Considerado um pioneiro do turismo moderno, o britânico Thomas Cook começou seu negócio com uma excursão para trabalhadores. Com os anos, o modelo de viagem conquistou as classes mais ricas e se popularizou pelo mundo.
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Em 5 de julho de 1841, Thomas Cook dava início a um dos formatos mais característicos do turismo moderno ao organizar uma excursão para trabalhadores e suas famílias, de Leicester a Loughborough, na Inglaterra.
Ex-pastor batista, Cook acreditava que a maioria dos problemas sociais da era vitoriana estava relacionada ao álcool e que a vida da classe trabalhadora melhoraria significativamente se se bebesse menos e se recebesse mais educação. O objetivo de sua excursão era, portanto, oferecer um passatempo como alternativa à bebida.
O bilhete incluía as viagens de ida e volta de trem, um sanduíche de presunto e uma xícara de chá. O passeio contou com trilha sonora executada pelos próprios viajantes, atraindo atenção por onde passava. "As pessoas saíam às ruas, se penduravam nas janelas e subiam nos telhados para nos dar as boas-vindas durante todo o trajeto", relatou Cook.
Apesar de esse primeiro tour não ter incluído um pernoite, já se tratava de um pacote de viagem, aponta Jürgen Schmude, professor de Turismo na Universidade Ludwig Maximilian de Munique. "Essa viagem a Loughborough foi definitivamente a precursora do pacote de férias moderno."
Volta ao mundo
Outras excursões de trem se seguiram e, como o tempo, Cook foi expandindo seu repertório. A partir de 1846, ele organizou tours coletivos para Escócia, Irlanda e Europa continental. Em 1866, ele começou a fazer passeios também para Estados Unidos e Canadá.
Logo vieram cruzeiros pelo Nilo e, por fim, até voltas ao mundo. Em 1872, Cook começou a organizar um tour anual com 22 dias de duração, cobrindo 40 mil quilômetros. Como o preço de uma viagem era levado, o britânico conseguiu conquistar clientes das classes mais ricas.
Hasso Spode, historiador do arquivo Willy Scharnow da Universidade Técnica de Berlim, destaca que Cook não foi o inventor de fato dos pacotes de férias, pois antes dele já eram organizadas na Inglaterra excursões de trem com um dia de duração. "Mas Cook com certeza foi o primeiro operador de pacotes de férias, tendo seu negócio se tornado global em 1900", diz Spode.
Para a biógrafa de Cook e especialista em turismo Jörn Mundt, o britânico é um dos mais importantes pioneiros do setor. "O que fez com que o negócio dele se destacasse foi a habilidade dele de reconhecer a importância de ideias de negócio já existentes e usá-las de forma eficaz e bem-sucedida", afirma.
A democratização do turismo
Segundo Schmude, uma democratização do turismo demorou a acontecer, pois à maioria das pessoas faltava tempo e dinheiro para sair de férias. Foi somente na segunda meta do século 20 que o turismo de massa se desenvolveu.
"Isso teve a ver com muitos fatores: um aumento dos níveis de renda, direito a férias e mobilidade – com a introdução dos voos comerciais baratos", explica Schmude. "Também surgiram pacotes de férias oferecidos por lojas de departamento como a Neckermann, o que significava que viajar se tornou acessível para uma grande parcela da população."
Hoje, o limite do turismo de massa parece ter sido atingido. "A tendência é observarmos mudanças em termos de distância e destinos", afirma o especialista em turismo. "Alguns países enfrentam um cenário desfavorável no curto prazo, como quando há instabilidade política ou até ataques a turistas."
Cook morreu em 1892, aos 83 anos. Sua empresa permaneceu sob o comando da família até 1928. Hoje, o grupo Thomas Cook é uma companhia de capital aberto, com sede em Londres.
LPF/epd/dw
Maravilhas da natureza na Alemanha
Você sabia que a Alemanha tem uma lagoa azul e o maior gêiser de água fria do mundo? Conheça 21 paisagens naturais do país.
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Picos de Arenito do Elba
Há 150 anos, as formações rochosas do Parque Nacional da Suíça Saxônica são um destino apreciado por montanhistas. Alguns dos picos possuem trilhas e escadas que facilitam o acesso. De cima, é possível ter uma vista panorâmica da paisagem, com seus penhascos, desfiladeiros e florestas.
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A nascente Blautopf
O azul intenso da nascente do rio Blau pode ser visto especialmente em dias ensolarados. Ela fica perto de Blaubeuren, em Baden-Württemberg, e é a segunda maior fonte cárstica da Alemanha, com 21 metros de profundidade. Sob a superfície da água, há um extenso sistema de cavernas. A fonte azul é cercada de lendas, como "A bela Lau", de Eduard Mörike, sobre uma sereia.
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Gêiser de Andernach
O maior gêiser de água fria do mundo, com jatos de água de até 60 metros de altura, consta até no Livro Guinnes dos Recordes. Ele fica perto de Andernach, na região de Eifel, e entra em erupção por oito minutos em intervalos de 100 minutos.
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Formação rochosa Externsteine
A formação rochosa na Floresta de Teutoburgo, com rochedos de até 30 metros de altura, tem caminhos, degraus e figuras esculpidas, provavelmente nos séculos 11 e 12, cuja autoria ainda não foi esclarecida.
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O lago Maria Laach
O lago fica na cratera de 3,3 quilômetros quadrados de um vulcão na região de Eifel. Segundo os sismólogos, ele está adormecido. Sua última erupção foi há 10 mil anos. À primeira vista, ele parece um lago como qualquer outro, não fossem as bolhas de CO2 na sua parte oriental, uma evidência da atividade vulcânica.
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O vale Höllental
O "vale do inferno", que é a tradução literal de Höllental, tem desfiladeiros de até 150 metros de profundidade em Grainau, na Baviera. Os aventureiros podem passear por cachoeiras, túneis, caminhos sinuosos e pontes entre paredões de rocha, da primavera ao outono. Ele só não é acessável no inverno europeu porque as pontes e as passarelas são desmontadas, para serem reconstruídas em maio.
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O estreito do Danúbio
Em Weltenburg, na Baviera, as margens do rio Danúbio têm altos rochedos cheios de desfiladeiros. A melhor maneira de apreciar tudo isso é de um barco.
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Mar de flores na charneca de Lüneburg
No verão, os campos no estado da Baixa Saxônia ficam cobertos de flores lilases. A Lüneburger Heide, ou charneca de Lüneburg, é uma grande área de prados e bosques, ideal para caminhadas ou passeios de bicicleta.
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O banco de areia Kniepsand
Embora seja considerado uma praia da ilha alemã de Amrum, Kniepsand na realidade é um banco de areia no mar. Com suas areias branquinhas, ele migra cerca de 50 m por ano e forma belas dunas.
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Os lagos de Mecklemburgo
A região lacustre de Mecklemburgo, no norte da Alemanha, também é conhecida como "o estado dos mil lagos". O maior deles é o Müritz, com mais de 100 km2.
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A "Longa Anna"
"Lange Anna, a "Longa Anna", é um rochedo de arenito de 50 metros de altura na ilha de Helgoland. Ao longo da história, ele já enfrentou até explosões de bombas. Mas devido a sua constituição frágil, o arenito não deverá resistir ao vento e à chuva dos próximos séculos.
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Sítios fossilíferos de Holzmaden
Em Holzmaden, no estado de Baden-Württemberg, foram encontrados restos fossilizados de criaturas de milhões de anos atrás em surpreendente estado de conservação. Eles podem ser vistos no museu pré-histórico Hauff, junto ao sítio fossilífero.
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Rochedos de Tüchersfeld
Os rochedos de Tüchersfeld, na Baviera, parecem desafiar todas as leis da gravidade. E junto às rochas foram edificadas belas casas em estilo enxaimel, que abrigam o Museu da Francônia Suíça, uma região característica da Alta Baviera, com colinas, impressionantes formações rochosas e cavernas, além de uma alta concentração de burgos e ruínas.
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Cachoeira de Urach
As águas da cachoeira de Urach, em Baden-Württemberg, caem de uma altura de 37 metros e prosseguem por uma parede rochosa íngreme, coberta de musgos. Seja de baixo ou de cima, sempre há belos ângulos para fotografar.
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O Mar de Wadden ou Mar Frísio
Um dos fenômenos mais notáveis na Alemanha é o Mar de Wadden (Wattenmeer, em alemão). Duas vezes ao dia, a maré recua vários quilômetros, deixando para trás uma enorme paisagem alagadiça. Este é um paraíso para animais e plantas. Ali vive também uma grande quantidade de aves migratórias. No verão, é frequentado ainda por focas e ocasionalmente por marsuínos, parentes do golfinho.
Cascatas de Kuhflucht
Trata-se de três quedas d'água nas proximidades de Garmisch-Partenkirchen, na Baviera, com uma altura total de queda de 270 metros. Traduzido literalmente para o português, significaria "fuga da vaca", mas uma placa no local informa que o nome provavelmente vem do tempo dos romanos e se origina de "confluctum", ou convergência das águas da cascata com as do rio Loisach.
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Vale do Bode na região de Harz
O vale do rio Bode na Saxônia-Anhalt é uma das áreas de natureza protegida mais antigas da Alemanha. As copas coloridas dos densos bosques e as formações rochosas às margens do rio proporcionam um charme natural à região, muito apreciada para fazer caminhadas.
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Desfiladeiros do vale de Breitach
O Breitachklamm em Oberstdorf, na Baviera, é uma das gargantas mais espectaculares e mais profundas na Europa Central. É um destino ideal em qualquer época do ano: na primavera e no verão o clima é fresco; no outono, o volume de água impressiona, e no inverno a paisagem gelada é encantadora. Visitas guiadas noturnas com tochas na época gelada dão um ar místico ao desfiladeiro.
Foto: Imago/blickwinkel
Doze Apóstolos em rochedos
O que soa como um nome religioso é simplesmente uma formação rochosa imponente no parque nacional Altmühltal, na Baviera. A paisagem pode ser apreciada de várias formas: por ali passam o rio Altmühl, uma linha ferroviária e uma rodovia. Seja de carro, bicicleta ou trem, você sempre pode ver os rochedos claros de outra perspectiva.
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Cascata de Scheidegg em Lindau
Com apenas 10 metros de altura, este salto d'água em Lindau, na Baviera, é menor do que os outros dois que já apresentamos, mas ele se destaca pela beleza da queda livre. Esta se deve à erosão das camadas de arenito e ao desgaste da rocha. A cascata e seus arredores são um destino muito apreciado por famílias.
Foto: Imago//imagebroker
As falésias de Rügen
As rochas cretáceas na ilha de Rügen, no norte da Alemanha, se estendem por mais de 15 quilômetros. Desde 2011, as famosas falésias brancas são patrimônio mundial da Unesco. O chamado Königstuhl, que se eleva a 118 metros, já no passado atraía muitos turistas à região, que agendavam sempre uma paradinha para apreciar a bela vista que o lugar proporciona.