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Países terão chance de escolher novo caminho, diz Greta

22 de abril de 2020

Ativista pede que líderes mundiais escutem a ciência e pensem no longo prazo. A crise climática "pode não ser tão imediata quanto a da covid-19, mas precisa ser enfrentada agora, caso contrário, será irreversível", diz.

Greta Thunberg
Greta se tornou uma das principais vozes na luta contra as mudanças climáticasFoto: Getty Images/R. Patrick

A ativista ambiental Greta Thunberg afirmou nesta quarta-feira (22/04) que países terão a chance de escolher um novo caminho depois do fim das medidas de isolamento social impostas para conter o avanço do novo coronavírus e ressaltou que a pandemia mostra a necessidade de se pensar no longo prazo.

"Gostemos ou não, o mundo mudou. Parece completamente diferente de como era há alguns meses e, provavelmente, não será o mesmo novamente. Teremos a chance de escolher um novo caminho a seguir", disse Greta durante uma videoconferência como parte de um evento online que marcou o Dia da Terra, criado há 50 anos para lembrar os desafios ambientais.

"Se um único vírus pode destruir economias em questão de semanas, então, não estamos pensando no longo prazo e não estamos levando em consideração esses riscos", disse a adolescente de 17 anos, que fundou o movimento ambiental Fridays For Future (Greve pelo Futuro, em português).

Em sua fala no evento organizado pelo Museu do Prêmio Nobel, em Estocolmo, a sueca destacou a importância da ciência no combate às ameaças à humanidade e pediu que líderes mundiais atuem juntos, se baseando nos conselhos de cientistas, ao lidar com grandes crises, como a covid-19 e o aquecimento global.

Greta destacou que a crise climática pode não ser "tão imediata quanto a do coronavírus, mas precisa ser enfrentada agora, caso contrário, será irreversível". Ela pediu ainda que os líderes mundiais deixem as diferenças de lado e tomem as decisões que são necessárias.

A ativista ressaltou também que a crise climática não está desacelerando e que a recente queda na poluição, associada às medidas restritivas impostas devido à pandemia, não são motivo para otimismo. A redução atmosférica registrada em algumas cidades foi 60% menor do que no mesmo período ano passado.

Descrita como uma adolescente tímida, Greta, de 17 anos, se tornou uma das principais vozes na luta contra as mudanças climáticas. Em 2018, ela sensibilizou jovens em todo o mundo desde que começou a fazer protestos solitários em frente ao Parlamento sueco.

No final do ano passado, a ambientalista foi eleita Pessoa do Ano pela Time por seus esforços pela proteção climática e por ter liderado a maior manifestação pelo clima da história da humanidade. Ela também figurou na edição 2019 da revista Nature, que elenca anualmente dez personalidades que se destacaram no campo da ciência. 

CN/rtr/ap

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