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OSCE perde contato com mais uma equipe na Ucrânia

30 de maio de 2014

Violência no leste do país continua, e EUA exigem retirada completa de tropas russas. Em reação à recém-fundada União Eurasiática, comissário da UE defende entrada da Ucrânia no bloco.

Foto: Reuters

Após o desaparecimento de quatro observadores no início desta semana, a Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disse, nesta sexta-feira (30/05), ter perdido o contato com outra equipe na Ucrânia. O grupo foi detido por "homens armados" na região de Luhansk, no leste do país.

Nesta quinta-feira, um líder insurgente havia confirmado que a primeira equipe, desaparecida na vizinha região de Donetsk, encontra-se nas mãos de milícias pró-russas.

Vyacheslav Ponomarev, autoproclamado prefeito do bastião rebelde Slaviansk, afirmou que o grupo havia sido aconselhado a não viajar para a região de conflito. Segundo Ponomarev, seus apoiadores irão agora "esclarecer quem são eles, para onde estão indo e por que, e então, eles serão libertados." Os separatistas já haviam detido temporariamente diversos observadores da OSCE em abril.

União Eurasiática

Um dia depois da fundação da União Econômica Eurasiática por Rússia, Belarus e Cazaquistão, o comissário da União Europeia (UE) para a Expansão, Stefan Füle, defendeu a entrada da Ucrânia, Geórgia e República da Moldávia no bloco europeu, publicou o jornal alemão Die Welt nesta sexta-feira.

"Se quisermos levar a sério a transformação dos países do Leste Europeu, precisamos usar o instrumento mais poderoso que temos para isso: a expansão", disse Füle, ressaltando que a perspectiva europeia seria o melhor incentivo para as reformas necessárias.

A recém-criada União Eurasiática deverá ampliar a união alfandegária existente e entrar em vigor em janeiro próximo. Moscou pretendia incluir a Ucrânia, mas o governo em Kiev voltou-se para o lado da UE.

Punição aos rebeldes

"Diante da tensão no leste do país, o recém-eleito presidente ucraniano, Petro Peroshenko, anunciou que irá punir os rebeldes pró-russos que abateram, nesta quinta-feira, um helicóptero do Exército ucraniano, matando 12 militares num dos piores ataques desde o início dos combates entre separatistas e tropas fiéis a Kiev.

Poroshenko: "Temos que fazer de tudo para que mais ucranianos não morram nas mãos de terroristas"Foto: SERGEI SUPINSKY/AFP/Getty Images

"Temos que fazer de tudo para garantir que mais ucranianos não morram nas mãos de terroristas e bandidos. Tais atos criminosos por parte de inimigos dos ucranianos não passarão sem punição", disse Poroshenko, segundo agências de notícias ucranianas.

Ainda nesta quinta-feira, um dos líderes separatistas admitiu, surpreendentemente, que 33 dos mais de 40 rebeldes mortos durante uma operação antiterrorista no aeroporto de Donetsk, nesta semana, eram russos de regiões muçulmanas como a Tchetchênia.

Além de ir de encontro às afirmações de Putin, que nega que a Rússia esteja ligada aos separatistas na Ucrânia, essa declaração sustenta as queixas de Kiev de que os rebeldes não representam o verdadeiro desejo dos mineiros e metalúrgicos que transformaram o leste do país no motor econômico da Ucrânia.

Tropas russas

Numa entrevista à TV nesta quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou haver indícios de que milícias tchetchenas treinadas na Rússia cruzaram a fronteira em direção à Ucrânia. Kerry afirmou também que as tropas russas estacionadas na fronteira estão se retirando em direção a Moscou, mas ainda há "sinais de perigo".

Nesta quinta-feira, o secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, exigiu a retirada completa das tropas russas da fronteira ucraniana. "Sabemos que milhares de tropas russas continuam ali."

Apesar da retirada de parte das tropas da fronteira, Kerry disse ainda ver "sinais de perigo"Foto: Getty Images/Alex Wong

Moscou, por sua vez, urgiu Kiev a impor um cessar-fogo imediato e pediu ao Ocidente para usar a sua influência com vista a evitar um "desastre nacional" na Ucrânia. "A comunidade internacional espera de Kiev a suspensão imediata das atividades militares no leste do país e a retirada de tropas. Sem isso não é possível conseguir a paz na Ucrânia", disse o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov.

CA/afp/dpa/rtr

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