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Oposição síria pede intervenção militar após novo massacre no país

7 de junho de 2012

Opositores afirmam que forças aliadas ao governo sírio mataram pelo menos 55 pessoas em Hama, mesma província onde ao menos 100 foram mortos em massacre ocorrido há quase duas semanas. Governo sírio culpa "terroristas".

This citizen journalism image provided by Edlib News Network ENN, purports to show Syrian rebels gathered on their vehicle in the northern town of Kfar Nebel, in Idlib province, Syria, Tuesday, June 5, 2012. Rebel forces killed scores of Syrian soldiers in the past few days and activists claimed Tuesday the toll was more than 100 in what appeared to be some of the heaviest losses for government troops since the uprising began 15 months ago. (Foto:Edlib News Network ENN/AP/dapd) THE ASSOCIATED PRESS IS UNABLE TO INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, CONTENT, LOCATION OR DATE OF THIS HANDOUT PHOTOTO CLIENTS
Foto: dapd

Menos de duas semanas depois do massacre contra civis na Síria que chocou o mundo, surgem relatos sobre um segundo banho de sangue no país. Os opositores do regime apelam nesta quinta-feira (07/06) por uma retaliação e uma intervenção militar da Organização das Nações Unidas.

O Conselho Nacional Sírio, mais importante liga oposicionista ao regime de Bashar al Assad, pediu reforço de ações militares contra as forças do presidente do país. Segundo oposicionistas e ativistas de direitos humanos, soldados e integrantes da Shabiha, milícia aliada do governo, teriam matado nesta quarta-feira dezenas de pessoas, inclusive crianças, no vilarejo de Al Kubeir e na aldeia vizinha de Mazraat.

Governo culpa oposição

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo de ativistas sediado em Londres, afirmou que pelo menos 55 pessoas foram mortas em Al Kubeir. "Há 49 vítimas confirmadas e identificadas em Al-Kubeir. Entre os mortos, estão 18 mulheres e crianças", afirmou Rami Abdel Rahman, líder do Observatório. O ativista acrescentou que seis pessoas também foram mortas na vizinha Mazraat.

As forças do governo teriam primeiramente bombardeado Al Kubeir com granadas, abrindo caminho para que os milicianos saqueassem as ruas. Algumas das vítimas foram esfaqueadas e pelo menos 12 corpos foram queimados. A aldeia está localizada na província de Hama, onde há quase duas semanas mais de 100 pessoas foram mortas.

A televisão estatal síria reagiu prontamente e afirmou que "criminosos" foram responsáveis pelo assassinato de civis na província, acrescentando que o crime havia sido cometido deliberadamente antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU e outras reuniões internacionais, a fim de aumentar a pressão sobre a Síria.

A agência de notícias oficial do governo, Sana, reagiu de forma similar, informando sobre um confronto entre forças governamentais e "terroristas" da região, em que os últimos teriam sido todos mortos. "Terrorista" é como o governo sírio normalmente se refere à oposição.

Bloqueio

Segundo ativistas, o Exército da Síria está impedindo que enviados das Nações Unidas cheguem à região. "Tropas sírias estão bloqueando o acesso dos observadores da ONU a Al Kubeir e ao vilarejo de Maazaraf", afirmou um grupo ativista denominado Sham News Network. Segundo a entidade, na manhã desta quinta-feira os observadores foram impedidos de prosseguir, num posto de controle do Exército.

Sausan Ghosheh, porta-voz dos monitores da ONU, apenas confirmou à agência de notícias AFP que os observadores tentavam chegar à área, na província de Hama. "Estamos tentando ter acesso a Al-Kubeir. Ainda não chegamos à região." Indagado sobre os supostos bloqueios pelas forças governamentais, ele disse estar tentando saber o que ocorre no local.

Segundo diplomatas, após o fracasso de sua iniciativa de paz, o enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, quer formar um grupo de contato para tentar resolver o conflito iniciado há 15 meses. O grupo deverá ser composto pelas potências mundiais e protagonistas regionais, como o Irã. Annan deve apresentar à Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira, um relatório sobre a situação síria.

MD/rtr/afp/dpa
Revisão: Augusto Valente

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