Países fracassam no combate à desigualdade de gênero
3 de junho de 2019
Estudo afirma que nenhum país do mundo deve cumprir metas estipuladas pela ONU para a igualdade de gênero até 2030. Ao todo, 2,8 bilhões de mulheres vivem em nações que fazem pouco para melhorar a vida delas.
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Um estudo divulgado nesta segunda-feira (03/06) revelou que todos os países do mundo estão longe de atingir as metas globais de igualdade de gênero até 2030, estipuladas por um acordo internacional assinado por vários líderes mundiais em 2015.
Há quatro anos, a iniciativa Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDG, na sigla em inglês), criada para promover esforços globais de combate à pobreza e à desigualdade, estabelecia objetivos para melhorar as condições de vida de bilhões de meninas e mulheres em todo o mundo.
O novo estudo, que avaliou 129 países em dezenas de metas da SDG como educação, saúde, trabalho e violência, revelou a falta de iniciativas dos governos em todo o mundo para atingir a igualdade de gênero.
O índice avalia os países em notas de 0 a 100 – com 100 significando que a igualdade de gênero foi atingida –, levando em conta 51 objetivos em 14 das metas da SDG. Essas metas se referem especificamente à igualdade de gênero ou a temas que afetem de maneira desproporcional as meninas e mulheres, como o acesso delas a internet ou a fontes seguras de água.
Apenas 21 países tiveram índices superiores a 80. No topo do ranking estão Dinamarca (89,3), Finlândia (88,8) e Suécia (88,0). Por outro lado, as maiores desigualdades foram registradas no Congo (44,0), República Democrática do Congo (38,2) e Chade (33,4).
Quase 40% (1,4 bilhão) das mulheres e meninas de todo o mundo vivem em países de desempenho avaliado como "muito ruim", e outras 1,4 bilhão, em países categorizados como "ruim". Ou seja, 2,8 bilhões residem em nações que não fazem o suficiente para melhorar a vida delas.
Países como Geórgia (72,8), Vietnã (67,2) e Malaui (51,8) apresentaram índices mais altos do que o esperado, levando-se em conta o Produto Interno Bruto (PIB) per capita desses países em relação a outros, como Estados Unidos (77,6), Suíça (85,0) e Coreia do Sul (72,6).
O Senegal (52,2) é o país com a maior proporção de mulheres no Parlamento nacional (42%), superando a Dinamarca (37%). Outra marca surpreendente foi registrada no Quênia (55,1), onde três em cada quatro mulheres utilizam serviços bancários digitais, proporção maior do que a de muitos países ricos.
O Brasil, com nota 62,8, está na 77ª colocação, atrás de nações como a República Dominicana, Namíbia e China. O país tem uma das maiores proporções de relatos de mulheres que se sentem inseguras para andar à noite nas ruas. Por outro lado, as brasileiras estão entre as mais satisfeitas com as medidas de planejamento familiar adotadas em seus países.
Apenas 8% das meninas e mulheres vivem em países avaliados como "bom", sendo que nenhuma nação em todo o globo atingiu o nível "excelente". A média global dos países, segundo o índice, ficou no nível "ruim".
Melinda Gates, copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates, disse que o índice deve servir como um alerta para o mundo. "Muitos países com recursos mais limitados avançaram amplamente para remover barreiras para meninas e mulheres, o que demonstra que, quando se trata da igualdade de gênero, os governos não têm desculpa para não agir", disse Gates.
Ela participa da conferência internacional Women Deliver, em Vancouver, que reúne representantes de 165 países, entre líderes mundiais e ativistas.
O índice SGD foi divulgado pela parceria internacional Equal Measures 2030, que engloba várias organizações em todo o mundo, incluindo a Fundação Bill e Melinda Gates
Sabia que uma atriz de Hollywood inventou a base da telefonia por celular? Conheça mulheres que revolucionaram a ciência com suas pesquisas, descobertas e inventos – do filtro de café a sistemas de computação.
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Hedy Lamarr e a transmissão de dados sem fio
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Ada Lovelace, primeira programadora
Já no início do século 19, Ada Augusta King, condessa de Lovelace (1815-1852), delineou o mundo dos computadores de hoje com sua invenção. Em 1835, a matemática inglesa desenvolveu um programa complexo para um computador mecânico nunca concluído, o "mecanismo analítico". Foi a base para as linguagens de programação posteriores, o que a tornou a primeira programadora do mundo.
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A francesa Barbe-Nicole Clicquot (1777-1866) inventou o método hoje conhecido como "remuage": as garrafas de champanhe são armazenadas com o gargalo para baixo e agitadas e giradas com regularidade, para que os sedimentos da levedura se depositem junto à rolha provisória. Isso garante uma bebida clara, sem a perda da efervescência.
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Se não fosse essa americana rica, muita gente ainda estaria brigando para decidir quem lava a louça. Josephine Cochrane (1839-1913) gostava de organizar festas e se irritava com os empregados, que com frequência quebravam os pratos. Para zelar por sua fina porcelana, ela patenteou a máquina de lavar louça em dezembro de 1886.
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Marie Curie, a primeira Prêmio Nobel
Marie Curie (1867-1934) é uma das mais importantes cientistas da história. A polonesa naturalizada francesa foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, ao lado do marido, Pierre Curie, em 1903, por suas pesquisas na área da física. Em 1911, ganhou o Nobel de Química. Ela pesquisou a radioatividade e descobriu os elementos químicos polônio e rádio.
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Melitta Bentz e o filtro de café
Quando a mãe e dona de casa alemã Melitta Bentz (1873-1950) tomava café, ela sempre se incomodava com os irritantes grãozinhos entre os dentes. Certo dia, ela espontaneamente pegou o mata-borrão dos cadernos dos filhos, colocou-o em uma lata perfurada e serviu o café. Assim nasceu o filtro de café, que foi patenteado por ela em 1908, quando tinha 35 anos.
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Grace Hopper, pioneira da computação
A cientista da computação Grace Murray Hopper (1906-1992) ensinou o computador a falar. Enquanto os pioneiros da computação ainda se comunicavam em uma linguagem enigmática, esta pioneira já transformava os programas de computador de código binário em linguagem compreensível. Ela desenvolveu a linguagem de programação que serviu de base para a criação do Cobol (Common Business Oriented Language).
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Quando o avô da americana Gertrude Belle Elion (1918-1999) morreu de câncer, ela decidiu pesquisar a doença. A bioquímica e farmacologista fez contribuições significativas para o avanço da quimioterapia, ao desenvolver uma droga usada para tratar a leucemia até hoje. Em 1989, ela recebeu o Nobel de Medicina.
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Mária Telkes e a energia do futuro
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cientista húngaro-americana Mária Telkes (1900-1995) inventou uma usina de dessalinização movida a energia solar. Em 1947, ela e a arquiteta Eleanor Raymond construíram uma casa completamente aquecida por energia solar. A base dessa tecnologia é usada ainda hoje.
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Margaret Hamilton e a conquista da Lua
A matemática e cientista de computação americana Margaret Hamilton (1936) chefiou durante muitos anos a divisão de software do programa Apollo, da Nasa. Ela desenvolveu o programa de voo usado pela Apollo 11, a primeira missão tripulada que aterrissou na Lua. Além disso, desenvolveu vários conceitos que são hoje a base dos sistemas de software.