Em seu mais recente episódio, série de TV responde a comediante que criticou programa por reforçar estereótipos e racismo com o personagem indiano Apu. Reação é considerada insatisfatória.
Anúncio
No mais recente episódio de Os Simpsons, exibido no último domingo (08/04) Marge Simpson pega seu livro favorito de infância, A Princesa no Jardim. Assim que começa a lê-lo em voz alta para a filha Lisa, Marge percebe que o livro é ofensivo e racista e decide reformulá-lo de modo a obter uma versão mais apropriada para 2018.
Mas o texto resultante não faz mais sentido. Desanimada, Marge diz: "É muito difícil captar o espírito e o estilo do livro... O que devo fazer?"
Lisa volta-se para os telespectadores do programa e responde: "É difícil dizer. Algo que começou há décadas e foi aplaudido e considerado inofensivo agora é politicamente incorreto. O que se pode fazer?"
As duas sugerem que "algumas coisas serão revistas em um momento futuro, quando muito", enquanto a tela se abre para mostrar uma foto emoldurada de Apu Nahasapeemapetilon, imigrante indiano dono de uma loja e personagem de longa data dos Simpsons. Críticos acusam a série de TV de perpetuar imagens racistas e estereotipadas de imigrantes do sul da Ásia nos EUA.
A cena do último episódio foi a resposta da equipe de produção de Os Simpsons à mais recente polêmica em torno de Apu, iniciada pelo comediante indo-americano Hari Kondabolu. Ele escreveu e estrelou o documentário The Problem with Apu (O problema com Apu), dirigido por Michael Melamedoff e que usa Apu como exemplo de como a mídia reforça estereótipos problemáticos de pessoas originárias do sul da Ásia.
Para Kondabolu, a resposta de Os Simpsons, conhecido por satirizar temas sociais e políticos atuais, não foi satisfatória. O comediante escreveu no Twitter: "Uau! Politicamente incorreto? Foi isso que ficou do meu filme e da discussão que ele provocou? Cara, eu realmente amava esse programa. Isso é triste."
Ele argumentou ainda que a resposta de Os Simpsons não foi um ataque pessoal a ele. Para Kondabolu, trata-se de um indicativo da difícil evolução das representações midiáticas em resposta a uma mudança da compreensão social de estereótipos e da discriminação.
"Em The Problem with Apu, usei Apu e Os Simpsons como ponto de partida para uma conversa mais ampla sobre a representação de grupos marginalizados e sobre por que isso é importante. A resposta de Os Simpsons desta noite não é um golpe contra mim, mas contra o que muitos de nós consideram progresso", escreveu.
O debate sobre mudanças de conteúdo televisivo, cinematográfico e literário para se adequar aos novos tempos não é novidade. Linguagem abertamente racista costuma ser uma das primeiras coisas a ser eliminada quando um trabalho fictício é revisado.
Até mesmo títulos de alguns livros clássicos parecem absurdos para os padrões de hoje. Um exemplo é o célebre suspense de Agatha Christie E Não Sobrou Nenhum, originalmente intitulado O Caso dos Dez Negrinhos.
_______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Os melhores comediantes do cinema
Charles Chaplin, Mr. Bean ou Loriot – todos são mestres da comédia. Em homenagem aos 125 anos do nascimento de Oliver Hardy – de "O Gordo e o Magro" – relembramos os melhores humoristas do cinema.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
O famoso duo de palhaços
Stan & Ollie (Stan Laurel e Oliver Hardy) atuaram juntos em cerca de 200 filmes, muitos deles na época do cinema mudo. Qualquer coisa que a dupla – conhecida no Brasil como "O Gordo e o Magro" – tramasse, invariavelmente terminava em desastre. A dupla de comediantes mais bem-sucedida dos EUA foi, sem dúvida, mestre na arte de fazer rir.
Foto: Imago/United Archives
Muito além da palhaçada
Charlie Chaplin não economizou na palhaçada, por exemplo, em "O vagabundo", mas ele também teceu críticas sociais em seus filmes. Na obra "Em Busca do Ouro", de 1925, a pobreza foi o tema e seu personagem estava tão faminto que comeu solas de sapatos. "Tempos Modernos", de 1936, atacou o capitalismo e o filme "O Grande Ditador" satirizou Adolf Hitler.
Foto: picture-alliance / United Archives/TopFoto
Enlouquecer de rir
Chico, Harpo, Groucho, Gummo e Zeppo – os Irmãos Marx – foram os primeiros a realmente se concentrar na linguagem em seus filmes, revezando esquetes visuais e verbais. As observações irreverentes de Groucho, em particular, fizeram o público soltar gargalhadas. Via de regra, os filmes se passavam em ambientes fechados, como uma casa de ópera.
Foto: picture-alliance/dpa/Impress
Gatilho rápido nas piadas
Olhos escancarados, queixo protuberante e um sorriso manhoso: as expressões faciais de Bob Hope eram, por si só, engraçadas. Críticos também adoravam a sagacidade no uso das palavras, bem no estilo dos Irmãos Marx. Nos Estados Unidos, o comediante recebeu o apelido "Midas da Comédia".
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Gigante da comédia francesa
O público adorava Louis de Funès, o pequeno ator francês que explodia em ataques de loucura, o caráter colérico que prestava reverências às autoridades, mas intimidava todo mundo em seus filmes nas décadas de 60 e 70. As obras de Funès – na França, chamado pelo apelido carinhoso de "Fufu" – foram sucessos internacionais de bilheteria.
Foto: picture alliance/United Archives
Situações absurdas
Rowan Atkinson desenvolveu o personagem Mr. Bean durante dez anos, antes de estreá-lo, em 1990, no Reino Unido. Hilário, bobo, egoísta – ao todo, um fanfarrão simpático. Mr. Bean apresentava as soluções mais estranhas e desajeitadas para situações cotidianas. Ele raramente fala alguma coisa, mas compensa a falta de comunicação com caretas.
Foto: Getty Images/Stuart C. Wilson/Universal Pictures Home Entertainment
Humor inteligente
O estilo de humor do grupo Monty Python é absurdo, surreal e anárquico. A imagem acima retrata a cena legendária do filme "A Vida de Brian", de 1979, com homens crucificados cantando felizes "Always Look on the Bright Side of Life". O humor do grupo de comediantes britânicos é inteligente, combinando com referências filosóficas e históricas em seus filmes e suas muitas encenações.
Foto: picture-alliance
Rei alemão da comédia
Por décadas, Vicco von Bülow, conhecido por Loriot, entreteu milhões de alemães com peças, quadrinhos e longas-metragens. Seu humor muitas vezes se concentrava na falta ou em erros de comunicação, e ele invariavelmente ridicularizava cenários do cotidiano burguês. Loriot foi um prolífico humorista, escritor, ator e um talentoso cartunista.
Foto: picture alliance/dpa/W.Jahnke
A arte da comédia cara de pau
O papel do tenente da polícia Frank Drebin catapultou o ator canadense Leslie Nielsen à fama internacional da comédia no fim da década de 80. O que parecia ser apenas um amontoado de galhofadas, a trilogia "Corra que a Polícia Vem Aí" conseguiu mais do que apenas algumas risadas. Nielsen também adorava imitar o olhar de Oliver Hardy – uma clara homenagem à dupla.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/g49
A máscara colossal
Ninguém faz expressões faciais extremas como Jim Carrey. Ele incorporou o talento de sua marca registrada em seus personagem em "O Máscara" e "Débi & Lóide - Dois Idiotas em Apuros", dando a eles um olhar inconfundível. A comédia romântica "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", de 2004, demonstra a amplitude das habilidades de Carrey.
Foto: picture-alliance/United Archives
Sem limites
Usando acentos e disfarces para retratar os personagens fictícios Ali G, Borat ou Brüno, o ator britânico Sacha Baron Cohen faz perguntas absurdas e repletas de clichês raciais aos próprios entrevistadores. Seus "mocumentários", uma combinação de documentário e ficção, são retratos reveladores sobre a sociedade.