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Os vinhos tintos alemães

Luisa Frey
7 de abril de 2018

Sim, a terra do riesling também produz bons vinhos tintos, sobretudo nas regiões de Rheinhessen e Palatinado. Conheça as principais variedades, suas características e com o que devem ser apreciadas.

Vinho tinto
Cerca de um terço da área vinícola da Alemanha é dedicada ao vinho tintoFoto: Twitter/Damaine

Além de cerveja e vinho branco, a Alemanha – para a surpresa de muitos – também produz vinhos tintos, que representam cerca de um terço da área dedicada à vinicultura no país. Eu mesma praticamente desconhecia os tintos alemães antes de vir morar em terras germânicas e visitar vinícolas por aqui. E sim, há a Alemanha produz vinhos tintos de ótima qualidade.

As principais regiões produtoras são Rheinhessen e Palatinado (Pfalz). No estado da Renânia-Palatinado, a região do Ahr se destaca. Uma rota do vinho tinto se estende por 35 quilômetros ao longo desse rio, de Bad Bodendorf a Altenahr. Vale a pena explorar as pequenas cidades e vinícolas da região, principalmente na época da vindima.

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A classificação dos vinhos alemães

A seguir, algumas das principais variedades de uvas tintas cultivadas na Alemanha:

Spätburgunder

Também conhecida como pinot noir, a variedade está para os tintos alemães assim como o riesling está para os brancos – ou seja, se trata de um vinho de qualidade elevada. A uva nobre é bastante antiga, tendo sido trazida para a região do Lago de Constança, no sul do país, no ano 884.

Hoje, o spätburgunder ocupa quase 12 mil hectares na Alemanha. As principais regiões produtoras são Baden, Palatinado, Rheinhessen, Württemberg, Rheingau e Ahr.

Assim como vinhos tintos em geral, o spätburgunder é ideal para dias mais frios, devendo ser tomado a uma temperatura de 16 a 18 graus Celsius. Com aroma de frutas vermelhas e nuances de amêndoa, harmoniza bem com carnes assadas ou de caça ou com queijo.

Dornfelder

Ao contrário da primeira, a segunda variedade de uva tinta mais popular da Alemanha é bastante jovem, tendo sido criada propositalmente há pouco mais de meio século, em 1955. Ao cruzar as uvas Helfensteiner e Heroldrebe, o objetivo era dar mais cor aos tipicamente pálidos tintos alemães.

O resultado é um vinho versátil, fresco e frutado, para o qual na Alemanha se dedicam hoje cerca de 8 mil hectares. Palatinado e Rheinhessen são as principais regiões produtoras.

Assim como seus pares, o Dornfelder também é ideal para o clima frio, e, quando um pouco envelhecido, combina com carnes de sabor forte e queijo. Quando jovem, pode ser apreciado levemente resfriado no verão. Gosto bastante do Dornfelder halbtrocken (meio-seco).

Portugieser

O terceiro vinho tinto mais produzido na Alemanha, ocupando 3.200 hectares, é descomplicado, leve, agradável e fresco. Palatinado, Rheinhessen e Ahr são as regiões que se destacam na produção da variedade.

Quando jovem, o portugieser pode ser servido fresco, a uma temperatura de 14 a 16 graus Celsius. O vinho tem aroma de frutas, como amora, morango e cereja, e um toque apimentado Por ser versátil, combina com uma série de pratos. De cor rubi suave, tem geralmente teor alcoólico inferior ao de outros vinhos tintos.

Apesar do nome, o portugieser não tem nada de português. Supõe-se que a variedade tenha se originado no Império Austro-Húngaro. Ela chegou à Alemanha via Áustria no século 19.

Trollinger

Muito apreciada na região cultural da Suábia, no sudoeste da Alemanha, a variedade ocupa entre 2 mil e 2.500 hectares no país. Em Württemberg, trollinger é a uva mais cultivada, e apenas 34 hectares fora da região vinícola são dedicados a ela.

Conhecido como a "bebida nacional suábia", o trollinger é consumido quase diariamente por muitos habitantes da região, na companhia de pão, carne branca ou queijo fresco de sabor neutro. O vinho é leve, de cor vermelho-claro e tem aromas florais com um toque de noz-moscada. Deve ser servido jovem.

Outras variedades

Além das variedades acimas, as principais uvas tintas produzidas na Alemanha são: schwarzriesling, blauer lemberger, regent, saint laurent, cabernet sauvignon, domina, acolon e merlot.

Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.

 

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