Com 41,62% dos votos válidos no Ceará, Cid Gomes foi o senador mais bem votado do país. Eduardo Bolsonaro foi o deputado federal mais votado da história, e Janaína Paschoal bateu recorde como deputada estadual.
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O ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) foi o candidato mais bem votado para senador nas eleições deste domingo (07/10), com 41,62% dos votos válidos no seu estado, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Também ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff, Gomes concorreu ao Senado pela primeira vez. Anteriormente, havia sido prefeito do município de Sobral e deputado estadual.
O resultado mostrou uma maior divisão entre os eleitores em relação ao pleito de 2014, quando o candidato Álvaro Dias (PSDB), senador mais bem votado na época, conseguiu 77% dos votos válidos no Paraná.
Em termos absolutos, o candidato Sérgio Olimpio Gomes (PSL) contabilizou o maior número de votos para senador na eleição deste fim de semana, com mais de 9 milhões de votos em São Paulo, o estado mais populoso do país. Conhecido como Major Olimpio, o candidato é policial militar da reserva e é famoso pelo discurso contra a corrupção.
Já na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, o filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro, foi líder com 1,8 milhão de votos, sendo reeleito para o cargo de deputado federal pelo mesmo partido do pai. Com isso, ele se tornou o candidato a deputado federal mais votado da história do Brasil em números absolutos.
Em sua conta no Twitter, ele afirmou que o resultado foi muito além da expectativa. "Agora é focar no 2º turno para presidente e ser base do primeiro governo conservador de nossa democracia", afirmou.
Também pegando carona no desempenho do pai, outro filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro, foi eleito para o Senado pelo Rio de Janeiro com 31,36% dos votos.
Concorrendo pelo estado de São Paulo, a advogada e professora Janaína Paschoal, também do PSL, se tornou a deputada estadual mais votada da história do país. A autora do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) liderou as urnas em termos absolutos, com 2 milhões de votos, e relativos, o equivalente a 9,88% dos votos válidos no estado de São Paulo.
Paschoal teve quase sete vezes mais votos do que o recordista anterior na disputa por uma vaga na Assembleia Paulista: Fernando Capez (PSDB), que contabilizou 306 mil votos em 2014.
Ela também superou o segundo colocado, o militante antipetista Arthur Mamãe Falei (DEM) por uma ampla margem – o rival obteve 2,29% dos votos válidos em São Paulo.
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.