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Ovos de Páscoa em falta?

Hao Gui (sm)13 de abril de 2006

Se todos os chineses resolvessem comer chocolate, este prazer sairia caro ao Ocidente.

Chocolate é um gosto ocidental descoberto há poucos anos na ChinaFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

Antigamente, o chocolate era praticamente desconhecido no Leste Asiático, tendo se estabelecido como objeto do desejo há apenas alguns anos. Agora, a fábrica de chocolate suíça Nestlé prevê que o consumo de chocolate na Índia e na China duplique dentro de quatro anos.

Enquanto a indústria se anima com a perspectiva, os amantes de chocolate na Europa nem sabem o que os espera. Afinal, a produção mundial de chocolate mal consegue acompanhar a crescente demanda. E isso significa que os preços vão subir.

Culpa dos chineses?

Analistas do setor alimentício prevêem que o chocolate venha a se tornar um produto escasso a médio ou longo prazo. O cacau, cultivado apenas em países tropicais da América do Sul, África Ocidental e Ásia, demora cinco anos para dar a primeira colheita. Esta é principal razão do aumento contínuo do preço do chocolate.

Mas será que a culpa é mesmo dos chineses? Carsten Keunecke, da Associação Alemã de Confeitos, dá uma resposta diplomática: "Ficaríamos contentes se os chineses comessem mais chocolate. Sabemos, no entanto, que a produção mundial é de 3,5 milhões de toneladas por ano, o que não seria suficiente para fornecer ao mercado asiático proporcionalmente a mesma quantidade comercializada hoje na Europa".

Chocolate amargo, não

Cada europeu consome aproximadamente 5,5 quilos de chocolate ao ano; cada alemão, até 8,25 quilos em média. O consumo per capita na China é de apenas 20 gramas por ano. Mas os fabricantes europeus querem explorar o potencial de mercado chinês.

Atualmente, já estão sendo criadas joint ventures para produção de doces ocidentais na China. A indústria alemã de confeitos organiza há três anos uma feira do setor em Xangai, denominada China Sweets, em colaboração com a Feira de Colônia.

Pesquisas de mercado procuram definir melhor as preferências de dois bilhões de novos consumidores na Índia e na China. Os chineses, por exemplo, só gostam de chocolate ao leite; tipos amargos não teriam mercado.

"Aqui na Europa, as pessoas gostam de chocolate amargo", explica Keunecke, "sobretudo na França e na Bélgica, e cada vez mais na Alemanha, pois o gosto combina com vinho tinto; mas também podemos fornecer chocolate branco e ao leite. Se isso fizer o gosto dos chineses, a oferta européia poderá muito bem se adaptar."

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