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SaúdeJapão

Organizadores descartam cancelamento da Olimpíada de Tóquio

3 de junho de 2021

Presidente de comitê organizador também rejeita adiamento e afirma que evento só seria cancelado se maioria das delegações não pudesse viajar. Declaração é feita após desistência de 10 mil voluntários.

Seiko Hashimoto no evento do início do revezamento da tocha olímpica dos Jogos de Tóquio
Hashimoto garante que jogos serão realizados com segurança Foto: Kim Kyung-Hoon/Pool Reuters/AP/picture alliance

Um dia após 10 mil voluntários desistirem de trabalhar na Olimpíada de Tóquio, a presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Seiko Hashimoto, descartou nesta quinta-feira (03/06) o adiamento ou cancelamento do evento. A declaração foi dada em meio a dúvidas de que a competição possa ocorrer de forma segurança devido à pandemia de covid-19.

Há exatamente 50 dias da abertura, Hashimoto ressaltou que o cancelamento da Olimpíada só ocorreria numa situação extrema, como o impedimento da maioria das equipes de viajar. "Se vários países vivenciarem situações muito sérias e a maioria das delegações não puderem vir, então não poderemos realizar os jogos", afirmou ao jornal japonês Nikkan Sports.

Pesquisas de opinião tem mostrado que a maioria dos japoneses quer que os Jogos Olímpicos sejam adiados novamente ou cancelados em meio ao aumento de casos de covid-19 e uma lenta campanha de vacinação.

"Não podemos adiar novamente", acrescentou Hashimoto. Programada para começar em 23 de julho, a Olimpíada, que deveria ocorrer em 2020, já foi adiada por ano devido à pandemia.

Comitê organizador garante segurança

Os organizadores da Olimpíada de Tóquio e o Comitê Olímpico Internacional (COI) se comprometeram a organizar os Jogos Olímpicos de forma segura, através de um rigoroso protocolo de higiene. A participação de público estrangeiro já foi vetada e autoridades ainda não decidiram se permitirão a presença do público local nas competições.

O ministro da Economia japonês, Yasutoshi Nishimura, afirmou na quinta-feira que torcedores animados, gritando e se abraçando podem representar um risco de contágio.

As cidades destinadas a sediar treinamentos e eventos olímpicos têm expressado cada vez mais dúvidas e temem que as delegações estrangeiras tragam variantes do coronavírus ao país ou drenem recursos médicos. Algumas localidades estão desistindo de abrigar delegações estrangeiras, como Kurume, que receberia atletas do Quênia para treinar antes do início dos jogos.

Desistência de milhares de voluntários

Na quarta-feira, os organizadores do evento confirmaram que cerca de 10 mil voluntários que deveriam trabalhar na Olimpíada desistiram de atuar nos eventos. Entre os motivos da desistência estavam a preocupação com as infecções por coronavírus e o adiamento do evento em um ano.

O Japão enfrenta uma quarta onda de covid-19 e sofre com o avanço lento da vacinação. Médicos vêm alertando autoridades sobre os riscos de realizar o evento neste momento no país. O estado de emergência em Tóquio foi prorrogado até o 20 de junho, um mês antes de as competições começarem.

Embora o país não tenha sido tão afetado pela pandemia quanto outras nações, mais casos graves de covid-19 têm sido registrados no recente surto. O país contabilizou mais de 746 mil infecções e 13 mil mortes em decorrência da doença.

cn (Reuters/AFP)

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