Países da UE concordam em redistribuir 160 mil refugiados
14 de setembro de 2015
Realocação deve aliviar Itália, Grécia e Hungria. Ministros do Interior não chegam, porém, a acordo sobre sistema de cotas para divisão de requerentes de asilo no bloco. Decisão sobre medida é adiada para outubro.
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Os ministros do Interior da União Europeia (UE) concordaram nesta segunda-feira (14/09), em Bruxelas, com a redistribuição de 160 mil refugiados entre os membros do bloco. Durante a reunião emergencial para tratar da crise migratória, os países, porém, não chegaram a um acordo sobre um sistema de cotas para cada país.
De acordo com o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, o modelo de cotas proposto pela Comissão Europeia não teve o apoio necessário da maioria. A decisão sobre o sistema foi adiada para a próxima reunião do grupo, programada para o início de outubro.
"Nós conseguimos aprovação política para a distribuição de 160 mil refugiados", ressaltou De Maizière.
A redistribuição de migrantes deverá aliviar os países que são a porta de entrada no bloco – Itália, Grécia e Hungria. Esses três Estados alegam estarem sobrecarregados com o crescente fluxo migratório na região nos últimos meses. Os países do Leste europeu e bálticos são os principais opositores de um sistema para a distribuição refugiados pelo bloco.
"Nós acreditamos que cotas não são a solução correta", disse o ministro do Interior da Eslováquia, Robert Kalinak. Para ele, em vez disso deve ser assegurado que os refugiados sírios permaneçam em campos em Turquia, Líbano e Jordânia.
A decisão desta segunda-feira abrange a proposta de realocação de 40 mil refugiados que estavam em Grécia e Itália, anunciada em maio, na qual vários países, voluntariamente, se dispuseram a receber os migrantes. Na reunião de outubro, será decidido se a distribuição dos outros 120 mil fará parte de um sistema de cotas ou ocorrerá de forma voluntária.
De Maizière afirmou que o compromisso desta segunda-feira foi um "primeiro passo importante", mas ainda estava longe de ser o que a Alemanha espera de "solidariedade na União Europeia".
CN/dpa/afp/epd
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.