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Opositor venezuelano Ledezma volta à prisão domiciliar

4 de agosto de 2017

Ex-prefeito de Caracas e um dos principais líderes da oposição estava detido há três dias, em paradeiro desconhecido. Esposa anuncia retorno à prisão domiciliar e agradece apoio.

Venezuela Oppositon - Antonio Ledezma
Ledezma em seu apartamento em Caracas, em foto de julho deste anoFoto: Imago/Agencia EFE/C. Hernández

O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, um dos principais opositores do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, retornou à prisão domiciliar, disse nesta sexta-feira (04/08) a mulher do político, Mitzy Capriles. Ele havia sido detido há três dias, e seu paradeiro era desconhecido.

"Informo ao país que há alguns minutos, surpreendentemente, o Sebin [Serviço Bolivariano de Inteligência] trouxe Antonio à nossa residência. Ele retorna à prisão domiciliar", escreveu Capriles no perfil do marido no Twitter. Ela ainda agradeceu ao povo venezuelano e à comunidade internacional pela "preocupação e grande solidariedade" demonstradas.

Segundo Capriles, ao entrar no apartamento, Ledezma disse que retornava à residência "com a angústia de saber que Leopoldo e mais de 600 presos políticos continuam atrás das grades".

A declaração se referia ao líder opositor Leopoldo López. Na madrugada desta terça-feira, Ledezma e López foram detidos pelo Sebin e levados para um local desconhecido, sob ordem do Tribunal Supremo de Justiça. Ambos se encontravam em prisão domiciliar.

López ao passar a cumprir prisão domiciliar, em 8 de julhoFoto: Getty Images/AFP/J. Hernandez

Na noite desta quarta-feira, Capriles escreveu no Twitter que a família já estava há 65 horas sem saber do paradeiro de Ledezma. "Em Ramo Verde [prisão militar], onde ele supostamente estaria, não aceitaram a comida e os lençóis que levamos", afirmou a mulher do opositor na ocasião.

Ledezma e López estão entre os políticos de oposição mais conhecidos da Venezuela. No fim de semana antes da detenção, eles haviam apelado à população para que boicotasse a eleição da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro e marcada pela violência.

A detenção deles suscitou críticas internacionais. Os Estados Unidos expressaram preocupação com as prisões e anunciaram sanções a Maduro. A União Europeia e as Nações Unidas condenaram a ação das autoridades venezuelanas, que justificaram as detenções por "risco de fuga".

Ledezma está preso há dois anos e meio. Ele passou meses detido numa prisão militar e, por motivos de saúde, obteve a permissão de passar para a prisão domiciliar em fevereiro de 2016.

Já López ficou detido na mesma prisão durante quase três anos, onde, segundo a família, advogados e membros de oposição, ele teria sido torturado várias vezes. Em 8 de julho, passou a cumprir prisão domiciliar, autorizada pelo Tribunal Supremo de Justiça.

EK/dpa/efe/lusa/rtr/ots

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