Otan: Rússia e Irã "cúmplices" dos crimes de Assad na Síria
10 de dezembro de 2024
Secretário-geral da aliança militar diz que Moscou e Teerã abandonaram ditador sírio quando ele deixou de ser útil a seus interesses. Ocidente acompanha transição de poder e observa postura dos líderes rebeldes.
"Rússia e Irã foram os principais apoiadores do regime de Assad, e compartilham a responsabilidade pelos crimes cometidos contra o povo sírio", disse Rutte. "Eles também provaram ser parceiros não confiáveis, abandonando Assad quando ele deixou de ser útil para eles."
O chefe da aliança militar ocidental disse que o fim do governo de Assad "é um momento de alegria, mas também de incertezas para o povo da Síria e da região."
"Esperamos uma transição pacífica de poder e um processo político inclusivo liderado pela Síria", afirmou o secretário-geral.
"Estaremos observando de perto para ver como os líderes rebeldes se comportam durante essa transição. Eles devem defender o Estado de direito, proteger civis e respeitar minorias religiosas."
O foco de atuação da Otan está na Europa e na América do Norte, em um momento em que a aliança se contrapõe à Rússia e ao Irã nas questões em torno da guerra na Ucrânia. A organização tem papel muito limitado no Oriente Médio.
Putin concede asilo a Assad
O fim do governo de Assad veio após uma guerra civil de 13 anos desencadeada por uma repressão brutal aos protestos pró-democracia no país. O conflito matou mais de 500.000 pessoas e forçou metade da população a fugir de suas casas. Milhões rumaram para o exterior.
O Kremlin informou que a Rússia concedeu asilo político a Assad por decisão do próprio presidente, Vladimir Putin. O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, se recusou a comentar sobre o possível paradeiro do ditador deposto e não confirmou se Putin planeja se reunir com ele.
rc (DPA, AFP, AP)
Milhares de sírios celebram na Europa a queda de Assad
Fim da ditadura de Bashar al Assad, após quase um quarto de século, desencadeou onda de alívio e alegria não só na própria Síria, mas também entre refugiados em diversas cidades europeias.
Foto: Max Slovencik/APA/AFP/Getty Images
Berlim (Alemanha)
A notícia da queda do ditador Bashar al Assad levou cerca de 5 mil sírios às ruas de Berlim no domingo, 8 de dezembro de 2024, apesar do tempo chuvoso. A capital alemã concentra a maior diáspora do país árabe na Europa.
Foto: Julius Christian Schreiner/dpa/picture alliance
Copenhague (Dinamarca)
"Claro, estamos preocupados com qual será o próximo passo. Mas por hora estou simplesmente feliz", comentou uma refugiada síria à TV dinamarquesa. Na capital Copenhague, grande parte dos festejos se concentrou na Rådhuspladsen, a praça da prefeitura.
Foto: Emil Nicolai Helms/Ritzau Scanpix/REUTERS
Estocolmo (Suécia)
A bandeira da oposição síria é onipresente por todas as partes do mundo onde se comemorou a queda de Assad – também na Praça de Sergel, no centro de Estocolmo. Na Suécia vive a segunda maior diáspora síria da Europa, depois de Berlim.
Foto: Jonas Ekstromer/TT News Agency/REUTERS
Hamburgo (Alemanha)
Na metrópole alemã Hamburgo, em 8 de dezembro de 2024 a praça Hachmannplatz, ao norte da estação ferroviária central, foi um dos focos das celebrações pelo fim da ditadura Assad na Síria.
Foto: Bodo Marks/dpa/picture alliance
Madri (Espanha)
Um abraço de congraçamento diante da embaixada da Síria em Madri": Todos os sírios estão juntos, agora." Regime Assad obrigou mais de 1 milhão a procurarem refúgio na Europa.
Foto: Ana Beltran/REUTERS
Mainz (Alemanha)
A cidade de Mainz é um dos bastiões do Carnaval na Alemanha, e em 8 de dezembro de 2024 o clima transbordante em suas ruas dava a impressão de que a folia tivesse sido antecipada. Porém muitos dos refugiados estão ansiosos para retornar à Síria.
Foto: Andreas Arnold/dpa/picture alliance
Paris (França)
Superpostas com a palavra "liberdade", as cores da bandeira da oposição ao regime Assad – verde, branco, vermelho e negro – tomaram conta da Place de la République. "Estou podendo respirar pela primeira vez, é um dia especial", comentou uma estudante à Radio France Internationale (RFI).
Foto: Bastien Ohier/Hans Lucas/AFP/Getty Images
Utrecht (Holanda)
Encontro pacífico de mundos na cidade histórica de Utrecht, Holanda: brados de "Síria livre" e "Allahu Akbar" – Alá é o maior – encheram a Domplein, a praça da catedral.
Foto: Rob Engelaar/ANP/IMAGO
Viena (Áustria)
Paralelamente ao júbilo, já se escutam as vozes dos políticos que têm pressa em virar a página: "A prioridade máxima é assegurar que a população civil da Síria tenha perspectivas e que os refugiados possam retornar", declarou o ministro do Exterior da Áustria, Alexander Schallenberg, do democrata-cristão Partido Popular Austríaco (ÖVP).