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Prêmio de direitos humanos da UE para oposição venezuelana

24 de outubro de 2024

Entregue pelo Parlamento Europeu, Prêmio Sakharov vai para Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas últimas eleições da Venezuela, e Maria Corina Machado, que teve a candidatura barrada pelo regime de Maduro.

Líderes oposicionistas Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia levantam os braços e acenam para apoiadores em evento de campanha em Caracas, na Venezuela, em foto de 21 julho de 2024
Líderes oposicionistas Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia são perseguidos por questionarem vitória de Maduro em eleição amplamente contestada (foto de 21/07/2024)Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Os líderes oposicionistas venezuelanos Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia venceram a edição deste ano do Prêmio Sakharov, a maior distinção em direitos humanos da União Europeia.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24/10) pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, para quem a dupla "representa todos os venezuelanos lutando dentro e fora do país para restaurar a liberdade e a democracia".

Machado, que originalmente deveria ter disputado a Presidência venezuelana contra Nicolás Maduro nas eleições de 2024, acabou tendo a candidatura barrada pelo regime. No lugar dela, entrou González Urrutia.

A oposição alega vitória por ampla margem de votos contra Maduro, com base numa contagem independente, baseada na coleta de boletins de urna.

Os órgãos oficiais venezuelanos encarregados do pleito chancelaram a reeleição de Maduro sem jamais terem divulgado as atas eleitorais, a despeito da pressão internacional por transparência e em meio a amplas suspeitas de fraude.

Os questionamentos da oposição renderam a González Urrutia a acusação por parte do regime chavista de "usurpação de funções" e "falsificação de documentos públicos", entre outros crimes, seguida de um mandado de prisão. González Urrutia se refugiou na Espanha, onde vive exilado. Machado, que chegou a organizar alguns protestos na Venezuela, também foi obrigada a se esconder. Em setembro, o Parlamento Europeu reconheceu Urrutia como vencedor legítimo da eleição.

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"Edmundo e Maria continuaram a lutar pela transição de poder livre, justa e pacífica, e mantiveram destemidamente os valores tão caros a milhões de venezuelanos e a este Parlamento: justiça, democracia e o Estado de Direito", discursou Metsola.

"Este Parlamento está ao lado do povo da Venezuela e com Maria e Edmundo em sua luta pelo futuro democrático de seu país. Este prêmio é para eles, e nós estamos confiantes de que a Venezuela e a democracia vão prevalecer no fim."

Na lista de finalistas do Prêmio Sakharov estavam nomes como o do ativista anticorrupção Gubad Ibadoghlu, do Azerbaijão, e os coletivos feministas Women Wage Peace, de Israel, e o palestino Women of the Sun.

A distinção concedida pelo Parlamento Europeu é uma homenagem a quem tenha feito contribuições excepcionais à defesa dos direitos humanos ou ao livre-pensamento.

Entre os agraciados no passado estão o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e o líder oposicionista Alexei Navalny, morto no início de 2024. Em 2023, o prêmio foi entregue postumamente à iraniana Jina Mahsa Amini, cuja morte nas mãos da "polícia da moralidade" de Teerã, aos 22 anos, motivou protestos em todo o mundo sob, o lema "Mulher, vida, liberdade".

A entrega do Prêmio Sakharov está marcada para 18 de dezembro, em Estrasburgo, França, durante sessão plenária do Parlamento Europeu.

ra/av (AP, AFP, DPA, Reuters, ots)