrar iniciativa.

Os líderes republicanos John Boehner (esq.) e Mitch McConnell querem barrar plano de ObamaFoto: Getty Images/W. McNamee

O Plano de Energia Limpa lançado pelo presidente Barack Obama nesta segunda-feira (03/07), que estabelece metas para uma ampla redução das emissões de carbono nos Estados Unidos, gerou protestos da indústria mineradora americana e do Congresso.

As novas regras, lançadas quatro meses antes da Conferência Internacional do Clima em Paris, visam uma redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa em 32% em relação aos níveis de 2005, até 2030.

A Associação Nacional de Mineração (NMA, na sigla em inglês) classificou o plano de "conveniência política" e apresentou queixa à Agência de Proteção Ambiental (EPA), alegando que falta revisão jurídica ao plano. Segundo a NMA, as medidas propostas irão aumentar os custos de eletricidade, especialmente para as camadas mais pobres. A implementação da iniciativa de Obama poderá acarretar sérios prejuízos para a indústria do carvão no país, afirma a associação.

O Partido Republicano reagiu fortemente à iniciativa do presidente. O senador John McCain afirmou em seu perfil no Twitter que o plano irá "prejudicar empresas e consumidores". Juntamente com outro colega de partido, McCain apresentou um projeto de lei que adia o cumprimento das novas medidas até que processos legais sejam decididos.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, declarou que irá fazer "de tudo" para bloquear o plano. O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, qualificou a iniciativa como "um insulto arrogante e de alto custo àqueles americanos que mal conseguem pagar suas contas".

Os pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA também criticaram as propostas, afirmando que, se eleitos, irão revertê-las. Jeb Bush chegou a afirmar que o plano irá eliminar postos de trabalho. Muitos estados já anunciaram que irão apelar aos tribunais.

Estratégia já estava traçada

Uma reportagem do jornal New York Times desta segunda-feira denunciou que os planos da oposição de barrar as reformas de Obama tiveram início já nos primeiros meses de 2014. Um grupo de advogados de corporações, lobistas da indústria do carvão e estrategistas do partido republicano, reunia-se regularmente na sede da Câmara do Comércio, em Washington, com o objetivo de elaborar uma estratégia legal para derrubar futuras regulamentações relacionadas ao aquecimento global, diz a reportagem.

No momento em que Obama anunciou o Plano de Energia Limpa, nesta segunda-feira, o pequeno grupo havia se expandido para uma rede ampla de advogados e lobistas com o apoio de políticos republicanos e líderes do Congresso, com a intenção de combater legalmente a iniciativa em todas as frentes.

Poucos minutos após o pronunciamento de Obama, o procurador-geral do estado da Virginia Ocidental, Patrick Morrissey, anunciou que ao menos 15 outros procuradores-gerais de estados governados por republicanos estavam preparando um processo legal em conjunto para desafiar o plano do governo federal, segundo o New York Times.

O presidente rejeitou os ataques jurídicos ao plano e lembrou que dois de seus antecessores republicanos – os presidentes Richard Nixon e George H.W. Bush –enfrentaram objeções similares ao lançarem legislações ambientais de grande impacto no passado.

A iniciativa do Plano de Energia Limpa indica determinação da administração de Obama em levar adiante as reformas climáticas, após vitórias jurídicas recentes do governo nas questões do casamento gay e das reformas do sistema de saúde, além do acordo histórico sobre o programa nuclear do Irã.

RC/dpa/rtr/ots

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