Otan é incapaz de enfrentar Rússia no Leste, diz relatório
21 de outubro de 2017
Boletim interno põe em questão capacidade das tropas da Aliança Atlântica de responder "de forma rápida e sustentável" a uma eventual investida do Exército russo no Leste Europeu.
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria incapaz de repelir um eventual ataque russo a seus membros no Leste Europeu, questiona um documento interno da aliança ao qual a revista alemã Der Spiegel teve acesso e publica neste sábado (21/10).
O documento põe em xeque a capacidade das forças da Otan de "reagir rapidamente e, se necessário, de forma sustentável", em caso de uma investigada russa. E aponta como uma das causas uma estrutura de comando reduzida desde a queda do Muro de Berlim, em 1989.
"A habilidade da Otan de apoiar logisticamente um reforço no fortemente expandido território na área de responsabilidade dos comandos europeus atrofiou desde o fim da Guerra Fria", diz o documento obtido pela revista.
O texto também aponta uma série deficiência logística no flanco leste. A porta-voz da Otan Ana Lungescu se recusou a comentar diretamente a reportagem da revista alemã, mas disse que as forças da Aliança Atlântica "estão mais prontas e capazes de se mobilizar do que em décadas".
As relações da Otan com a Rússia se deterioram desde a intervenção russa na Ucrânia. A Polônia e aliados escandinavos e bálticos com frequência reportam se sentirem ameaçados e instaram a aliança a aumentar sua presença no flanco leste ante uma possível agressão.
A Otan aumentou recentemente para 40 mil suas tropas da chamada Força de Resposta, uma unidade especial de reação rápida que pode ser mobilizada por ar, mar e terra a qualquer momento, em qualquer parte do mundo.
Em 2014, após a crise na Crimeia, a Otan resolveu criar uma força-tarefa de prontidão elevada, consistindo de quatro batalhões e no total 5 mil soldados, para reagir a uma eventual ameaça russa. Na época, ela foi criticada como insuficiente.
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O que sobrou da Guerra Fria
Fotos de antigas bases militares, bunkers, áreas de exercícios militares, equipamentos de vigilância e memoriais podem ser vistas na mostra "Relíquias da Guerra fria" até agosto no Museu Histórico Alemão em Berlim.
Foto: Martin Roemers
Bunker no Mar Báltico
De 1998 a 2009, o fotógrafo holandês Martin Roemers captou imagens em dez países europeus, dos dois lados da Cortina de Ferro. A chamada Guerra Fria começou depois do fim da 2ª Guerra Mundial e terminou com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Não chegou a haver derramamento de sangue, mas muitos momentos de tensão e ameaças nucleares. Na foto, um bunker antes de afundar no Mar Báltico, na Letônia.
Foto: Martin Roemers
Esperando a 3ª Guerra
Bunkers, bases para mísseis e dispositivos de escuta: tanto o Leste Europeu quanto a Europa Ocidental tentaram se proteger de possíveis ataques. Armar-se com equipamentos pesados foi tendência na época, principalmente nas Alemanhas Ocidental e Oriental. O mundo se preparou para uma terceira guerra. Na foto, o depósito de suprimentos das Forças Armadas alemãs no abrigo nuclear em Lorch.
Foto: Martin Roemers
Área de treino dos soviéticos
O Museu Histórico Alemão, em Berlim, apresenta algumas das 78 fotografias de Martin Roemers até 14 de agosto de 2016. Entre elas, estes restos de munição em um antigo campo de treinamento das tropas soviéticas.
Foto: Martin Roemers
Nova Guerra Fria?
Embora em fevereiro o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, tenha falado de uma nova Guerra Fria, o fotógrafo não acha isso. Martin Roemers diz que não é ativista político, sua intenção é documentar o que guerras fazem com seres humanos e paisagens.
Foto: Martin Roemers
Um local ao longo da história
Em Altengrabow, na Saxônia, Martin Roemers fotografou uma antiga área de treinamento militar de tropas soviéticas. Antes, o local também já havia servido de campo de treinos dos soldados do Império Alemão e mais tarde, dos nazistas. E hoje? O local nem é tão deserto quanto parece na foto. Ali treinam as Forças Armadas alemãs.
Foto: Martin Roemers
Luz no fim do túnel
As fotos de Roemers não são históricas. Ele fotografou os locais depois que foram deixados pelos militares ao fim da Guerra Fria. O charme das imagens é justamente seu estado em ruínas. O que atraiu o fotógrafo foram os momentos em que a natureza toma conta dos locais e dos materiais bélicos. Na foto, a saída de um abrigo nuclear no Reino Unido.