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Otan convoca reunião de emergência a pedido da Turquia

27 de julho de 2015

Ancara pede reunião com aliados para discutir ameaças à segurança e organizar novos ataques contra alvos do "Estado Islâmico" e rebeldes curdos. Primeiro-ministro diz que Turquia não enviará tropas terrestres à Síria.

Foto: Getty Images/AFP/I. Akengin

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, convocou na noite deste domingo (26/07), a pedido da Turquia, uma reunião de emergência entre os 28 países-membros da aliança para discutir a crescente tensão entre turcos, rebeldes curdos e jihadistas do grupo "Estado Islâmico" (EI).

A reunião está marcada para esta terça-feira. De acordo com um comunicado da Otan, a Turquia "requisitou a reunião tendo em vista a seriedade da situação, após os hediondos atentados terroristas dos últimos dias" e, ainda, "para informar os aliados sobre as medidas que está tomando".

Ancara invocou o 4º artigo do tratado da aliança atlântica, que permite a qualquer um dos estados-membros solicitar consultas quando considera haver uma ameaça à sua integridade territorial, independência política ou segurança. Desde a criação da aliança, em 1949, o artigo foi invocado várias vezes, inclusive pela própria Turquia em 2003 e 2012, e pela Polônia em 2014.

Segundo a nota, "os aliados da Otan acompanham os desdobramentos de perto e permanecem solidários à Turquia". O governo turco deve informar os aliados sobre os ataques aéreos ordenados pelo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, após uma semana de violência no país.

Mais ataques contra os curdos

Pela segunda noite, aviões militares da Turquia bombardearam neste domingo alvos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque. No sábado, a Turquia realizou ataques a posições jihadistas na Síria, como também a alvos curdos no norte do Iraque.

Os bombardeios contra os curdos são os primeiros desde 2013, quando o governo turco e o PKK entraram em acordo sobre um cessar-fogo, e colocam em dúvida o futuro do processo de paz. Com o início da ofensiva turca, os curdos realizaram um atentado a bomba contra um comboio militar no sudeste da Turquia, matando dois soldados.

Davutoglu afirmou no domingo que a Turquia não pretende enviar tropas terrestres à Síria, mas Ancara vai ajudar os EUA a fornecer cobertura aérea para grupos como o Exército Livre da Síria (ELS). Na sexta-feira, os turcos permitiram o uso pelos americanos da base aérea de Incirlik para facilitar a logística de ataques da coalizão liderada pelos EUA.

Desde sexta-feira, as autoridades turcas realizaram batidas e prenderam ao menos 851 suspeitos de envolvimento com o PKK, EI e Partido/Frente Revolucionária de Libertação do Povo (DHKP-C).

FC/rtr/afp/ap/dpa/efe/lusa

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