Queda de avião da Air India em 12 de junho de 2025 deixou mais de 200 mortos. Na última década, aeronaves comerciais de grande e pequeno porte, e também militares, protagonizaram acidentes em diferentes partes do mundo.
Em 2024, na Coreia do Sul, falha em pouso forçado matou 179 pessoas, na maior tragédia aérea em solo sul-coreanoFoto: Chris Jung/NurPhoto/picture alliance
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A queda de um avião da Air India matou mais de pessoas nesta quinta-feira (12/06). A bordo da aeronave estavam 230 passageiros, 10 tripulantes e dois pilotos, que, segundo a companhia, eram indianos, britânicos e portugueses, além de um canadense. Entre as vítimas há ainda pessoas que estavam na zona residencial atingida pela queda.
O Boeing 787-8 Dreamliner, voo AI-171, partiu de Ahmedabad, no oeste indiano, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido, e caiu poucos minutos após a decolagem.
O avião é considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo, mas, quando há um acidente, o número de sobreviventes costuma ser baixo.
Exemplo disso é a colisão ocorrida em 27 de março de 1977, quando um Boeing 747 da KLM colidiu com um Jumbo da PanAm na pista do aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, Espanha, depois de ambos terem sido desviados para o local devido a um ataque a bomba no aeroporto de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. A explosão matou 583 pessoas, na maior tragédia da história da aviação.
Relembre alguns dos piores acidentes da aviação comercial nos últimos anos.
2025
Estados Unidos:Mais de 60 pessoas morreram quando um avião comercial colidiu com um helicóptero Black Hawk do Exército em 29 de janeiro e caiu no Rio Potomac, perto do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington.
O voo 5342 da American Eagle, uma subsidiária regional da American Airlines, se aproximava do aeroporto, vindo de Wichita, Kansas, quando, às 20h48min (horário local), colidiu com o helicóptero militar, que fazia um exercício de treinamento noturno com três soldados, que também morreram.
O avião havia partido da capital da Tailândia, Bangcoc, com destino a Muan, no sul da Coreia do Sul, e teria tentado um pouso forçado. Após o fracasso na primeira tentativa devido a uma falha no trem de pouso, a aeronave não conseguiu reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista, bateu contra o muro do aeroporto e explodiu.
Cazaquistão: O voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines caiu em 25 de dezembro de 2024 após ser desviado da Rússia para o Cazaquistão, matando 38 pessoas – 29 sobreviveram, com vários feridos saindo de uma parte intacta da fuselagem.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, disse que o avião – um Embraer 190, de fabricação brasileira – havia sido danificado por tiros acidentais disparados a partir de solo russo.
Japão: Um avião da Japan Airlines (JAL) colidiu com uma pequena aeronave da Guarda Costeira na pista do aeroporto de Haneda, em Tóquio, no dia 2 de janeiro de 2024. Todas as 379 pessoas a bordo do Airbus A350-941 escaparam das chamas. Cinco dos seis tripulantes da aeronave menor morreram.
A JAL afirmou que o incêndio foi provavelmente causado pela colisão, logo depois da aterrissagem, entre o avião de passageiros e a outra aeronave, que pegou fogo após uma explosão e acabou sendo destruída pelas chamas.
2023
Nepal: Um avião bimotor ATR 72 da Yeti Airlines caiu perto do aeroporto internacional da cidade de Pokhara, quando fazia a aproximação final de pouso, em 15 de janeiro de 2023, após ter decolado da capital Katmandu, matando todas as 72 pessoas a bordo.
2022
China: O Boeing 737-800 da China Eastern Airlines caiu numa zona rural perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, no sudeste do país, e provocou um incêndio numa área montanhosa.
O acidente, em 21 de março de 2022, matou todas as 132 pessoas a bordo e é considerado o pior desastre aéreo da China nos últimos 30 anos.
O voo MU 5735 havia decolado pouco depois das 13h (hora local) da cidade de Kunming, na província de Yunnan, no sul do país, com destino a Cantão (Guangzhou), e deveria durar uma hora e 40 minutos.
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2020
Irã: A Guarda Revolucionária do Irã abateu um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines (UIA) em 8 de janeiro de 2020, logo após a decolagem do aeroporto de Teerã, matando todas as 176 pessoas a bordo.
O órgão de aviação civil do Irã culpou um radar desalinhado e um erro de um operador de defesa aérea.
2019
Etiópia: Um Boeing 737-MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu em 19 de março de 2019, minutos após a decolagem de Adis Abeba, capital da Etiópia, com destino a Nairóbi, no Quênia, matando todas as 157 pessoas a bordo.
Devido a esse acidente, a frota global do Boeing 737 MAX foi suspensa por causa de preocupações com a segurança das aeronaves.
2018
Indonésia: Um Boeing 737 Max 8 com 189 pessoas a bordo caiu no mar de Java em 29 de outubro de 2018. O voo JT 610, da companhia local de baixo custo Lion Air, desapareceu dos radares 13 minutos depois de decolar do aeroporto de Jacarta, às 6h20min (horário local), com destino a Pangkal Pinang.
O piloto havia solicitado o regresso ao aeroporto. Na aeronave, viajavam 181 passageiros – entre eles três crianças – e oito tripulantes – dois pilotos e seis auxiliares de voo.
2014
Ucrânia: O voo MH17 da Malaysia Airlines partiu de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur em 17 de julho de 2014 e foi abatido por um sistema russo antiaéreo terra-ar Buk sobre a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, matando 298 pessoas, incluindo 196 holandeses, 38 australianos e quatro alemães.
As investigações internacionais lideradas pela Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci) apontam que o sistema Buk havia sido levado de uma base militar russa do outro lado da fronteira para o leste da Ucrânia e transportado de volta ao território russo após a queda.
Malásia: Em 8 de março do mesmo ano, o Boeing 777 desapareceu a caminho de Pequim, após partir de Kuala Lumpur, e os restos mortais das 239 pessoas a bordo nunca foram encontrados.
O desaparecimento do voo MH370 já havia desencadeado a maior busca da história da aviação à época do incidente. Os esforços duraram até 2018, quando um relatório indicou que o avião abandonou sua rota inicial. As buscas foram retomadas em fevereiro de 2025.
A maior evidência física encontrada até o momento foi um pedaço da asa que apareceu em uma ilha próxima a Madagascar 16 meses após o sumiço da aeronave.
Tragédias aéreas que chocaram o mundo
O avião é um dos meios de transporte mais seguros do mundo, mas desastres aéreos, quando acontecem, costumam envolver um grande número de vítimas. Relembre acidentes dos últimos 70 anos que entraram para a história.
Foto: picture-alliance/C. Daughty
Tragédia mata time base da seleção italiana
Há 70 anos, em 4 de maio de 1949, o avião que levava o time do Torino, então tetracampeão italiano, após um amistoso contra o Benfica, em Lisboa, se chocou contra a Basílica de Superga, em Turim. O acidente matou as 31 pessoas a bordo, incluindo 18 jogadores e cinco integrantes da comissão técnica. O Torino era considerado a melhor equipe de futebol do mundo e formava a base da seleção italiana.
Foto: picture-alliance/dpa
Milagre após 73 dias perdidos nos Andes
Em 13 de outubro de 1972, 45 pessoas – jogadores de um clube de rugby e familiares –partiram de Montevidéu em um avião da Força Aérea Uruguaia rumo ao Chile. A aeronave caiu nos Andes, causando na hora a morte de 12 pessoas e de outras 17 nos dias seguintes. No entanto, 16 homens sobreviveram a 73 dias na neve e foram resgatados após dois deles terem deixado o acampamento para pedir socorro.
Foto: AFP/Getty Images
O maior número de vítimas da aviação
Em 27 de março de 1977, um Boeing 747 da KLM vindo de Amsterdã colidiu com um Jumbo da PanAm que partiu de Los Angeles na pista do aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, nas Ilhas Canárias. A explosão matou 583 pessoas, o maior número de vítimas fatais da história da aviação. Os aviões tinham sido desviados para Los Rodeos devido a um ataque a bomba no aeroporto de Las Palmas, em Gran Canária.
Foto: Getty Images/AFP
Bomba derruba aeronave no Oceano Atlântico
A explosão de uma bomba no compartimento de cargas de um Boeing 747 causou a queda do vôo 182 da Air India no Oceano Atlântico, em 23 de junho de 1985, quando ele sobrevoava a costa da Irlanda, na rota entre Montreal e Nova Déli. As 329 pessoas a bordo morreram. O ataque foi vinculado a extremistas sikhs.
Foto: Getty Images/AFP/A. Durand
O maior número de vítimas em um único avião
O acidente com o maior número de vítimas a bordo de um único avião aconteceu com o voo 123 da Japan Airlines, que fazia a rota entre Tóquio e Osaka. O Boeing 747-SR46 colidiu com o Monte Takamagahara, a 100 quilômetros de Tóquio, em 12 de agosto de 1985. Entre os 520 mortos estava o famoso cantor Kyū Sakamoto. Quatro mulheres sobreviveram, sendo duas delas crianças.
Foto: picture alliance/dpa/Toshiki Ohira
Avião atinge espectadores de show aéreo
Três aviões da esquadrilha acrobática italiana Flechas Tricolores (Frecce Tricolori) se chocaram em pleno voo durante um show de acrobacias aéreas na base militar americana em Ramstein, no sudoeste da Alemanha, em 28 de agosto de 1988. Um dos jatos caiu sobre a multidão de espectadores, matando 70 pessoas e deixando mais de mil feridas.
Foto: picture-alliance/dpa/Füger
Choque causa morte de crianças e adolescentes
Uma colisão entre um Tupolew 154 da companhia russa Bashkirian Airlines, que vinha de Moscou, e um jato da empresa alemã DHL, que viajava do Bahrein a Bruxelas, matou 71 pessoas na noite de 1º de julho de 2002 sobre a cidade de Überlingen, na Alemanha, às margens do Lago de Constança. Entre as vítimas, estavam 49 crianças e adolescentes que viajavam de férias para a Espanha.
Foto: AP
Colisão mata 154 no Brasil
Um choque no ar com um jato Legacy provocou a queda de um Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006, a 692 quilômetros de Cuiabá (MT), matando as 154 pessoas a bordo. O voo 1907 havia saído de Manaus, faria escala em Brasília e seguiria para o Rio. O Legacy, que viajava para os Estados Unidos quando bateu, conseguiu pousar na Serra do Cachimbo, no Pará. As sete pessoas a bordo saíram ilesas.
Foto: Força Aérea Brasileira/Divulgação
Acidentes mortais da Latam
Em 17 de julho de 2007, um Airbus A320 da Latam (antiga TAM) que vinha de Porto Alegre não conseguiu parar na pista de Congonhas, atravessou uma avenida e colidiu com um prédio da TAM Express, causando 199 mortes (187 a bordo e 12 em solo). Onze anos antes, um Foker 100 que seguia para o Rio havia caído 24 segundos depois de decolar de Congonhas, matando as 96 pessoas a bordo e três em solo.
Foto: AP
Brasileiros na tragédia da Air France
Em 31 de maio de 2009, um Airbus 330-203 da Air France que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris caiu no Atlântico, matando as 228 pessoas a bordo, sendo 59 brasileiros. Partes da fuselagem e corpos foram encontrados quase dois anos depois. A investigação concluiu que a causa foi uma combinação de erros dos pilotos com problemas ocorridos por congelamento nos sensores de velocidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Míssil russo derruba Boeing na Ucrânia
Um míssil russo abateu o voo MH17 da Malaysia Airlines, causando a queda do Boeing 777 que sobrevoava a Ucrânia, em 17 de julho de 2014. As 298 pessoas a bordo morreram, a maioria holandesas – o voo havia partido de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur. Os investigadores concluíram que o míssil Bouk-Telar foi disparado de uma brigada antiaérea em Kursk, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia.
Foto: imago/Itar-Tass
Acidente causado por piloto da Germanwings
Uma tragédia em 24 de março de 2015 chocou a Alemanha. Um Airbus A320 da Germanwings que fazia a rota Barcelona-Düsseldorf caiu nos Alpes Franceses, matando os 144 passageiros e seis tripulantes. O desastre foi causado intencionalmente pelo copiloto, Andreas Lubitz, que omitiu da companhia tendências suicidas. Andreas trancou o piloto fora da cabine e chocou a aeronave contra as montanhas.
O presidente da Polônia Lech Kaczynski morreu em 10 de abril de 2010, quando o Tupolev 1954 em que ele estava caiu perto do aeroporto de Smolensk, na Rússia, matando também outras 96 pessoas, entre elas autoridades do primeiro escalão do governo. A comitiva polonesa viajava para a Rússia para participar de uma cerimônia em memória ao massacre de prisioneiros poloneses na Segunda Guerra Mundial.
Foto: AP
Tragédia da Chapecoense
Em 28 de novembro de 2016, o avião da LaMia que levava o time da Chapecoense, dirigentes e jornalistas caiu quando voava de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para Medellín, na Colômbia, matando 71 das 77 pessoas a bordo. A equipe disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o colombiano Atlético Nacional. A investigação revelou uma série de erros, como falta de combustível.