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Esporte

Os bávaros estão de volta – abram alas!

4 de fevereiro de 2020

O Bayern acumula seis vitórias consecutivas, e a história da Bundesliga nos ensina que quando o gigante bávaro pega o osso, não larga mais. Muitos atribuem a fase ascendente do clube ao recém-chegado técnico Hansi Flick.

Hansi Flick comemora gol em partida contra o Schalke, em 25 de janeiro
Hansi Flick comemora gol em partida contra o Schalke, em 25 de janeiroFoto: Imago images/Michael Weber

A última vez que o Bayern amargou uma derrota foi diante do Borussia M'Gladbach, pela 14ª rodada da Bundesliga, no início de dezembro. Perder aquele jogo deixou o clube na desconfortável sétima posição na tabela, a sete pontos do líder Gladbach. Foi também a última vez que algumas vozes se fizeram ouvir na Säbener Strasse, sede do clube em Munique, contra a permanência em definitivo de Hansi Flick, o substituto do infeliz Niko Kovac, na direção técnica do time.

Desde então, a equipe não perde mais. Agora já são seis vitórias consecutivas, e a maioria delas foi conquistada com enorme facilidade. É verdade que, com exceção do Schalke, os comandados de Flick não enfrentaram nenhum time integrante do G6 nesse período – aquelas equipes que lutam por uma vaga numa competição europeia, seja a Champions League, seja a Europa League.

De todo modo, os bávaros se aproveitaram muito bem da circunstância de terem enfrentado times tecnicamente inferiores, além de tropeços dos seus concorrentes diretos pelo título. O Borussia Dortmund, por exemplo, é considerado pela crítica esportiva alemã o mais sério candidato a encerrar a hegemonia bávara. Neste espaço de dois meses, dos 18 pontos em disputa, obteve apenas 13, cinco a menos que o Bayern. O desempenho do Leipzig foi pior ainda – em seis partidas, acumulou somente 11 pontos.  

O resultado não se fez esperar. Pela segunda vez na temporada, o gigante da Baviera lidera a competição, deixando o time dos Red Bulls para trás. A história da Bundesliga nos ensina que quando esse gigante bávaro pega o osso, não larga mais. Pelo menos tem sido assim nos últimos anos. O clube não é heptacampeão à toa.         

Já se especula no meio esportivo germânico que a próxima rodada poderá ser o divisor de águas do campeonato. A Allianz Arena de Munique abrirá os seus portões para receber justamente o RB Leipzig, que ainda é o mais direto perseguidor do Bayern. Uma vitória dos comandados de Hansi Flick pode aplainar o caminho rumo a mais um título.

Não são poucos os que atribuem a atual fase ascendente do time ao técnico Flick, que, desde sua chegada a Munique, contabiliza 11 vitórias e duas derrotas, com 44 gols marcados e oito sofridos. São números de dar inveja aos mais reticentes críticos.

O meio-campista Leon Goretzka, depois do jogo contra seu ex-clube Schalke 04, autor de um golaço de voleio na vitória por 5 a 0, explica: "O Hansi assumiu numa situação difícil e rapidamente conseguiu criar um ambiente de bem-estar, onde nos sentimos muito bem. Além disso, apertou alguns parafusos no que diz respeito aos aspectos táticos."

Basta conversar com alguns insighters nos bastidores do clube para saber que a diretoria está mais do que satisfeita com o treinador, seja do ponto de vista de suas competências técnicas, seja de sua capacidade de relacionamento com os jogadores.

O jornalista Florian Kinast, do Spiegel Online, não tem dúvidas sobre o técnico: "Flick sabe dar o seu devido valor a cada jogador e percebe quando é preciso motivar um atleta. Um sorriso. Um abraço. Uma conversa. Coisas bem simples, mas muito eficazes."

Ao ler esse comentário do colega, não posso deixar de pensar em Jupp Heynckes, figura icônica, que, mais do que qualquer outro técnico do Bayern nos últimos anos, foi capaz de unir competência profissional com calor humano. Os resultados de sua atuação no clube todos conhecem e se fazem sentir até hoje. 

Hansi Flick, chamado às pressas para quebrar o galho numa situação de emergência, pode se constituir num digno sucessor daquele que foi o único técnico alemão a conquistar a tríplice coroa. Jeito ele tem. Antes, porém, vai precisar fazer a sua lição de casa já no próximo domingo, contra o RB Leipzig.

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no TwitterFacebook e no site Bundesliga.com.br

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