Os principais pontos da entrevista de Meghan e Harry
8 de março de 2021
Racismo, pressão, pensamentos suicidas: na primeira grande entrevista após se afastar da família real britânica, casal revela detalhes sobre a vida que levavam.
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Em entrevista concedida à estrela de televisão americana Oprah Winfrey, o príncipe Harry e sua esposa, a duquesa de Sussex, Meghan Markle, falaram sobre a dificuldade de conviver com a família real britânica, racismo e depressão.
Foi a primeira grande entrevista do casal desde que anunciou o afastamento da família real em troca de poder ter uma vida independente.
A entrevista bombástica deve acirrar ainda mais as relações conturbadas entre o casal e a monarquia britânica. As declarações de Harry e Meghan sobre assuntos delicados têm potencial de manchar a imagem da família real.
Confira os principais pontos da entrevista que foi ao ar neste domingo (07/03) nos Estados Unidos:
Sobre a relação com a família real:
Meghan disse que a família real e as pessoas que comandam a instituição são coisas separadas. Ela afirmou que a rainha Elizabeth 2ª sempre foi "maravilhosa" com ela e a fazia se sentir bem-vinda.
Ao ser questionada por Oprah se a atriz escolheu o silêncio ou foi silenciada, Meghan respondeu apenas "o último". Ela acrescentou ainda que, embora o palácio estivesse disposto a mentir para proteger outros membros da família real, "eles não estavam dispostos a falar a verdade para me proteger e proteger o meu marido".
Harry revelou ainda que seu pai, o príncipe Charles, parou de atender suas ligações após ele ter contado sobre os planos de abandonar a vida real. Ele disse que tanto o pai quanto o irmão, o príncipe William, estão "presos" em seus papéis e não conseguem deixá-los. Ele acrescentou que sente pena por eles.
Harry disse que sua falecida mãe, a princesa Diana, ficaria "muito zangada e triste" pela forma como ele e Meghan foram tratados. Ela gostaria que eles fossem felizes.
O príncipe revelou também que parou de receber recursos financeiros no primeiro trimestre de 2020, mas continuou recebendo a herança de sua mãe.
Harry contou ter uma forte ligação com a rainha e que seu pai voltou a atender suas ligações. No momento, a prioridade do príncipe é curar a relação que tem com Charles.
"Meu arrependimento é ter acreditado quando disseram que eu estaria protegida", lamentou Meghan.
Sobre racismo:
Meghan, que é filha de uma afro-americana, afirmou que havia uma preocupação com relação ao quão "escuro" o filho do casal poderia ser. Além disso, a criança não teria direito à segurança do palácio por não ser príncipe.
Nenhum dos dois revelou quem havia expressado a preocupação em relação à cor da pele de Archie, apenas deram a entender que seria um membro da família real.
Harry criticou ainda o fato de seus familiares terem silenciado sobre reportagens racistas que atacaram Meghan. "Isso machuca", acrescentou.
Sobre saúde mental:
Meghan revelou que a intensa pressão que sofreu a fez pensar em suicídio.
Ela disse que falou ao palácio que precisava de ajuda para problemas de saúde mental, mas não recebeu nenhum apoio.
"Eu simplesmente não queria mais viver. E esse foi um pensamento constante, aterrorizador, real e muito claro", disse Meghan.
Sobre a imprensa britânica:
Meghan negou reportagens que a acusaram de ter feito a cunhada Kate, a duquesa de Cambridge, chorar durante os preparativos do próprio casamento.
Oprah leu durante a entrevista manchetes de jornais que mostram o tratamento diferente dado a Kate e Meghan pela imprensa britânica.
Sobre a vida pessoal:
O casal revelou que o segundo filho que espera é uma menina que nascerá em meado do ano.
Harry disse que "não teria sido capaz" de se afastar da família real sem Meghan. Ela era sua saída.
"Nós não estamos apenas sobrevivendo, mas prosperando. É muito melhor do que qualquer conto de fadas que você tenha lido", disse Meghan.
Em janeiro do ano passado, Harry e Meghan anunciaram o afastamento da realeza para terem um futuro independente. O anúncio inesperado surpreendeu e causou desconforto entre os outros membros da monarquia, tendo levantado dúvidas sobre as futuras fontes de financiamento dos duques de Sussex.
Com a decisão, Harry e Meghan deixaram de participar dos compromissos reais e não recebem mais recursos públicos destinados à coroa britânica.
cn/lf (DW, aFP, Reuters, AP)
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A família real britânica
O conceito de "família real" surgiu na metade do século 19, com o príncipe Alberto e a rainha Victoria. Desde então, não é só uma rainha ou um rei que representam o Império Britânico, mas uma família inteira.
Foto: Daniel Lea/AFP
Um conceito de família
O conceito de "família real" surgiu na metade do século 19, com o príncipe Alberto, a rainha Victoria e os nove filhos. Desde então, não é só uma rainha ou um rei que representam o Império Britânico, mas uma família inteira. Os Windsor modernizaram e aperfeiçoaram esse conceito. Tanto que a rainha Elizabeth 2ª até aceitou a segunda esposa de seu filho Charles na família.
Foto: picture-alliance/dpa/PA Wire/Yui Mok
Monarquia em perigo
O rei George 5º e seu primo, o czar Nicolau 2º da Rússia, eram até bem parecidos em sua fisionomia, mas George se distanciou de Nicolau quando este teve de abdicar devido à revolução de fevereiro de 1917. Temendo revoltas em seu próprio império, ele logo voltou atrás numa oferta de asilo político. Pouco depois, Nicolau 2º foi assassinado.
Foto: picture-alliance/Heritage Images
Rei George 5º e Mary of Teck
Controverso durante a Primeira Guerra Mundial, o reinado de George 5º se estabilizou rapidamente após a mudança de nome para Windsor. Enquanto em outros lugares as monarquias enfrentavam crises, George 5º liderava o Reino Unido através da crise econômica e permitiu a independência de colônias britânicas dentro da Commonwealth.
Foto: picture-alliance/akg-images
Reinado curto de Edward 8º
Após a sua morte, em 1936, George 5º foi sucedido no trono pelo filho Edward 8º. O reinado deste foi um dos mais curtos da história britânica, com apenas 326 dias. A relação entre o playboy e a americana Wallis Simpson foi um escândalo e causou uma crise constitucional. O governo conservador acabou forçando Edward a abdicar.
Foto: picture-alliance/Photoshot
O pai de Elizabeth
Seu irmão mais novo assumiu o trono em 1937 como George 6º. Com a esposa, Elizabeth, e suas duas filhas, Elizabeth e Margaret Rose, ele trouxe uma família intacta ao palácio. Ele conduziu o país durante a Segunda Guerra Mundial, mas esta lhe custou a saúde: ele morreu em 1952, aos 56 anos, por causa de uma trombose coronariana.
Foto: picture-alliance/IMAGNO/Austrian Archives
Castelo de Windsor
Uma das receitas para o sucesso dos Windsor é a forma como eles enfrentam as crises. Durante a Segunda Guerra Mundial, a família real compartilhou das dificuldades vividas pelos súditos e viveu, por exemplo, apenas com as rações de comida. O rei permaneceu em Londres apesar dos bombardeios alemães e dos danos no Palácio de Buckingham. Só os fins de semana ele passava com a família em Windsor.
Foto: picture-alliance/IMAGNO/Austrian Archives
"Queremos o rei!"
Com o seu engajamento e sua determinação, os membros da família real se tornaram símbolos da resistência britânica ao fascismo. Após a rendição das tropas alemãs em 8 de maio de 1945, uma multidão eufórica gritou em frente ao palácio de Buckingham: "Queremos o rei!". George 6º estava no auge da popularidade.
Foto: picture-alliance/akg-images
Casamentos reais como eventos do ano
Em 1947, multidões foram a Londres para o casamento da então princesa Elizabeth e de Philip Mountbatten. A união livre de escândalos gerou quatro filhos, assegurando continuidade aos Windsor em tempos em que muitas monarquias se desfizeram.
Foto: picture-alliance/akg-images
Charles esperou muito pelo trono
O casamento entre o príncipe Charles e Lady Diana nunca foi feliz. Ele terminou em 1992, trazendo danos à imagem da família real. Os dois filhos tiveram de superar não só a separação dos pais, como a morte da mãe em um acidente de carro em 1997. Levou muito tempo até que Charles voltasse a ser visto como um membro respeitado da família real.
Foto: picture-alliance/dpa
Um reinado de aniversário
Em 2012, o reino celebrou as bodas de diamante da rainha Elizabeth e, em 2016, o seu aniversário de 90 anos. Nenhum outro soberano esteve por tanto tempo à frente da monarquia britânica. Ela é o chefe de Estado há mais tempo no cargo em todo o mundo. Apesar das críticas à família real britânica, o apoio à monarquia, no reinado dela, segue inabalado.
Foto: imago/i Images
William e Kate, a monarquia moderna
Após a separação dos pais e a trágica morte da mãe, a vida privada de William, neto da rainha, começou a ser alvo do interesse do público. Em 2011, ele se casou com Kate Middleton, uma plebeia que demonstrou gosto pelo seu papel na família real. O casal já ampliou a família com três pequenos herdeiros.
Foto: AFP/Getty Images/C. de Souza
A próxima geração
Os novos membros da família Windsor já concentram as atenções da mídia. "Efeito príncipe George" é o nome dado à influência que o pequeno príncipe exerce sobre a economia e a cultura pop. Ou seja: o que George veste ou usa vende bem. Na foto, vê-se George ao lado da irmã, Charlotte.
Foto: imago/i Images
Mais um na linha de sucessão
Em 23 de abril de 2018, Kate deu à luz seu terceiro filho. O menino é o quinto na linha de sucessão ao trono britânico. O primogênito da rainha, príncipe Charles, encabeça a lista, seguido pelo príncipe William, George, Charlotte e o mais novo membro da família real.
Foto: picture-alliance/ZUMAPRESS.com/T. Nicholson
Mais dois netos para a rainha
Em 6 de maio de 2019, a poucos dias de completarem um ano de casados, o príncipe Harry e a esposa, Meghan Markle, anunciaram a chegada do primeiro filho, Archie, que é o sétimo na linha de sucessão ao trono britânico. Em 4 de junho de 2021 nasceu a filha deles, Lilibet Diana.
Foto: Prince Harry and Meghan, The Duke and Duchess of Sussex/dpa/picture alliance
O "Megxit"
Em janeiro de 2020, Harry e Meghan renunciaram ao título "sua alteza real" e a recursos públicos, em troca de uma vida independente. O casal passou a ser "apenas" duque e duquesa de Sussex. A família real concordou com a renúncia após o casal comunicar à rainha o desejo de abdicar do status de "membros sêniores" da monarquia para serem economicamente independentes e viver na América do Norte.
Foto: AFP/D. Leal-Olivas
Entrevista bombástica a Oprah Winfrey
Em março de 2021, Harry e Meghan falaram da dificuldade de conviver com a família real, racismo e depressão. Segundo Meghan, a família e quem comanda a instituição são coisas separadas. Filha de uma afro-americana, Meghan falou da "preocupação sobre quão escuro" seria seu filho. A pressão a fez pensar em suicídio. Harry disse que o pai e o irmão estão "presos" em seus papéis.
Foto: Harpo Productions/Joe Pugliese/REUTERS
Grande perda para a rainha
Em 9 de abril de 2021, morreu o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª. O Duque de Edimburgo tinha 99 anos, e sua saúde vinha se deteriorando há algum tempo. Ele e a rainha da Inglaterra estavam casados desde 1947.
Foto: John Patrick Fletcher/Action Plus/imago images
70 anos no trono
Elizabeth 2ª acumulou recordes notáveis: aos 96 anos de idade, foi a monarca reinante mais antiga e teve o casamento mais duradouro na história da realeza britânica. Sua coroação entrou para a história, com recorde de espectadores – carca de 300 milhões mundo afora. E, por fim, ninguém jamais ocupou por tanto tempo o trono britânico. Em 2022, ela completou 70 anos no trono.
Foto: Daniel Leal/AFP
A morte de uma rainha
No dia 8 de setembro de 2022, foi anunciada a morte da rainha Elizabeth 2ª, causando comoção em toda Commonwealth. No seu enterro, em 19 de setembro, compareceram chefes de governo e de estado do mundo inteiro. Multidões acompanharam os féretros e as cerimônias fúnebres.