Países doam US$ 3 bilhões para a reconstrução do Nepal
25 de junho de 2015
Governo em Kathmandu declarou tolerância zero à corrupção e assegurou que a ajuda vai chegar às vítimas nas zonas atingidas. Dois terremotos mataram quase 9 mil pessoas entre abril e maio deste ano.
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Doadores e agências internacionais se comprometeram nesta quinta-feira (25/06) a enviar cerca de 3 bilhões de dólares em ajuda financeira ao Nepal, para a reconstrução das áreas devastadas pelos terremotos que mataram quase 9 mil pessoas entre abril e maio deste ano.
O ministro nepalês das finanças, Ram Sharan Mahat, calculou que seu país precisa de 6,7 bilhões de dólares para recontruir as áreas atingidas pelo terremoto, mas com impostos espera arrecadar apenas 3,9 bilhões de dólares. Por isso pediu ajuda à comunidade internacional para fechar essa brecha.
Na abertura do evento, o primeiro-ministro Sushil Koirala assegurou que o apoio vai chegar às vítimas do desastre. "A tolerância é zero com a corrupção", afirmou.
A vizinha Índia foi o país que ofereceu o maior montante – 1 bilhão de dólares em assistência imediata –, durante a conferência internacional, que contou com a presença de representantes de 52 países, na capital Kathmandu, a cidade mais afetada pelo desastre.
"Precisamos coordenar estreitamente nossa resposta a desastres e ajudar uns aos outros na sequência de calamidades como esta", declarou o ministro das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj.
A China se comprometeu a doar 483 milhões de dólares até 2018. Os Estados Unidos ofereceram 130 milhões e o Banco Mundial, 500 milhões de dólares para a reconstrução das áreas afetadas no Nepal.
O Japão, que prometeu destinar 260 milhões de dólares, vai atuar em parceira com o Banco Mundial para construir casas resistentes a terremotos e, junto à Unesco, para recuperar monumentos históricos. As doações do Japão também têm foco na construção de escolas. Bangladesh vai providenciar 10 mil toneladas de arroz, além de assistência médica.
O terremoto de magnitude 7.8, que ocorreu no dia 25 de abril, foi seguido por outro de intensidade 7.3, no 12 de maio. Mais 800 mil construções privadas e estatais foram destruídas e milhões de pessoas ficaram desabrigadas, de acordo com o governo nepalês.
KG/dpa/ap
Patrimônio Mundial destruído no Nepal
Terremoto devastador matou e feriu milhares de pessoas. Tremor também foi duro golpe contra a rica herança cultural do país asiático.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Vale de Katmandu
O terremoto no Nepal danificou bastante o coração cultural e espiritual do país. No vale de Katmandu, no sopé do Himalaia, há sete monumentos considerados Patrimônio Mundial da Unesco ao longo de poucos quilômetros. Na foto, tirada antes do terremoto, vê-se um deles: os mosteiros de Swayambhunath.
Foto: Imago
As estupas budistas de Swayambhunath
As estupas e os mosteiros budistas de Swayambhunath (foto) formam um centro espiritual no Nepal. A estupa de Bodhnath, as praças Durbar das três cidades reais e os templos hindus de Pashupatinath e Changu Narayan, fora de Katmandu, também estão na lista de Patrimônios Mundiais.
Antigamente, famílias reais viviam nos palácios da praça Durbar de Bhaktapur (foto), da praça Durbar em Katmandu e da praça Durbar de Patan. Foi somente no final de 2007 que o Nepal aboliu a monarquia e proclamou a república no ano seguinte.
Foto: picture alliance / ZUMAPRESS/P. Gordon
Praça Durbar de Bhaktapur, após o terremoto
Nas cidades reais de Bhaktapur (foto), Patan e no centro de Katmandu, vários templos e estátuas dos séculos 12 até o 18 foram danificados ou completamente destruídos.
Foto: picture-alliance/AP Photo/N. Shrestha
Praça Durbar de Katmandu, antes do terremoto
Na Praça Durbar de Katmandu, capital do Nepal, havia vários pagodes característicos do país, com dois ou três andares.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Praça Durbar de Katmandu, após o terremoto
O terremoto destruiu os pagodes. O especialista P. D. Balaji, da Universidade de Madras, na Índia, questiona se os prédios poderão ser totalmente reconstruídos. "É uma perda irreparável para o Nepal e para o resto do mundo."
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Torre Dharahara, antes do terremoto
Entre as atrações de Katmandu estava esta torre de nove andares e 62 metros de altura. Ela também desabou durante o terremoto, no último sábado (25/04) à tarde.
Foto: imago
Torre Dharahara ,após o terremoto
Da torre, que tinha uma escada em espiral de 200 degraus, só restou a base. Equipes de socorro tentaram resgatar cerca de 50 pessoas que ficaram sob os escombros, noticiou uma emissora de televisão. O forte terremoto de 1934 já havia destruído a torre de doze andares, construída em 1826 e que, mais tarde, foi reconstruída.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Templos de Changu Narayan
Os quatro templos e três palácios, reconhecidos pela Unesco em 2006 como Patrimônio Mundial, são testemunhos da história política e religiosa do Nepal.
Foto: imago
Templo de Pashupatinath
O templo hindu é um dos mais importantes do gênero no Nepal. Hinduísmo e budismo se disseminaram ao longo dos séculos no Nepal e levaram à construção de templos magníficos, a partir do século 5.
Foto: picture alliance/ANN/The Star
Local de nascimento de Buda
No total, há no Nepal, além do vale de Katmandu, três outros locais com Patrimônios Mundiais: Lumbini (foto), o parque nacional de Chitwan e o parque nacional de Sagarmatha . A Unesco busca informações sobre a situação de Lumbini. A cidade, cerca de 280 quilômetros a oeste de Katmandu, é considerada o local onde Buda nasceu.
Foto: AFP/Getty Images/K. Knight
Um dos países mais pobres da região
O epicentro do terremoto no último sábado fica cerca de 80 quilômetros a oeste da capital Katmandu. O terremoto, com 7,8 de magnitude, ocorreu a uma baixa profundidade, tendo consequências mais graves. O Nepal é um dos países mais pobres do sul da Ásia. O país tem 28 milhões de habitantes, e a economia é quase totalmente dependente do turismo.