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Os top 11 da Bundesliga 2021/2022

Gerd Wenzel
Gerd Wenzel
24 de maio de 2022

Após o campeonato alemão, é tradição do jornalismo esportivo designar uma seleção com os 11 melhores jogadores da temporada. A minha inclui de jovens talentos a nomes consagrados, como Thomas Müller e Robert Lewandowski.

Thomas Müller é o campeão de assistências da Liga, além de marcar seus gols vez por outra. Ele renovou o contrato com o Bayern até 2024Foto: Michael Probst/AP/picture alliance

A 59ª temporada da Bundesliga chegou ao fim. De surpreendente teve a ascensão de times considerados pequenos, como o Union Berlin e o Freiburg, que obtiveram vaga para a Europa League. Outra surpresa foi o tradicional Colônia, que na temporada passada se salvou na repescagem e na atual conseguiu uma vaga para disputar os play-offs da Conference League.

Surpreendente também foi o desempenho do Eintracht Frankfurt. Foi mal na Bundesliga, mas, em compensação, salvou a pátria alemã no cenário europeu ao vencer o título da Europa League, repetindo o seu feito de 1980.

Terminado o campeonato, já é tradição no jornalismo esportivo escolher a seleção – os top 11 – da temporada, e é o que acabei de fazer. Aqui está a minha seleção da Bundesliga, que tem como sistema de jogo o tradicional 4-2-3-1, adotado por boa parte dos times da primeira divisão alemã.      

Gol - Mark Flekken (SC Freiburg)

Mark Flekken, goleiro da seleção dos Países Baixos, é, ao lado de Manuel Neuer, Robin Zentner e Koen Casteels, um dos quatro goleiros que mantiveram a sua meta invulnerável em dez jogos. Com o seu desempenho participou ativamente na luta do seu time por uma vaga na Europa League. Até a última rodada, a equipe chegou a sonhar até com a Champions League. Na temporada passada, Flekken sofreu algumas contusões que o afastaram do time titular, mas se recuperou e atualmente é o titular absoluto na posição.

Lateral Direito – Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen)

Jeremie Frimpong veio do Celtic Glasgow em meados do ano passado. O Bayer Leverkusen não hesitou em pagar 11 milhões de euros pelo jogador, que rapidamente se estabeleceu como titular absoluto pelo lado direito da linha defensiva. Possuidor de uma dinâmica de jogo inacreditável, logo se tornou um dos melhores laterais da Liga, além de formar uma dupla poderosa com o meia ofensivo Moussa Diaby. 

Zagueiro – Evan Ndicka (Eintracht Frankfurt)

Apesar do Frankfurt ter feito uma pífia campanha na Bundesliga, Ndicka, a meu ver, merece estar no top 11. Ele já tinha feito uma temporada formidável no ano passado e, mesmo assim, conseguiu se superar. Teve importância fundamental na campanha do Eintracht na Liga Europa e atualmente não tem ninguém no time que possa disputar a posição com ele. É considerado um zagueiro completo, que ainda vai trazer muitas alegrias ao Frankfurt.

Zagueiro – Nico Schlotterbeck (SC Freiburg)

O jovem zagueiro de 22 anos está em franca ascensão. No verão de 2021, se tornou campeão europeu com a seleção alemã sub-21, e a partir daí sua carreira deslanchou. Schlotterbeck foi uma peça-chave na extraordinária campanha do Freiburg nesta temporada, não apenas no que diz respeito ao seu trabalho defensivo, mas também dando impulsos para jogadas ofensivas. Suas principais qualidades podem ser notadas nos duelos individuais, na dinâmica do seu jogo e na saída de bola em velocidade. Com 1,91 metro de altura, é muito perigoso no ataque. Na próxima temporada jogará pelo Borussia Dortmund.  

O jovem zagueiro Nico Schlotterbeck, de 22 anos, está em franca ascensãoFoto: Alexander Hassenstein/Getty Images

Lateral Esquerdo – Christian Günter (SC Freiburg)

Na próxima temporada, o Freiburg vai disputar a Liga Europa, e o seu capitão Christian Günter teve considerável participação para que esse sonho pudesse se realizar. Günter jogou as 34 partidas do campeonato sem perder nem um minuto sequer. Tanto defensivamente, como do ponto de vista ofensivo, ele deu a sua contribuição: marcou dois gols e deu dez assistências – nada mal para um jogador de defesa, muito pelo contrário. Seu valor de mercado está em torno de 12 milhões de euros e deve subir mais um pouco caso repita o seu excelente desempenho na próxima temporada.

Meio-campo – Joshua Kimmich (Bayern de Munique)

Kimmich teve um ano difícil apesar da conquista do decacampeonato com o Bayern. Ficou dois meses sem poder atuar por conta de duas quarentenas pelas quais teve que passar, além de ter contraído covid-19. Mesmo não repetindo suas melhores atuações da temporada passada, agregou muito valor ao jogo do Bayern com sua precisão no passe, de quase 90%, e sua participação direta ou indireta em 15 gols: foram ao todo três gols e 15 (!) assistências. De algum modo, ele foi o pensador e dirigente dinâmico do meio-campo bávaro.   

Meio-campo – Jude Bellingham (Borussia Dortmund) 

Em sua segunda temporada com os aurinegros, Jude Bellinham, de apenas 18 anos, deu um passo considerável no seu desenvolvimento profissional: de jovem talento promissor passou a ser uma coluna mestra no meio-campo do Borussia Dortmund. É titular na sua posição e o diretor executivo do clube, Hans-Joachim Watzke, já avisou: "Jude Bellingham fica, não vamos perdê-lo de jeito nenhum." 

Jude Bellinham, de apenas 18 anos, passou a ser uma coluna mestra no meio-campo do Borussia DortmundFoto: Ronny Hartmann/AFP/Getty Images

Meio-campo ofensivo – Moussa Diaby (Bayer Leverkusen)

Não há nenhuma dúvida de que Diaby, de 22 anos, fez sua melhor temporada na sua ainda jovem carreira. Marcou gols com regularidade, além de municiar os atacantes com assistências precisas: foram 13 gols e 13 assistências.  O turbilhão francês, que brilha tanto pelos flancos como pelo faixa central, já despertou o interesse de clubes da Premier League. Seu contrato vai até 2025

Meio-campo ofensivo – Thomas Müller (Bayern de Munique)

Alguns podem até pensar que Thomas Müller já teve temporadas melhores do que essa de 2021/2022. Pode até ser, mas mesmo assim merece estar no top 11. Müller é o campeão de assistências da Liga, além de marcar seus gols vez por outra: só na Bundesliga foram oito gols e 21 (!) assistências. Além de ser um profissional excepcional, ele representa a própria identidade bávara do clube. Sem contar que é conhecido pelos colegas como "Rádio Müller", porque fala sem parar durante todo jogo. É um comunicador nato. Müller acabou de renovar seu contrato com o Bayern até 2024.  

Meio-campo ofensivo – Christopher Nkunku (RB Leipzig)

É o craque do RB Leipzig. Christopher Nkunku, de 24 anos, na realidade exerce duas funções no time do técnico Domenico Tedesco: é artilheiro e garçom. Cumpre as duas funções com muito estilo. Marcou 20 gols e deu 16 assistências. Os seus números não deixam dúvidas: é um craque mesmo. O Leipzig fará de tudo para mantê-lo em suas fileiras, mas à boca pequena já se sabe que o Bayern tem interesse no jogador francês.

O Leipzig fará de tudo para manter Christopher Nkunku em suas fileiras, mas à boca pequena já se sabe que o Bayern tem interesse no jogador francêsFoto: Revierfoto/IMAGO

Atacante – Robert Lewandowski (Bayern de Munique)

Muitos se perguntam o que seria do ataque do Bayern sem Robert Lewandowski. Desde que o atacante polonês chegou ao Bayern, já é a sexta vez que ele se consagra como o artilheiro nº 1 da Bundesliga. Não quebrou o seu próprio recorde de 41 gols marcados na campanha 2020/2021, mas suas performances em campo foram extremamente convincentes no decorrer de toda a temporada. O seu destino para a futuro próximo ainda não está definido. A temporada que passou pode ter sido a última de Lewandowski com a camisa do Bayern, mas ele desconversa: "Temos que achar a melhor solução para ambos."  Que assim seja, diria o torcedor bávaro.

Muitos se perguntam o que seria do ataque do Bayern sem Robert LewandowskiFoto: Frank Hoermann/SvenSimon/picture alliance

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Atuou nos canais ESPN como especialista em futebol alemão de 2002 a 2020, quando passou a comentar os jogos da Bundesliga para a OneFootball de Berlim. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit é publicada às terças-feiras. 

O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Na coluna Halbzeit, ele comenta os desafios, conquistas e novidades do futebol alemão.

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