Médico americano que havia sido infectado na Guiné está livre do vírus e receberá alta, o que significa que não há mais casos da doença nos Estados Unidos.
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O americano que foi a primeira pessoa diagnosticada com ebola em Nova York está curado e receberá alta nesta terça-feira (11/11), anunciaram autoridades de saúde. Com a recuperação do paciente, o médico Craig Spencer, não há mais casos do vírus conhecidos nos Estados Unidos.
"Após um rigoroso processo de tratamento e exames, Craig Spencer foi declarado livre do vírus", informou o Departamento de Saúde municipal nesta segunda-feira. O comunicado ressaltou que o médico "não representa um risco à saúde pública".
Spencer, de 33 anos, havia sido internado no hospital Bellevue em 23 de outubro. Poucos dias antes, ele havia retornado da Guiné, na África Ocidental, onde foi infectado ao tratar de pacientes junto à organização Médicos Sem Fronteiras.
A noiva de Spencer e dois amigos haviam sido colocados em quarentena, mas foram liberados e estão sendo monitorados, assim como centenas de outras pessoas.
A notícia da contaminação do médico causou nervosismo em Nova York, sobretudo depois que foram divulgados detalhes de que o paciente havia andado de metrô, jantado num restaurante e visitado um boliche nos dias anteriores à internação.
As autoridades de saúde da cidade reforçaram que o ebola só pode ser transmitido através do contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada e que manifesta sintomas da doença. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, pediu aos moradores que não ficassem alarmados. "Cidadãos de Nova York que não foram expostos não correm risco algum", disse.
A metrópole americana, um dos mais movimentados locais de entrada no país, garante estar completamente preparada para qualquer caso da doença, que já matou cerca de 5 mil pessoas na epidemia atual, a maioria delas na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria.
Até o momento, nove vítimas do ebola foram tratadas nos EUA. Somente uma delas, um liberiano que contraiu o vírus no país natal, morreu.
LPF/ap/afp
Maior surto de ebola da história
A África enfrenta a pior epidemia de ebola. Não existem medicamentos ou vacina para conter a doença. Perante surto, a Organização Mundial da Saúde liberou o uso de substâncias experimentais em pacientes infectados.
Foto: Reuters
Conhecido desde 1976
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores da Bélgica. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Desde então, já houve 15 epidemias nos países africanos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Reuters
Chances mínimas
Há diversas variações do vírus, e apenas algumas causam a febre hemorrágica. Ainda não há vacina ou medicamentos aprovados para combater o ebola. A doença é fatal na maioria dos casos: a taxa de mortalidade é de 90%. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais.
Foto: AFP/Getty Images
Sintomas
Os sintomas, que aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção, são fraqueza, dores de cabeça e musculares, calafrios, falta de apetite, dor de estômago e de garganta, diarreia, vômitos e febre hemorrágica. As principais regiões do corpo afetadas são o aparelho digestivo, o baço e o pulmão.
Foto: picture alliance/AP Photo
Contágio
A transmissão do ebola ocorre apenas através de fluídos corporais, ou seja, deve haver contato direto entre as pessoas ou animais infectados, e também por meio do contato com ambientes contaminados. Ele se propaga, por exemplo, em hospitais, entre enfermeiros e médicos que tratam de pessoas infectadas. Além disso, pode ser transmitido ao se tocar no corpo de pessoas que morreram dessa doença.
Foto: Reuters/Unicef
De animais para humanos
Animais infectados também transmitem a doença. O ebola foi introduzido na população humana através de contato com sangue, secreções, órgãos e fluídos corporais de animais que carregavam o vírus. Morcegos, por exemplo, são hospedeiros do vírus, mas eles não adoecem e podem carregar o ebola consigo até o fim da vida.
Foto: picture-alliance/dpa
Informação é o melhor remédio
Campanhas de esclarecimentos sobre o ebola são fundamentais para conter o avanço da epidemia. A única maneira de evitar uma infecção são medidas preventivas, como melhores condições de higiene nos hospitais, uso de luvas e a quarentena.
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images
Atual epidemia
Os primeiros casos do atual surto de ebola foram confirmados em março deste ano na Guiné. Desde então, a pior epidemia dessa doença da história já se alastrou por seis países africanos. Casos já foram registrados na Libéria, em Serra Leoa, na Guiné, na Nigéria, na República Democrática do Congo e no Senegal.
Foto: picture-alliance/dpa
Fronteiras fechadas
Os governos de Serra Leoa, Libéria e Nigéria decretaram estado de emergência devido à epidemia. O surto levou alguns países africanos a colocar em quarentena regiões fortemente atingidas pela doença. Além disso, para tentar evitar a propagação da epidemia, países como Guiné, Libéria e Costa do Marfim fecharam suas fronteiras.
Foto: Reuters
Mais de mil mortes
A OMS considerou o atual surto de ebola com o maior e pior da história. Desde março, mais de 3 mil casos da doença já foram confirmados e mais de 1.500 pessoas morrem de ebola. Entretanto, a agência teme que mais de 20 mil pessoas possam ser infectadas até que a epidemia seja controlada.
Foto: DPA
Vida em risco
No atual surto há uma elevada taxa de infecção entre profissionais de saúde que cuidam de pacientes com ebola. Mais de 240 médicos e enfermeiros já foram infectados e mais de 120 morreram. A falta de roupas de proteção e o cansaço após jornadas exaustivas de trabalho são as razões para essas infecções. Alguns deles estão recebendo o tratamento em países europeus e nos Estados Unidos.
Foto: Getty Images/Afp/Seyllou
Medicamentos experimentais
O médico americano Kent Brantly foi tratado nos Estados Unidos com o soro experimental ZMapp. Após três semanas de isolamento ele foi curado. Mas a eficácia desse medicamento é controversa. Um padre espanhol tratado com esse soro não sobreviveu. Perante a gravidade da crise, a OMS aprovou em meados de agosto a utilização de substâncias experimentais contra o ebola.