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Resgate da Grécia

21 de julho de 2011

Países da zona do euro optam por correr o risco de a Grécia ser classificada como "default" (incapaz de pagar suas dívidas) pelas agências de rating. Participação do setor privado beira os 50 bilhões de euros.

Presidente da França, Nicolas Sarkozy, em BruxelasFoto: picture alliance/dpa

O segundo bilionário pacote de ajuda à Grécia prevê a participação de credores privados, segundo o documento final do encontro, mesmo correndo o risco de uma classificação de "default seletivo" pelas agências de rating para os títulos gregos.

De acordo com o documento, o setor privado concorda em participar de forma voluntária dos planos para salvar a Grécia. O pacote prevê que bancos e seguradoras arquem com 49,6 bilhões de euros. O total do pacote é superior a 159 bilhões de euros.

O acordo foi acertado nesta quinta-feira (21/07) em Bruxelas pelos chefes de governo da zona do euro. A principal oposição à participação dos credores privados vinha do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet.

Ele argumentava que, caso os títulos gregos fossem classificados como "default", não poderiam mais ser aceitos como garantia para o provimento de liquidez aos bancos gregos pelo BCE. Isso levaria a um colapso do sistema bancário grego.

Segundo a agência de notícias Reuters, Trichet cedeu durante uma reunião em Berlim, na noite de quarta-feira, da qual participaram também a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

A exigência de Trichet é que os demais países da zona do euro deem garantias extras aos títulos gregos, para que eles possam continuar sendo aceitos pelo BCE, afirma a Reuters. Esse exigência foi contemplada no documento final.

Detalhes do plano

O segundo pacote para a Grécia chega a 159 bilhões de euros. O valor virá do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) – ou seja, dos demais países da União Europeia –, do FMI e também do setor privado.

A parte da União Europeia e do FMI é de 109 bilhões de euros, o setor privado arcaria com outros 49,6 bilhões de euros.

A participação dos credores privados – bancos e seguradoras, por exemplo – se daria por meio da troca de papéis ou da venda de títulos a preços inferiores aos de emissão. No caso da troca, os novos títulos teriam vencimento mais longo. Isso representaria perdas financeiras, mas em compensação haveria mais garantias. A adesão é voluntária.

Entre as condições acordadas pelos líderes da zona do euro relativamente ao empréstimo concedido pelo FEEF está uma redução da taxa de juros de 4,5% para 3,5% ao ano, assim como uma ampliação do vencimento da dívida de sete anos e meio até um máximo de 15 anos.

Além disso, o FEEF deverá ter poderes para comprar títulos de países europeus no mercado financeiro, o que também traria uma redução da dívida grega, já que os títulos gregos são no momento cotados a valores inferiores ao de emissão. A Alemanha se opunha a essa ideia.

A criação de uma taxa bancária para financiar parte da dívida grega, uma ideia defendida principalmente pela França, foi descartada já na reunião entre Merkel, Sarkozy e Trichet em Berlim.

AS/rtr/afp/dpa/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer

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