Países europeus impõem novas restrições para conter covid-19
18 de setembro de 2020
Enquanto mundo supera marca de 30 milhões de casos de covid-19, governos europeus lutam contra taxas alarmantes de transmissão. Reino Unido limita reuniões, e França se prepara para endurecer medidas em várias cidades.
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Grande parte da Europa se prepara para aumentar restrições para conter o coronavírus após o mundo superar a marca de 30 milhões de infecções nesta sexta-feira (18/09) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar para "taxas alarmantes de transmissão".
O Reino Unido está limitando reuniões, e a França deve implementar novas medidas restritivas para as principais cidades, enquanto os governos de todo o continente lutam contra novas altas da doença.
Mais de 946 mil pessoas já morreram de covid-19 desde que surgiu pela primeira vez na China no final do ano passado, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. A Europa contabilizou mais de 200 mil óbitos.
O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, disse que um aumento observado neste mês "deve servir como um alerta", depois que o continente registrou 54 mil infecções em um único dia na semana passada – um novo recorde. "Embora os números reflitam testes mais abrangentes, eles também mostram taxas alarmantes de transmissão em toda a região", disse Kluge em entrevista coletiva online de Copenhague.
Um dia após a Alemanha registrar a maior cifra de novos casos diários desde abril, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, reiterou nesta sexta-feira, ante o aumento de contágios diários registrados no país, que a estabilização dos números depende de todos os cidadãos respeitarem as normas aparentemente "banais, mas muito eficazes", como distanciamento, medidas de higiene e uso de máscaras.
As autoridades sanitárias alemãs contabilizaram nesta sexta-feira 1.916 novos casos em 24 horas, número ligeiramente inferior aos 2.194 registrados no dia anterior, cifra mais elevada desde 23 de abril.
Na Espanha, a capital, Madri, disse enfrentar uma nova alta de contágios, pedindo uma ação "decisiva" do governo espanhol, que marcou para esta sexta-feira o anúncio de uma série de novas restrições. Autoridades madrilenhas alertaram que o sistema de saúde regional está sob crescente pressão, com um em cada cinco leitos hospitalares ocupados por pacientes com covid-19.
A tensão cresce na cidade com a perspectiva de um retorno a um lockdown, depois que um alto funcionário regional de saúde levantou, na quarta-feira, a possibilidade de que isso ocorra em áreas mais atingidas.
No Reino Unido, novas restrições entram em vigor nesta sexta-feira, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertando que os pubs podem ter que fechar mais cedo para ajudar a evitar uma "segunda onda" de infecções.
Cerca de 2 milhões de pessoas no nordeste da Inglaterra, incluindo nas cidades de Newcastle e Sunderland, não poderão encontrar pessoas fora de suas casas. Apenas o serviço de mesa será permitido nos bares, e locais de entretenimento terão que fechar até as 22h.
O governo já impôs novas regras em toda a Inglaterra nesta segunda-feira, limitando a socialização a grupos de até seis pessoas, já que os casos diários atingiram níveis não vistos desde o início de maio.
Na França, as autoridades também estão preparando restrições mais rígidas em várias cidades para conter um ressurgimento, depois de quase 10 mil novos casos por dia terem sido registrados na semana passada.
O ministro francês da Saúde, Olivier Veran, disse que em Lyon e Nice novas regras entram em vigor no sábado, depois que restrições às reuniões públicas foram impostas esta semana em Bordeaux e Marselha.
A República Tcheca registrou 3.130 casos na quinta-feira — quase o mesmo que o contabilizado em todo o mês de março. A cifra é o terceiro recorde diário seguido no país e corresponde à segunda maior taxa de novos casos diários por 100 mil habitantes na Europa, depois da Espanha. Autoridades alertam que hospitais podem chegar ao limite de capacidade.
Enquanto isso, no Oriente Médio, Israel se prepara para se tornar o primeiro país desenvolvido do mundo a impor uma segunda paralisação nacional, começando na tarde desta sexta-feira.
A medida gerou protestos em Tel Aviv na noite de quinta-feira, quando centenas foram às ruas contra as restrições, que devem entrar em vigor poucas horas antes do Ano Novo Judaico e cobrirão outros feriados religiosos, incluindo o Yom Kippur.
O país tem a segunda maior taxa de infecção por vírus do mundo, depois do Bahrein, de acordo com dados da AFP. Sob as novas medidas israelenses, os residentes não poderão se afastar mais de 500 metros de suas casas.
Enquanto isso, aumenta mundialmente a irritação dos cidadãos em relação à forma como as autoridades em todo o mundo responderam ao vírus. Alguns governos estão enfrentando ações legais por supostas falhas de gestão.
Uma associação francesa de vítimas da covid-19 planeja entrar com uma ação judicial contra o primeiro-ministro francês, Jean Castex. Processos também foram movidos na China por parentes de doentes mortos, mas muitos desistiram, enquanto dezenas de outros enfrentam pressão das autoridades para não abrirem o processo. Famílias acusam os governos das províncias de Wuhan e Hubei, onde começou a pandemia global, de esconder o surto quando ele surgiu, não alertar o público e impedir a resposta, permitindo que a covid-19 se disseminasse.
MD/afp/dpa/efe
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.