Alimento está ligado à recompensa e ao humor. Flavonoides contidos no cacau influenciam níveis de colesterol e pressão arterial. Ao mesmo tempo, nutricionistas alertam os chocólatras sobre malefícios para o organismo.
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Amargo ou ao leite, em forma de bombom ou em barra, puro ou com recheio. É difícil encontrar alguém que não goste de chocolate em alguma de suas variações. E há muito tempo a ciência descobriu esse alimento, que exerce grande influência sobre o corpo e a mente.
Estudos apontam que o chocolate deve ter no mínimo 70% de cacau para gerar efeitos positivos sobre o corpo. O segredo são os chamados flavonoides, presentes no cacau. Esses componentes têm um efeito anti-inflamatório, além de regular os lipídios no sangue e reduzir o colesterol. Eles também retardam o envelhecimento e melhoram a memória e o desempenho mental.
Os flavonoides têm outras características benéficas, afirma Angela Bechtold, da Sociedade Alemã para Alimentação. Eles influenciam o sistema imunológico e têm um efeito positivo sobre as paredes vasculares, impedindo que elas engrossem. "O sangue consegue fluir melhor pelos vasos", diz a especialista. O chocolate ajuda, portanto, a evitar a aterosclerose, ou seja, o endurecimento das artérias, e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Um estudo do Instituto Alemão de Pesquisa em Alimentação (Dife) também destaca o efeito benéfico do chocolate sobre o coração. Cientistas observaram os hábitos de quase 20 mil adultos durante um período mínimo de dez anos.
Adenosina pode ser a chave do emagrecimento
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A maioria daqueles que comeu cerca de 7,5 gramas de chocolate por dia apresentou uma pressão sanguínea menor. Além disso, as chances de infarto e riscos de derrame cerebral nesse grupo foram 39% menores em comparação àqueles que comeram uma quantidade menor ou nenhum chocolate.
Chocolate melhora o humor?
Estudos divergem sobre os efeitos do chocolate sobre o humor e a felicidade. No entanto é certo que esse alimento fornece ao corpo o aminoácido triptofano, essencial para produzir a serotonina, neurotransmissor ligado ao humor, ao sono e ao apetite.
O chocolate também está ligado à recompensa. Desde criança, as pessoas recebem um pedaço do quitute depois de fazer algo de bom. O sentimento positivo resultante disso pode ser explicado pelo neurotransmissor dopamina, responsável pelo sistema de recompensa no cérebro.
Apesar dos efeitos positivos, nutricionistas alertam que chocolate demais pode fazer mais mal do que bem, seja ele amargo, ao leite ou branco. Isso porque, assim como os demais tipos, o chocolate amargo também contém uma grande quantidade de açúcar e gordura. Cem gramas de chocolate contêm cerca de 500 calorias. Portanto, comer muito chocolate pode fazer com que a pessoa engorde mais facilmente, ressalta Bechtold.
Conclusão: quantidades moderadas de chocolate podem ter efeitos positivos para a saúde, mas apenas quando se abdica de outras comidas altamente calóricas para manter o peso corporal estável. Ou seja, o segredo está no equilíbrio.
LPF/dw/afp/rtr
Alimento e mito: o que realmente faz bem ou mal?
Saúde é também um pouco como moda. Vinho faz bem, colesterol mata, manteiga ou margarina? Saiba o que é bom ou não para sua saúde – hoje. Pois talvez amanhã o contrário seja verdade...
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Pense bem antes de comer biscoito de canela
Sim, a canela pode ser prejudicial. Um dos seus ingredientes – a cumarina – pode causar danos no fígado e nos rins. Mas isso não é motivo de grande preocupação, porque, por outro lado, há uma longa lista de alimentos que podem ajudar a evitar doenças. Pelo menos, é o que se pensa até hoje - porque a opinião de nutricionistas pode mudar rapidamente.
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Veneno ou antídoto?
"Causa câncer" ou "faz mal para os nervos" são algumas das frases que se costuma ouvir sobre o café. Porém, pesquisadores dizem que o café, na verdade, não é tão ruim assim quanto a reputação que carrega. E pode até diminuir o risco de câncer. Debate à parte, convém consumir com moderação.
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Uma taça de vinho por dia
Álcool faz mal para a saúde, mas o vinho tinto contém moléculas benéficas, como o resveratrol e antocianinas. E agora? Beber ou não? Estudos epidemiológicos realizados durante anos sugerem que uma taça por dia é benéfica para as mulheres, enquanto para os homens, duas. Depois, as estatísticas mostraram que, nos EUA, aqueles que não bebem morrem mais cedo do que quem bebe com moderação.
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Velha rixa: manteiga x margarina
Anos atrás, a recomendação era evitar manteiga e comer apenas margarina. Ela contém menos ácidos graxos saturados do que a manteiga derivada do leite. Mas agora se alerta que a margarina é um produto artificial, inventado pela indústria de alimentos, portanto cheio de aditivos químicos.
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Vilão injustiçado
Quando alguém morria de doenças cardíacas ou de AVC, o culpado era o colesterol. Como ele entope os vasos sanguíneos, os médicos aconselhavam evitá-lo a qualquer custo. Alimentos como ovos, queijo e carne eram considerados especialmente perigosos. A verdade, porém, é que o corpo precisa de um pouco de colesterol, e até o produz. Mesmo assim, é importante não exagerar.
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Vitaminas congeladas
Muitos evitam comer legumes e verduras congelados, acreditando que eles tenham menos vitaminas do que os frescos. No entanto, vegetais congelados contêm mais nutrientes por serem processados diretamente após a colheita, em vez de ficar dias nas prateleiras dos supermercados, esperando para ser comprados.
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Peixe todo-poderoso
Há alguns anos, dizia-se que os ácidos graxos ômega-3 poderiam prevenir doenças como câncer, problemas cardiovasculares – e até mesmo déficit de atenção, hiperatividade e depressão. Os especialistas aconselhavam a ingestão diária de suplementos de ômega-3. De fato: esses ácidos graxos são importantes para algumas funções do corpo. Mas não trazem benefícios na maioria das doenças listadas.
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Excesso do que é bom também faz mal
Vitaminas são essenciais para o metabolismo. Então o que seria mais saudável do que tomar suplementos vitamínicos diariamente? Em especial de vitamina C, tida como proteção contra todos os tipos de doenças, inclusive resfriados. Só que até hoje nenhum estudo comprovou tais afirmativas. Na verdade, os suplementos vitamínicos podem até ser prejudiciais – pelo menos é o que se diz hoje em dia...
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Beber sem ter sede?
A natureza é bem inteligente. Quando precisamos de água, temos sede. Mas alguém disse certa vez que se deve beber antes ter sede, pelo menos três litros por dia. A teoria talvez se baseie no fato de os idosos costumarem perder o senso de sede. Mas em condições normais, o corpo humano sabe muito bem avisar que está na hora de ingerir líquidos.
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Bênção ou maldição do leite
O leite contém cálcio, que é bom para os ossos e o sistema imunológico. Isso é o que nos ensinaram. Mas um estudo sueco que vem sendo realizado há décadas sugere que quem bebe muito leite talvez morra mais cedo. Será que a responsável é a lactose? Ninguém sabe. Por enquanto, continue bebendo leite, mas com moderação.
Trigo: o novo vilão
Numerosos sites de nutrição alertam sobre os perigos do trigo, acusando-o de "inflamar o corpo, causar vazamento dos intestinos e desencadear doenças autoimunes". Certos médicos e autores dizem que trigo pode até causar calvície, alucinações e ideias suicidas. Apesar de não haver estudos que comprovem tais afirmativas, muitos têm abdicado do cereal que sustentava seus ancestrais.
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Nem tudo o que é orgânico é ouro
Se a comida normal contém química em excesso, como dizem, então a solução seriam os alimentos orgânicos, produzidos sem adubo químico ou substâncias "do mal". Porém estudos sugerem que os alimentos orgânicos não são mais ricos em nutrientes nem melhores do que os demais. São apenas mais caros.
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Equilíbrio é a chave
Independente do que digam todas as teorias e estudos, o estilo de vida realmente faz diferença. As estatísticas mostram claramente que fumar, beber demais e obesidade não são saudáveis, podendo até matar. Mas não se preocupe demais com os relatórios que louvam só um tipo de alimento ou outro. O que importa é o equilíbrio. Portanto, seja lá o que for, faça com moderação.