Um pleito em meio à crise, com candidaturas pulverizadas e que parece ter um desfecho imprevisível a poucos meses do fim. O Brasil que vai às urnas neste ano evoca o cenário de quase três décadas atrás.
Anúncio
Um governo impopular e uma crise econômica. Uma profusão de candidatos à Presidência se apresenta. Há uma busca infrutífera por outsiders. Parte do eleitorado se deixa encantar por populistas. O desfecho da eleição parece imprevisível.
Não se trata de 2018, mas 1989, quando os brasileiros foram às urnas escolher diretamente seu presidente pela primeira vez após 29 anos.
Desde o ano passado, os ecos de 1989 parecem rondar o pleito de 2018. Além da crise econômica e da rejeição ao governo, dois dos principais personagens de 1989 anunciaram que pretendem voltar a concorrer: Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor.
Lula, no entanto, segue preso e vê suas chances inviabilizadas por causa da Lei da Ficha Limpa. Já a candidatura de Collor não está sendo levada a sério por analistas.
Mas se Lula e Collor não devem dominar o pleito como ocorreu em 1989, o comportamento de outros pré-candidatos e a conjuntura evocam o cenário de quase três décadas atrás.
Eleição em meio à crise
Em 1989, a economia brasileira via mais um plano do governo para conter a inflação fracassar. O então presidente José Sarney (PMDB) determinou o congelamento de preços e criou uma nova moeda, o Cruzado Novo. Em 1988, a inflação foi de 1.037%. No ano seguinte, com o fracasso do Plano Verão, a inflação acumulada chegou a 1.782%.
Em 2018, embora a inflação seja bem mais baixa (os cálculos mais recentes preveem uma taxa de 4,17% para este ano), o país sofre com os efeitos de uma recessão. Previsões apontam que o crescimento não deve passar de 1,8%. A taxa de desemprego em maio alcançou 12,6% e atinge 13,2 milhões de pessoas. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o país só deve recuperar o PIB anterior ao da crise a partir de 2020.
Um governo impopular
Em 1989, Sarney havia chegado ao fundo do poço da sua popularidade. Em julho daquele ano, só contava com a aprovação de 7% da população. A impopularidade de Sarney só foi superada mais de duas décadas depois, pelo atual presidente Michel Temer (MDB), que no final de junho tinha aprovação de apenas 4%.
Nenhum candidato em 1989 quis associar sua imagem a Sarney, nem mesmo o postulante do seu partido, o deputado Ulysses Guimarães, que repetiu ao longo da campanha que não palpitava no governo. Outros candidatos atacaram Sarney repetidamente.
Hoje, o candidato oficial de Temer à sucessão, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, embora não rejeite abertamente o presidente, tem preferido propagandear sua atuação anterior como presidente do Banco Central no governo Lula.
Já o candidato Geraldo Alckmin, filiado ao PSDB, partido que fez oficialmente parte da base do governo Temer até o ano passado, também evita se associar publicamente com o Planalto. Em junho, Alckmin disse que "falta legitimidade" para o governo Temer.
Candidaturas pulverizadas
A eleição de 1989 se notabilizou por ser a primeira corrida presidencial direta desde o fim do regime militar, mas também pela quantidade de candidatos nas cédulas: 22, número nunca ultrapassado em eleições posteriores. Destes, pelo menos oito se lançaram por partidos bem estruturados ou apareciam bem posicionados em pesquisas.
Nos pleitos seguintes, o número de postulantes despencou e passou a vigorar uma polarização entre PSDB e PT, com apenas algum terceiro candidato ocasional alcançando um desempenho relevante.
Em maio de 2018, o número de presidenciáveis parecia sinalizar que o recorde de 1989 seria igualado. Algumas desistências reduziram esse número, mas no final de julho ainda havia 19 pré-candidatos no páreo – maior número desde 1989 –, entre eles, sete que são filiados a partidos estruturados ou que já conseguiram projetar seus nomes nacionalmente.
Esquerda fragmentada
Em 1989, Lula disputava a hegemonia da esquerda com o PDT de Leonel Brizola. O petista conseguiu atrair para sua candidatura o apoio do PSB e PCdoB, então siglas de tamanho modesto. A esquerda ficou dividida entre as candidaturas de Lula, Brizola, Roberto Freire (PCB) e Fernando Gabeira (PV).
No pleito de 2018, a esquerda aparece mais uma vez fragmentada, e a disputa entre PDT e PT está se repetindo, por enquanto. Desta vez, entre o candidato Lula ou um substituto e Ciro Gomes, que já disse buscar referências nas ideias de Brizola. O PC do B também lançou Manuela D'ávila, e o PSOL apresentou Guilherme Boulos.
Um populista na liderança
No momento, Jair Bolsonaro (PSL), um político que propagandeia ser contra o sistema – apesar de estar cumprindo seu sétimo mandato na Câmara – aparece no topo das pesquisas (na ausência de Lula), com até 19% dos votos. Em 1989, Collor já havia sido deputado, prefeito e governador, mas se apresentou como "o novo", investiu em promessas populistas e num discurso anti-establishment, passando a dominar as pesquisas.
Assim como Bolsonaro, Collor disputou a Presidência por uma sigla nanica, o PRN. O discurso de Bolsonaro, no entanto, também guarda semelhanças com outro candidato de 1989, o médico Enéas Carneiro (do antigo Prona), que pregava uma agenda nacionalista e ultraconservadora.
Com Collor assumindo a liderança meses antes do pleito de 1989, analistas passaram a se perguntar se sua candidatura não desidrataria. Em 2018, são comuns as especulações sobre se a campanha de Bolsonaro vai perder força.
Um 2° turno embaralhado
Collor, de fato, acabou desidratando razoavelmente na reta final do 1° turno – caiu de 40% para 26% em dois meses. Mas isso não foi o suficiente para deixá-lo de fora da segunda rodada. A imprevisibilidade ficou por conta de quem seria seu adversário: Lula ou Brizola? A pouco menos de três meses da eleição de 1989, Brizola, que tinha 14%, era o principal adversário de Collor. Lula tinha apenas 5% e estava empatado com Mário Covas (PSDB).
O início do horário eleitoral na TV, no entanto, vitaminou Lula. Na véspera do pleito, Lula tinha 15%, contra 14% de Brizola e 11% de Covas.
Em 2018, Lula e Bolsonaro aparecem como os favoritos para o segundo turno. No entanto, com Lula virtualmente inelegível, o cenário que se desenha por enquanto tem Bolsonaro no segundo turno aguardando a definição de um adversário.
Marina Silva (Rede) aparece como a mais bem posicionada, mas a falta de dinheiro, de tempo de TV e de estrutura do seu partido devem impor dificuldades para sua campanha. Já Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin ainda não decolaram nas pesquisas. Resta ainda saber se o PT vai indicar um substituto para Lula que seja competitivo.
O candidato com a maior máquina não cresce
Em 1989, o candidato Ulysses Guimarães contava com a maior sigla – o PMDB havia eleito em 1986 mais de 250 deputados. O tamanho da sigla garantiu 22 minutos diários no horário eleitoral.
Mas Ulysses chegou ao pleito sem o mesmo prestígio de outrora e ainda sofreu desgaste por causa da associação da sua candidatura com o impopular Sarney.
No final, Ulysses terminou em sexto lugar, com 4,83% dos votos. Algo semelhante aconteceu com o ex-vice-presidente Aureliano Chaves (então no antigo PFL), que contava com mais de cem deputados na Câmara e 16 minutos diários na TV, mas que terminou em oitavo, com apenas 600 mil votos.
Em 2018, o ex-governador Geraldo Alckmin por enquanto saiu na frente na formação de alianças ao fechar acordos com o PP, PR e DEM, além de contar com uma das maiores fatias do fundo eleitoral. Sua campanha deve contar com mais da metade do tempo diário de campanha na TV.
Alckmin ainda conta com a exposição que o governo de São Paulo lhe deu nos últimos anos. Mas mesmo assim sua campanha vem patinando nas pesquisas. Nos melhores cenários, ele ainda aparece com 6% das intenções de voto.
A procura pelo outsider
Em 1989, o anúncio da candidatura do apresentador de TV Silvio Santos à Presidência duas semanas antes do pleito – por um sigla nanica, o PMB – ameaçou virar de cabeça para baixo a corrida eleitoral.
Pesquisas apontaram que ele automaticamente passaria para o segundo lugar, prejudicando principalmente a campanha de Collor. No final, sua candidatura foi inviabilizada poucos dias antes do pleito, quando o PMB foi cassado pela Justiça Eleitoral por ter o registro irregular.
Em 2018, o apresentador Luciano Huck foi encorajado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a se candidatar. Pesquisas eleitorais apontaram que ele largaria com pelo menos 6% ou 8%. Mas Huck também se deparou com as dificuldades e, em fevereiro, anunciou que estava definitivamente fora.
Depois de Huck, foi a vez de o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa ser considerado o outsider da vez. Após se filiar ao PSB, seu nome apareceu com até 10% das intenções. Mas Barbosa acabou desistindo, alegando razões pessoais.
No final, como ocorreu em 1989, a eleição atual deve ser dominada por membros do establishment político.
Ações do governo e de parlamentares aprofundam desgaste da população com políticos. Rejeição a governo Temer cresce, e acusações de suposto "acordão" para barrar Lava Jato alimentam crise política.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Queda do ministro do Trabalho
05/07: uma decisão do Supremo afastou o ministro do Trabalho, Helton Yomura de suas funções. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes na concessão de registros para sindicatos. Yomura entregou o cargo no mesmo dia. Caio Vieira de Mello assumiu a pasta.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Greve dos caminhoneiros
21/05: uma greve nacional de caminhoneiros paralisou o Brasil por dez dias. O governo inicialmente não abordou o problema, deixando que a greve ganhasse força. No final, Temer cedeu a todas as exigências dos grevistas e abandonou a política de preços da Petrobras para segurar o preço do diesel. A medida derrubou as ações da Petrobras e levou à saída do presidente da empresa, Pedro Parente.
Foto: DW/N. Pontes
Prisão de amigos de Temer
29/03: uma operação da Polícia Federal prendeu dez pessoas, entre eles dois amigos do presidente Temer: o ex-assessor da Presidência José Yunes e o ex-coronel da PM João Baptista Lima Filho. Ambos foram apontados como operadores de propinas pagas a Temer. Na mesma operação foi preso o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB).
Foto: Reuters/U. Marcelino
Governo desiste da reforma da Previdência
16/02: uma das principais pautas de Temer, a PEC da reforma da Previdência foi definitivamente abandonada pelo Planalto após o decreto de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. A previsão é que a intervenção dure até o final do ano. Até lá, pelas regras constitucionais, nenhuma PEC pode ser aprovada. Antes mesmo do anúncio, o governo já enfrentava dificuldades para aprovar a reforma.
Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz
Nomeação de ministra é suspensa
08/01: Após a saída de Ronaldo Nogueira do Ministério do Trabalho, o governo indicou para o seu lugar a deputada Cristiane Brasil. A posse, no entanto, foi suspensa por um juiz, que entendeu que a nomeação ofendia a “moralidade administrativa”. Brasil era acusada de empregar funcionários sem carteira assinada. Em fevereiro, diante do impasse, o partido de Brasil desistiu de insistir na indicação.
Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Câmara rejeita denúncia
25/10: Apesar da tentativa da oposição de esvaziar o plenário e adiar a votação, a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer, pelo placar de 251 contra 233. A decisão livra novamente o presidente de uma investigação por parte do STF.
Foto: Reuters/A. Machado
Brasileiros veem aumento da corrupção
09/10: Para 78% dos brasileiros, o nível de corrupção aumentou no país nos últimos anos, segundo relatório da organização Transparência Internacional publicado em Berlim. Entre os 20 países analisados, o Brasil é o quarto da lista, atrás de Peru (79%), Chile (80%) e Venezuela (87%). Além disso, 56% dos brasileiros acham que o governo não combate a corrupção no setor público de forma satisfatória.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Popularidade despenca
28/09: Uma pesquisa do Ibope mostrou que a aprovação do governo Temer caiu para apenas 3%. Trata-se do menor índice obtido por um presidente desde o início da série histórica do instituto, em 1986. Antes de Temer, o pior havia sido José Sarney, que em junho/julho de 1989 ficou com 7%. A reprovação do governo Temer chegou a 77%.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Segunda denúncia contra Temer
14/09: O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer por obstrução de Justiça e organização criminosa. A segunda denúncia envolvendo o presidente, enviada ao STF, se baseia na delação de executivos da JBS, bem como do operador Lúcio Funaro. Segundo Janot, Temer teria poder de decisão no chamado "quadrilhão do PMDB da Câmara", além de ter atuado para comprar o silêncio de Funaro.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
STF autoriza inquérito contra Temer
12/09: O ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures e dois empresários por acusações de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, em caso que envolve o chamado Decreto dos Portos. A defesa de Temer rechaçou as acusações e afirmou que as investigações têm o objetivo de enfraquecer o governo.
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
PF vê indícios de crimes por Temer e ministros
11/09: Em inquérito que apura a suspeita de crimes praticados pelo PMDB da Câmara Federal, a Polícia Federal concluiu que "ficaram comprovados indícios da prática do crime de organização criminosa". Segundo a PF, integrantes da cúpula do partido "mantinham estrutura organizacional com o objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta".
Foto: Getty Images/AFP/E.Sa
Temer se salva, mas com Congresso dividido
02/08: Após uma ofensiva intensa para reagrupar forças junto aos parlamentares, Temer conseguiu se livrar do processo por corrupção passiva. A Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente, com 263 votos contra o envio da matéria ao STF, e 227 a favor. Após a votação, Temer descreveu o resultado no plenário como "claro e incontestável".
Foto: picture-alliance/Photoshot
Líder do governo na Câmara condenado
01/08: A Justiça de Sergipe condenou o líder do governo Temer na Câmara, o deputado federal André Moura (PSC-SE), por improbidade administrativa, com a perda de seus direitos políticos por oito anos. A sentença menciona convênios fraudulentos e prejuízo de 1,4 milhão de reais ao patrimônio público.
Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Temer vence na CCJ, mas com manobras
13/07: A Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou o parecer que recomendava o avanço da acusação de corrupção passiva contra ele. Mas a vitória foi tática e impulsionada por uma série de manobras, com a distribuição de verbas e a substituição de membros da CCJ não considerados suficientemente leais ao Planalto.
Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Janot denuncia Temer
26/06: O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer ao STF pelo crime de corrupção passiva. É a primeira vez que um presidente da República é denunciado à Corte no exercício do mandato. A acusação tem como base uma investigação contra o peemedebista decorrente da delação de executivos da JBS. Ex-assessor Rodrigo Rocha Loures também foi denunciado.
Foto: Reuters/U. Marcelino
STF confirma delações
22/06: a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da manutenção da homologação do acordo de delação premiada dos executivos da empresa JBS. Os magistrados decidiram ainda que o relator Edson Fachin deve permanecer no caso. As delações causaram um terremoto político e colocaram Michel Temer no centro de um escândalo de corrupção.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Primeira derrota
20/06: no mesmo dia em que Temer assistiu a uma apresentação de balé em Moscou, a bandeira reformista do governo sofreu uma derrota significativa. O projeto que prevê mudanças na legislação trabalhista foi rejeitado por uma comissão do Senado, graças a uma combinação de indiferença e abandono de alguns membros da base aliada.
Foto: picture-alliance/Estadao Conteudo/A. Dusek
Viagem à Rússia e Noruega
20/06: numa conturbada semana, para passar uma imagem de "normalidade", Temer viaja à Rússia e Noruega, onde destaca melhora na economia do Brasil. Em Moscou, o presidente se reuniu com Putin para estreitar os laços entre os países. Em Oslo, foi alvo de críticas. A premiê norueguesa expressou preocupação com a Lava Jato e o desmatamento no Brasil.
Foto: Picture alliance/dpa/A. Nikolsky/TASS
Presidente acusado por corrupção
19/06: em relatório preliminar entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a investigação envolvendo Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, a Polícia Federal (PF) acusa o presidente pelo crime de corrupção passiva, mas pede um prazo maior para concluir o inquérito referente aos delitos de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Processo no TSE
09/06: A decisão do Tribunal Superior Eleitoral de absolver a chapa Dilma-Temer deu sobrevida ao governo, mas não lhe ajudou muito a melhorar a imagem perante a opinião pública: a vitória por 4 votos a 3 só se deu porque os depoimentos da Odebrecht e dos marqueteiros do PT não foram levados em conta no processo.
03/06: o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso pela Polícia Federal em Brasília. A detenção
abriu mais uma frente para o governo: Loures foi apelidado de "homem da mala" pela imprensa após ter sido filmado carregando 500 mil reais entregues por um emissário da empresa JBS.
Foto: Wikipedia/R. Theodorovy
Presidente acusado de obstrução à Justiça
17/05: Revelação de conteúdo de diálogo entre o presidente Temer e o empresário Joesley Barbosa, da JBS, mergulha país no caos e ameaça governo. Presidente, segundo reportagem do jornal "O Globo", teria consentido com pagamento de mesada para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em outubro de 2016.
Foto: imago/Agencia EFE
O preço alto das reformas
05/05: Diante da obsessão do governo em aprovar com celeridade a aprovação das reformas da previdência e trabalhista, Palácio do Planalto teria dado aval à aprovação de medidas para negociar dividas fiscais de empresas com a Receita Federal e também cede a interesses da bancada ruralista.
Foto: Luis Macedo /ABr
Cúpula arrastada para o caos
11/04: O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Luiz Edson Fachin, pede abertura de inquérito contra 76 políticos, entre os quais oito ministros do governo Temer, entre eles Eliseu Padilha (PMDB, Casa Civil, na foto com Temer), Moreira Franco (PMDB, Secretaria-Geral da Presidência); Helder Barbalho (PMDB, Integração Nacional); e Aloysio Nunes (PSDB, Relações Exteriores).
Foto: Getty Images/AFP/E.Sa
Machismo no Planalto?
08/03: Declarações do presidente na ocasião do Dia Internacional da Mulher provocam perplexidade na sociedade brasileira e no exterior, e indignação de movimentos feministas. Presidente citou a mulher, Marcela Temer, ao analisar a importância da figura feminina na educação dos filhos e no controle do orçamento familiar, nas compras de supermercado, relegando a mulher a atividades domésticas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Sharma
A blindagem sob o comando de Romero Jucá
15/02: O senador Romero Jucá (PMDB-RR), braço-direito de Temer no Congresso, protocola emenda constitucional para blindar presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Pela regra, eles só poderiam ser responsabilizados por atos cometidos no exercício de seus mandatos. Ou seja, seriam blindados de investigações da Lava Jato. Diante do constrangimento, Jucá recuou.
Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado
A aula de fisiologismo de Eliseu Padilha
14/02: O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, diz em palestra flagrada pelo jornal "Estado de S.Paulo" que os ministérios de Temer foram montados para garantir votos no Congresso. Ele diz que havia intenção de nomear "notáveis" e citou como exemplo a Saúde. O PP indicou o deputado Ricardo Barros. "Vocês garantem todos os nomes do partido em todas as votações? Então o Ricardo será o notável."
Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil
Caso Marcela: a censura de Temer à imprensa
10/02: A pedido da Presidência, Justiça proíbe o jornal "Folha de S.Paulo" de divulgar dados sobre a chantagem de um hacker contra Marcela Temer, a primeira-dama. O hacker, condenado a 5 anos e 10 meses de prisão, clonou o celular de Marcela e disse ter acesso a um áudio que comprometeria o presidente. A investigação foi coordenada por Alexandre de Moraes, depois nomeado ministro da Justiça.
Foto: Imago
Nomeação de Moraes para o Supremo
06/02: O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), é indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. Havia a expectativa de que Temer indicaria um nome técnico, do meio jurídico, não ligado à política. A enorme proximidade de Moraes com Temer tornou a indicação bastante polêmica, já que ele será o revisor da Lava Jato no Supremo, e Temer foi citado 44 vezes em delações.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Foro privilegiado para Moreira Franco
03/02: Temer dá status de ministro a Moreira Franco, que era secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos. Ele virou ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Citado 34 vezes em delações da Lava Jato, com o codinome "Angorá", Franco passa a ter foro privilegiado, ou seja, só pode ser julgado pelo Supremo. Pela demora dos julgamentos, o foro é visto como benefício a políticos.
Foto: Reuters/A. Machado
Novos ministérios: a contradição
03/02: No dia em que nomeou Moreira Franco ministro, Temer anunciou a criação de outro ministério, o de Direitos Humanos, entrando em rota de colisão com o discurso antes da posse. Tanto o presidente quanto seu partido, o PMDB, defenderam o enxugamento da máquina e a redução das pastas e criticavam o número de ministérios sob Dilma Rousseff. O governo tem hoje 28 pastas. Sob Dilma, tinha 32.
Foto: Wilson Dias/ABr/CC BY 3.0 BR
Senado e Câmara X Lava Jato
01/02: O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) é eleito sem dificuldades para a presidência do Senado, com os votos de 61 dos 81 senadores. Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) derrota grupo ligado a Eduardo Cunha (PMDB), preso na Lava Jato, e permanece na presidência da Casa. Os dois foram eleitos em sintonia com o Palácio do Planalto. Ambos tiveram os nomes citados em delações da Lava Jato.