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Pandemia era um desastre evitável, afirmam especialistas

12 de maio de 2021

Relatório de painel independente aponta falhas iniciais no combate à covid-19. Demora para agir e líderes negacionistas estão entre fatores citados como motores da dimensão catastrófica da doença.

Túmulos de vítimas da covid em Manaus
Túmulos de vítimas da covid em ManausFoto: Michael Dantas/AFP/Getty Images

Um painel independente ligado à Organização Mundial da Saúde concluiu que a escala catastrófica da pandemia de covid-19 poderia ter sido evitada. De acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira (12/05), a combinação de hesitação e falta de coordenação produziu "um coquetel tóxico" que acelerou a disseminação do coronavírus.

O Painel Independente para Preparação e Resposta à Pandemia (IPPPR) afirma em seu relatório que a pandemia poderia não ter custado tantas vidas – mais de 3,3 milhões até o momento em todo o mundo – se os países tivessem reagido com mais rapidez. O relatório acusa as instituições de "falharem na proteção das pessoas" e responsabiliza líderes que negaram a ciência por corroer a confiança pública nas intervenções de saúde necessárias.

"Identificamos falhas em todos os estágios e acreditamos que essa pandemia poderia ter sido evitada", afirmou a copresidente do painel e ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf.

O relatório indica que faltou urgência na adoção das primeiras respostas ao surto de covid-19 detectado na cidade chinesa de Wuhan em dezembro de 2019, e afirma que fevereiro de 2020 foi um importante "mês perdido" já que os países não deram atenção ao alarme.

O IPPPR afirma que fevereiro poderia ter sido usado pelos países para prepararem melhor o enfrentamento da doença e que ações, muitas vezes, só foram tomadas tarde demais, quando houve um colapso no sistema de saúde.

Críticas à OMS

O documento também faz críticas à OMS por ter demorado para declarar o surto de covid-19 uma emergência global e posteriormente elevar a classificação para pandemia. A agência da ONU classificou a doença como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional apenas em 30 de janeiro de 2020 e, seis semanas depois, classificou a situação como pandemia.

O IPPPR disse que a OMS declarou emergência global com mais de uma semana de atraso. Os especialistas, porém, teceram a maioria de suas críticas a líderes que negaram a ciência, dificultando a imposição de medidas eficazes no combate à propagação do coronavírus.

O documento também destaca a grande preocupação com as atuais altas taxas de transmissão da doença e o surgimento de novas variantes do coronavírus. Os especialistas pedem que os países afetados pela explosão de casos tomem as medidas necessárias para frear a covid-19.

O painel recomenda ainda que as nações mais ricas doem doses de vacinas para as mais pobres, contribuindo assim para enfrentar a pandemia a nível global. O relatório pede ainda que os países desenvolvidos financiem a criação de conselhos de saúde globais voltados a prevenir e preparar o mundo para a próxima pandemia.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 159 milhões de casos de covid-19 e mais de 3,3 milhões mortes em decorrência da doença foram registrados no mundo. Os Estados Unidos, a Índia e o Brasil são os países mais atingidos.

cn/lf (DW, ots)

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