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Edmundo González deixa a Venezuela e pede asilo à Espanha

8 de setembro de 2024

Candidato que enfrentou Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho voou para a Espanha na noite de sábado; ele estava refugiado na embaixada espanhola em Caracas depois de pedido de prisão.

González acena para pessoas na rua ao entrar em carro
Edmundo González estava refugiado na embaixada espanhola desde que o governo chavista pediu sua prisãoFoto: Jeampier Arguinzones/dpa/picture alliance

Edmundo González Urrutia, candidato que enfrentou o presidente Nicolás Maduro na contestada eleição de 28 de julho, pediu asilo à Espanha e deixou a Venezuela na noite de sábado (07/09). Ele chegou a Madri na tarde deste domingo. 

González viajou acompanhado de sua esposa e do secretário espanhol das Relações Exteriores, Diego Martínez Belío, e foi recebido pela secretária de Estado para a América Latina e Espanha no Mundo, Susana Sumelzo.

"A partir de agora, serão iniciados os procedimentos para o pedido de asilo, cuja resolução será favorável, tendo em vista o compromisso da Espanha com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos e venezuelanas, especialmente dos líderes políticos”, informou o órgão.

González já estava refugiado na embaixada espanhola em Caracas há alguns dias, após o Ministério Público da Venezuela pedir a sua prisão por "incitação à desobediência" e "conspiração".

A oposição denuncia que houve fraude na eleição - o que foi corroborado por entidades internacionais - e forças do regime chavista têm reprimido com violência as manifestações que questionam a autoproclamada vitória de Maduro para um terceiro mandato, com 52% dos votos.

A Justiça venezuelana investiga González pela publicação de atas eleitorais, obtidas em locais de votação, em uma página na internet. Segundo os documentos extraoficiais, o candidato teria obtido 60% dos votos.

O governo afirma que se trata de um material fraudulento, mas até o momento não apresentou provas da vitória de Maduro. O Conselho Nacional Eleitoral tem sido pressionado pela oposição e pela comunidade internacional para tornar públicos os registros detalhados de votação, o que ainda não aconteceu.

Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina estão entre os que têm contestado o resultado proclamado e pedido uma verificação dos votos.

Desde as eleições, a Venezuela mergulhou em uma situação de violência e repressão. Até o momento, 27 manifestantes foram assassinados, 192 feridos e 2.400 presos, entre eles menores de idade.

Embaixada argentina sob custódia do Brasil

A saída de González aconteceu um dia depois de a oposição denunciar que a embaixada da Argentina em Caracas está sob cerco do regime de Maduro. A missão diplomática sob comando do governo de Javier Milei foi expulsa do país, e coube ao Brasil a custódia do lugar, onde permanecem refugiados seis colaboradores da oposição, incluindo María Corina Machado, expoente da oposição. 

Caracas anunciou a revogação da autorização dada ao Brasil para representar a Argentina, o que foi contestado pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores informou que o país continuará representando os interesses da Argentina na Venezuela, uma vez que "não pode haver revogação unilateral da custódia”.

O Itamaraty afirmou que "seguirá representando os interesses da Argentina na Venezuela até que seja designado um substituto".

sf (AFP, ots)

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