Meng Meng é eleita Panda Favorito Fora da China, o que equivale a "Miss Universo" da espécie. Zoológico berlinense leva ainda outros dois troféus em premiação que é considerada um Oscar pelos fãs dos pandas mundo afora.
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Desde meados de 2017, dois pandas emprestados da China são a grande atração do zoológico de Berlim. Visitantes lotam o pavilhão construído para abrigá-los. Todos querem fotos dos novos moradores da cidade. Mas o sucesso de Meng Meng e Jiao Qing não se restringe à Alemanha, pelo menos não entre os amantes da espécie.
Com seus novos moradores, o zoológico berlinense conquistou três prêmios no Concurso Global de Pandas Gigantes, que é entregue desde 2012 e que praticamente ninguém fora do círculo dos aficionados pela espécie conhece.
Até ler recentemente uma matéria num jornal local, nunca tinha ouvido falar da premiação – promovida por um site, que é uma espécie de enciclopédia sobre pandas no mundo, criado por um belga apaixonado por esses animais.
O concurso, porém, é considerado um Oscar entre os fãs de pandas. Neste ano, mais de 300 mil pessoas, de 127 países, votaram para escolher os favoritos nas 12 categorias da premiação. A maioria dos votos veio da China, França, Estados Unidos, Indonésia e Alemanha.
O Zoológico de Berlim ficou em terceiro lugar na categoria Jaula mais Bonita e levou o primeiro lugar no Momento Panda do Ano, pela cerimônia de apresentação de Meng Meng e Jiao Qing, que reuniu a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente chinês, Xi Jinping.
Já Meng Meng conquistou o grande prêmio do dia: Panda Favorito Fora da China. Praticamente uma Miss Universo Estrangeira da espécie.
Meng Meng, de quatro anos, chegou a Berlim causando. A panda tinha o estranho hábito de andar para trás. Depois de seis meses na cidade, os veterinários do zoológico descobriram o porquê deste comportamento.
Ela anda de costas para manter o contato visual em situações em que se assusta, por exemplo, quando visitantes batem no vidro de proteção ou fazem muito barulho. E também para chamar a atenção de seus cuidadores, pois foi acostumada com humanos desde bebê devido ao fato de ter sido afastada da mãe em diversas ocasiões para que seu irmão gêmeo também pudesse ser amamentado.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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Pandas e o mito da solidão
Por muito tempo pesquisadores acreditaram que os ursos pandas preferiam passar a maior parte da vida sozinhos. Mas novos estudos revelam que os animais gostam de companhia.
Foto: Fotolia/xiaoma
Equívoco
Pandas andam sozinhos pelas montanhas da China. A única coisa que os interessa é sua comida favorita: o bambu. Realmente, eles adoram bambu e chegam a comer entre 10 e 20 quilos da planta por dia. Errado, porém, é acreditar que eles preferem viver na solidão.
Foto: Reuters
Vida em sociedade
Pesquisadores dos Estados Unidos e China descobriram que os pandas não são animais solitários. Durante dois anos, eles seguiram os passos de cincos pandas, equipados com aparelhos de GPS, e constataram que três deles permaneceram muito próximos durante um longo período. A descoberta surpreendeu a equipe.
Foto: Fotolia/xiaoma
Difícil de avistar
Até agora, os pesquisadores haviam estudado o comportamento dos pandas sobretudo em zoológicos e em cativeiro, pois é muito raro avistá-los na natureza. Eles vivem em montanhas cobertas por florestas densas, numa região de difícil acesso no sudoeste da China. Além disso, eles são animais noturnos, ou seja, dormem durante grande parte do dia em cavernas.
Foto: picture-alliance/dpa
Sexualmente pouco ativos
As pesquisas recentes mostram que os pandas são mais sociáveis do que se pensava, mas eles só chegam realmente perto uns dos outros durante a época do acasalamento. E os pandas não são muito ativos sexualmente. Eles procriam raramente. No zoológico, é sempre uma sensação quando nasce um filhote.
Foto: picture alliance/dpa/Xu Kangping
Fofinhos
O período fértil da fêmea ocorre apenas uma vez por ano e dura somente dois dias. Mas quando dá certo, nascem filhotes que fazem qualquer um se derreter. Mesmo maiores, como este da foto, os pandas continuam uma graça.
Foto: AP
Sem pelo
Logo após o nascimento, os pandas ainda não têm a pelagem branca e preta. Minúsculos, pesando somente entre 90 e 120 gramas e com um rabo enorme, eles se parecem mais com ratinhos.
Foto: Reuters
Produção em série
A China quer salvar os pandas da extinção. Cientistas já aprimoraram técnicas de reprodução da espécie. O período fértil da fêmea pode ser identificado através de sua linguagem corporal. Assim, especialistas em reprodução assistida sabem exatamente quando é o momento ideal para a inseminação artificial.
Foto: Reuters
Contra a extinção
Os pandas nascidos em cativeiro vivem em zoológicos ou são devolvidos à natureza. Evitar a extinção dessa espécie se tornou uma tarefa nacional na China. E os primeiros sucessos aumentam a esperança. Nos últimos dez anos, o número de pandas voltou a crescer, passando de 268 para 1864.