Segundo imprensa alemã, aliança planeja possíveis respostas caso Rússia infrinja tratado de desarmamento atômico fechado com EUA. Washington e Moscou acusam-se mutuamente de violar acordo.
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A Otan está cogitando uma expansão de seu arsenal de dissuasão nuclear por causa da Rússia, noticiou a imprensa alemã nesta sexta-feira (01/09). A proposta consta num total de 39 opções listadas em um documento estratégico até então secreto, citado pelo jornal Süddeutsche Zeitung e pelas emissoras WDR e NDR.
O documento teria sido enviado aos Estados membros da Aliança. No texto, a Otan avalia possíveis reações para o caso de a Rússia desrespeitar um acordo de desarmamento sobre mísseis nucleares de médio alcance.
O chamado Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) firmado em 1987 pelos EUA e a União Soviética é considerado um marco da política internacional de desarmamento nuclear. Ele proíbe, entre outras coisas, a produção e posse de mísseis nucleares terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. Há tempos, os EUA acusam a Rússia de não respeitar o acordo.
De negociações a ataque aéreo
O documento da Otan citado pela imprensa alemã recomenda amplas ofertas de negociações à Rússia. No entanto, também há recomendações para instalar mais sistemas de alerta, fortalecer a defesa submarina e empregar bombardeiros B-2 e B-52 mais frequentemente na Europa. Também são citadas ideias para aumentar a prontidão operacional das frotas europeias aptas a lançar bombas atômicas.
Um porta-voz da Otan não quis confirmar a existência do documento nem dizer quem o poderia ter criado. Ele apenas confirmou que já havia discussões formais dentro da Aliança sobre o cumprimento do tratado INF e possíveis implicações de política de segurança para a Otan.
Também não se sabe se as acusações dos EUA contra a Rússia são apoiadas por todos os outros 28 países-membros da Aliança. O porta-voz da Otan afirmou que essa questão deve ser respondida pelos respectivos governos, o que sugere que pode não existir uma clara unidade dentro da Otan sobre o assunto.
Uma reação da Aliança a possíveis violações do acordo também exigiria uma decisão por consenso. A Rússia, por sua vez, também acusa os EUA de violarem o INF.
MD/dpa/ots
Os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki
Ataques às duas cidades japonesas em 1945 são os únicos casos de emprego de armas atômicas numa guerra.
Foto: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images
O primeiro ataque
Em 6 de agosto de 1945, o avião Enola Gay lançou, sobre Hiroshima, a primeira bomba nuclear da história. A bomba carregava o inocente apelido de "Little Boy". A cidade tinha então 350 mil habitantes. Um em cada cinco morreu em questão de segundos. Hiroshima foi praticamente varrida do mapa.
Foto: Three Lions/Getty Images
O Enola Gay
O ataque a Hiroshima estava planejado para acontecer em 1 de agosto de 1945, mas teve que ser adiado devido a um tufão. Cinco dias depois, o Enola Gay partiu com 13 tripulantes a bordo. A tripulação só ficou sabendo durante o voo que lançariam uma bomba atômica.
Foto: gemeinfrei
O segundo ataque
Três dias depois do ataque a Hiroshima, os americanos lançaram uma segunda bomba, sobre Nagasaki. A cidade de Kokura era o alvo original do ataque, mas o tempo nublado fez com que os americanos mudassem seus planos. A bomba apelidada de "Fat Man" tinha uma potência de 22 mil toneladas de TNT. Estima-se que 70 mil pessoas morreram até dezembro de 1945.
Foto: Courtesy of the National Archives/Newsmakers
Alvo estratégico
Em 1945, Nagasaki era sede da Mitsubishi, então fábrica de armas responsável por desenvolver os torpedos usados no ataque a Pearl Harbor. No entanto, apenas alguns soldados japoneses estavam baseados na cidade. A má visibilidade não possibilitou um ataque direto contra os estaleiros da fábrica.
Foto: picture-alliance/dpa
As vítimas
Durante meses após os ataques, dezenas de milhares de pessoas morreram por causa dos efeitos das explosões. Somente em Hiroshima, até o fim de 1945, 60 mil pessoas morreram por conta da radiação, de queimaduras e outros ferimentos graves. Em cinco anos, o número estimado de vítimas dos dois bombardeios atômicos é de 230 mil pessoas.
Foto: Keystone/Getty Images
Terror no fim da guerra
Depois de Hiroshima e Nagasaki, muitos japoneses temeram um terceiro ataque, a Tóquio. O Japão declarou então sua rendição, pondo fim à Segunda Guerra também na Ásia. O então presidente americano, Harry Truman, ordenou os bombardeios. Ele estava convencido de que essa era a única maneira de acabar com a guerra rapidamente. Para muitos historiadores, no entanto, os ataques foram crimes de guerra.
Foto: AP
A reconstrução
Devastada, Hiroshima foi reconstruída do zero. Apenas uma ilha, no rio Ota, foi mantida e se tornou o Parque Memorial da Paz. Hoje, há uma série de memoriais: o Museu Memorial da Paz de Hiroshima; a Estátua das Crianças da Bomba Atômica; as Ruínas da Indústria e Comércio; e a Chama da Paz, que vai permanecer acesa até a última bomba atômica do planeta ser destruída.
Foto: Keystone/Getty Images
Contra o esquecimento
Desde 1955, o Museu da Bomba Atômica e o Parque da Paz de Nagasaki prestam homenagem às vítimas dos ataques. No Japão, a reverência às vítimas desempenha um grande papel na cultura e na identidade nacional. Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos mundiais dos horrores das armas nucleares.
Foto: Getty Images
Dia para relembrar
Desde os ataques de agosto de 1945, as pessoas em todo o mundo lembram as vítimas dos bombardeios atômicos. Em Hiroshima, acontece anualmente um memorial. Sobreviventes, familiares, cidadãos e políticos se reúnem para um minuto de silêncio. Muitos japoneses estão engajados contra o desarmamento nuclear.