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Liga Árabe na Síria

24 de janeiro de 2012

Com a decisão da Arábia Saudita e seus aliados, a missão de observadores árabes na Síria corre o risco de fracassar. Governo sírio acusa a Liga Árabe de "internacionalizar a crise".

O ministro do Exterior da Árabia Saudita, Saud al-FaisalFoto: Reuters

Os países do Golfo Pérsico decidiram retirar seus observadores da Síria cerca de um mês após o início da missão da Liga Árabe no país. Na prática, 55 dos 165 observadores vão deixar a missão com a decisão anunciada nesta terça-feira (24/01) pelos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo.

Ainda nesta terça-feira, representantes da Liga Árabe iriam se reunir no Cairo para debater se a missão ainda tem futuro com a decisão anunciada em Riad pelos países do Golfo Pérsico. O maior deles, a Arábia Saudita, já havia decidido retirar seus monitores no domingo.

Também no domingo, a Liga Árabe havia defendido o afastamento do presidente Bashar al Assad em favor de um governo de unidade nacional. A Síria foi excluída da Liga Árabe no ano passado devido à violenta repressão do regime Assad aos protestos no país. A violência no país já causou mais de 5 mil mortos, segundo as Nações Unidas.

"Acabaram-se as soluções árabes"

Nesta terça-feira, o ministro sírio do Exterior, Walid al Mouallem, recusou quaisquer novas soluções árabes e acusou a Liga Árabe de pretender internacionalizar a crise no país ao tomar decisões que sabe que serão rejeitadas pelas autoridades sírias.

"Acabaram-se as soluções árabes", disse Walid al Mouallem em Damasco, um dia depois de a Liga Árabe ter apresentado um plano de saída para a crise que prevê o afastamento de Assad e pede o apoio da ONU.

"Metade do universo está contra nós", disse Mouallem, acrescentando que a Rússia, aliada de Damasco com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, nunca aceitará uma intervenção estrangeira na Síria.

"Que ninguém duvide da relação sírio-russa, porque ela é histórica e serve aos interesses dos dois povos. A Rússia nunca aceitará uma intervenção estrangeira na Síria, é uma 'linha vermelha'", disse.

O ministro assegurou que o regime mantém a determinação no combate aos "grupos armados", que acusa de semearem o caos no país.

AS/afp/lusa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

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